E o dia finalmente chegou. Ele havia rezado tanto para não encontrar Tay e Time. Era uma festa gigantesca, um mar de rostos e risadas, quase impossível de encontrá-los. As luzes piscavam em várias cores, a música alta no peito de Tem, mas nada disso distraía sua mente atormentada. Mas, contra todas as probabilidades, lá estavam eles. O coração de Tem disparou, a ansiedade tomando conta dele como uma maré avassaladora. O cheiro de perfume caro e álcool no ar se misturava com a tensão palpável ao redor. A expressão de surpresa e desgosto nos rostos dos dois cortava como uma lâmina afiada.
— Já estão de saída? Que pena. Tem, queria tanto falar com vocês.
O olhar de nojo e raiva de Tay queimava a pele de Tem. Ele se sentia envergonhado, as mãos suadas, a ânsia quase insuportável. Sentia como se todos ao redor pudessem ver através dele, ver a traição e o arrependimento estampados em sua face. Os dois homens que um dia o amaram estavam ali, diante dele, julgando-o impiedosamente.
— Por que, Tem?
Dessa vez, a voz de Time ecoou, carregada de decepção e dor. As palavras eram como um golpe, cada sílaba repleta de mágoa. Por que Tem havia feito aquilo com eles, com ele e com Tay?
Tem ficou sem palavras, paralisado, sem saber como permanecia de pé naquele momento. Sua mente se embaralhava, lembranças dos momentos felizes juntos surgiam involuntariamente, tornando tudo ainda mais doloroso. Mas então, outra voz respondeu, com um tom de satisfação ao ver os dois desconcertados.
— Porque, Time, como eu disse, todo mundo tem um preço, e o de Tem nem foi tão alto.
Uma lágrima escapou dos olhos de Tem. Ele virou as costas e saiu. O outro foi atrás,não por preocupação mas por ter sido deixado falando sozinho.
Tay permanecia calado, observando tudo com seu olhar penetrante. Seu ex-namorado, Tem, ali na sua frente, seu coração batendo descompassado.
— Tay, não! — Time sabia o que estava por vir, e sua voz tremia de apreensão ao ver Tay soltar a mão de Tem e sair correndo atrás dele.
No corredor, Tem foi puxado com força pelo namorado.
— Nunca mais me vire as costas desse jeito.
Tem se sentia exausto, humilhado, as emoções transbordando.
— Eu disse que não queria estar aqui. Implorei para você não vir. Vá embora, seu egoísta covarde.
E então, a dor atingiu o rosto de Tem, o golpe tão rápido que ele mal teve tempo de reagir. O sangue escorrendo do seus lábios.
Antes que o namorado pudesse se aproximar de Tem novamente, Tay entrou na briga, empurrando o outro contra a parede com firmeza.
— Tire suas mãos dele, seu idiota.
A presença de Tay intensificou a tensão no ambiente. Com delicadeza, ele sinalizou para Tem se afastar e ficar atrás dele.
— Briga de namorados, Tay, não se envolva. Venha, Tem.
Mas Tem estava paralisado, incapaz de se mover. A situação era avassaladora, e ver Tay se envolvendo apenas a tornava mais intensa.
Quando o outro deu passos em direção a Tay e Tem, uma voz soou, fazendo Tay respirar fundo.
— Ele não vai com você.
A chegada de Time trouxe consigo uma energia séria e determinada, deixando claro que não estava ali para joguinhos.
— Tem, vamos.
O outro percebeu que a situação estava ficando fora de controle e decidiu recuar, interrompendo a briga. Mas Tem permaneceu onde estava, sentindo-se mais vulnerável do que nunca. Ele segurou com firmeza na mão de Tay, buscando apoio e proteção.
— Saia. Essa é a sua resposta. Tem vai com a gente.
Com tantas pessoas ao redor, a ideia de ser fotografado em meio à briga na festa era aterrorizante. Tem saiu, mas sabia que aquilo não havia acabado. Time não disse uma palavra aos dois. Ele simplesmente entregou um lenço a Tem para limpar o sangue, demonstrando preocupação e cuidado.
— Vamos para casa.
No carro, Tem mal conseguia erguer a cabeça, envergonhado e vulnerável. A presença reconfortante de Tay, que apoiava sua cabeça em seu ombro, trouxe um alívio momentâneo. A estrada parecia interminável, cada minuto no carro era um lembrete do caos que havia deixado para trás.
A casa era um refúgio conhecido, com o mesmo cheiro acolhedor de sempre, uma mistura de madeira polida e flores frescas. Tem foi conduzido ao quarto principal, enquanto Time optou por não acompanhá-los. Tay pegou a maleta deixada pela médica e cuidou do corte de Tem, dando-lhe o remédio para dor e limpando o ferimento com cuidado.
— Pronto. Agora é só tomar um banho.
Chegara o momento de Tem se abrir, de expressar seus sentimentos.
— Tay... eu...
— Apenas tome um banho, Tem. Fique aqui esta noite, até resolverem. Eu faria o mesmo por qualquer um nessa situação. Pode ficar aqui hoje. Tome um banho, suas roupas confortáveis ainda estão no mesmo lugar onde você as deixou— olhou para o outro com ternura— quando nos deixou.
Tay saiu do quarto, lutando contra o desejo de ficar. Encontrou o marido no quarto, e mesmo de costas, percebeu a tensão no ar ao sentir a presença de Tay.
— Por que você faz isso, Tay? Por que insiste em agir assim quando eu digo não? Não sou suficiente para você? Por que não consegue simplesmente obedecer?
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Cavalgada a três- TAY,TEM, TIME
FanficTay e Time seria a equação perfeita mas Tem apareceu. Quando o pensar em traição se torna sua salvação. trisal 3T: Tay,Time e Tem. universo Kinnporsche