CONFIA NO PROCESSO

116 17 1
                                    

**Quem um dia irá dizer que não existe razão

Nas coisas feitas pelo coração?

E quem irá dizer que não existe razão?**
 

Tudo que pensamos quando finalmente pedimos perdão é que tudo voltará ao normal. Isso é tão errado. Tem pediu perdão, mas não pediu para voltar. Time e Tay perdoaram, mas não pediram para Tem ficar. Foi com esse pensamento que Time acordou. Tay estava abraçado com Tem, suas mãos entrelaçadas, como se não tivesse existido seis meses de separação entre eles.
Já na cozinha, antes de terminar o café, Porsche entrou na casa.

— Como Tem está?

— Bem, creio.

— E você, como está?

— Hum... agora estou bem.

Porsche bebeu um pouco de café.

— Como eu não percebi isso? Que meu amigo estava em um relacionamento tão abusivo?

— Porsche, não adianta ir por esse caminho. Quando ele acordar, você conversa com ele. Mas tenta não forçar a barra. Por favor.

— Por que?

Time sentiu na cadeira também.

— Porque eu já fiz isso ontem à noite.

Não demorou muito e Tem desceu. A roupa que estava vestindo era uma de Tine que ele sempre usava para dormir.

— Porsche?

— Vim ver como você está.

Time levantou, dando a cadeira para Tem.

— Estou no quarto, qualquer coisa é só chamar.

Antes de Time entrar, viu quando Porsche abraçou o outro.

— Você deveria ter me contado, Time. Como pude deixar isso acontecer?

— Você não teria como saber, nem eu sabia. Quando me dei conta, estava vivendo meu pior pesadelo e, pior, quando realmente me dei conta, estava com o rosto doendo e a boca sangrando.

— O que você quer que eu faça?

Porsche estava falando não só como amigo, mas como o marido que agora ele era. Tem sabia o que ele queria saber.

— Estou bem. Só vou me recuperar. Não voltaria mais ali.

— Fique comigo na mansão. Já existe um quarto lá para vocês. Ou então, fique na minha antiga casa, depois que Chay veio morar comigo ninguém ficou lá.

Tem percebeu que Porsche falou no plural, percebeu que foi tão natural que não corrigiu. Não existia mais nós. Não existia mais ele, Tay e Time. Agora era somente ele e a vergonha.

— Por pouco tempo. Me deixe por pouco tempo na sua antiga casa.

— Vou pegar suas coisas. E espero não encontrar aquele homem na minha frente.

— Não precisa. Não quero nada de lá. Meus documentos estão no meu bolso e o restante no digital. Nada lá me pertence. Quero encerrar tudo aqui. Por favor.

Porsche não queria deixar pra lá, mas percebeu que o amigo sofria apenas com a lembrança.

— Tudo bem. Tome as chaves. Fique à vontade e eu quero que você me prometa nunca mais esconder algo de mim. De tudo que eu tenho e passo, nós já passamos por bem mais, e nossa amizade sempre valeu mais.

— Obrigado.

Depois que o amigo saiu, Tem ficou pensativo. Era hora de ser mais verdadeiro e claro possível. Subiu e viu Tay separando algumas roupas, e Time no banho.

Cavalgada a três- TAY,TEM, TIME Onde histórias criam vida. Descubra agora