PRÓLOGO

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Violet Vázquez

HAVANA, 2 ANO ANTES

Estou deitado no chão do banheiro nua com o corpo coberto por hematomas, curvada como um feto. sentindo a brisa da janela basculante, o silêncio da noite, Sentindo o sangue esvair do meu nariz, uma dor aguda no meu estômago, respiração acelerada,visão turva e um sentimento de repulsa por meu corpo ter sentido coisas que minha mente sentia o oposto e um vazio de uma alma morta. Até que meu corpo treme pelo barulho que a porta faz, ergo meu rosto um pouco até que o vejo parado na porta com uma sacola na mão.

Se aproximou com passos cautelosos, me sento e se encosto na parede do banheiro, junto às minhas pernas e abaixo a cabeça entre elas. Thomas se aproxima de mim e ergue meu rosto, meu corpo diz para me se afastar e minha mente não obedece, não quero levar outra surra, não quero sentir aquela sensação de novo. Repulsa, essa seria a palavra certa pelo que senti.

- Eu vou cuida de você, meu amor. - diz como se não tivesse feito nada.

- Me desculpa ? Não queria fazer isso. - não lhe respondo.

- Olhe para mim Violet. - não olho

- Eu mandei você olhar para mim, AGORA VIOLET! - fala com a voz alterada, e me tremo inteira.

- Não queira que lhe ensine como me obedecer novamente. - Não quero olhar, quero fugir daqui. Mas se não olhar apanho, olho com relutância.

- Me desculpa? - repete novamente,balanço a cabeça em positivo.

- Quero ouvir você falar. - com relutância o respondo. - Sim.

- Boa garota, eu te amo. - Thomas me levanta e liga o chuveiro, me limpa e cuida das minhas feridas como se fosse uma mãe cuidando da sua filha que caiu da bicicleta.

Não entendo o'que fiz para estar nessa situação, eu não aguento mais preciso sair. Mas para onde eu iria? Com que dinheiro? Não tenho celular, Thomas tomou de mim, não tenho amigos pós me afastou das pessoas, não tenho emprego pós me fez sair. Como pude deixar isso acontecer? Por amor ? Não, amor não faz isso. Amor cuida, dá carinho, respeita, é um porto seguro que pode se refugiar quando está triste, nervosa, ansiosa, empolgada, contar às alegria que teve, sobre o dia, as conquistas.

Não levar uma surra por falar com o vizinho, por se pronunciar ou discorda de uma situação, por uma roupa, um comportamento que não lhe agradou. Não. Isso não é amor, é uma dependência emocional, mas eu não quero isso, não quero ser como ela. NAO.NAO.NAO.
Eu tenho que ser forte e sair.

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