Capítulo quatro

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Sob o anoitecer das ruas de havana, aqui estou eu correndo, meu coração martelando freneticamente em meu peito. lágrimas que escapam dos meu olhos, minha respiração ofegante, enquanto um sentimento de medo e alívio me envolve.

À medida que me afasto cada vez mais, a adrenalina ainda pulsa em minhas veias. a sensação de alívio toma conta do meu corpo, por ter saído dessa vida e uma risada rápida e histérica, cheia de energia e emoções descontroladas escapam dos meu lábios.

vou em direção a um beco escuro, encosto-me na parede deixando-me cair com as pernas juntas, ainda rindo descontroladamente, enquanto lágrimas continuam escorrendo dos meus olhos.

tento recuperar meu fôlego, mas sinto-me como se estivesse num delírio temporário. Onde a noite em havana é testemunha do meu desespero e da minha fuga.

Após conseguir me controlar, saiu do beco escuro e caminho por alguns quarteirões até chegar em um condomínio. toco o número da casa da bonnie no interfone.

- Quem é ? - Bonnie pergunta.

- sou eu, violet. - respondo.

- AHHHHH, não acredito que vc veio. - diz animada.

- vou liberar, só um segundo. - assim que ela diz isso, alguns segundos depois, escuto o barulho do portão sendo destrancado. entro e sigo caminhando em direção a sua casa.

já faz um tempinho que nao venho aqui, mas tudo continua do mesmo jeito, exceto pela árvore que foi cortada. lembro-me de quando a bonnie me acolheu quando fugi de casa; costumávamos fazer um piquenique abaixo dela.

morei por três anos com ela até que thomas me chamou para morar com ele. uma coisa que não deveria ter feito,mas como poderia saber que thomaz era como é? não estava escrito em sua testa que ele era um merda.

Me aproximo da casa de bonnie e bato em sua porta. pouco segundo, bonnie a abre.

- você chegou muito cedo... Meu deus, o que houve com você? - Bonnie pergunta, já aflita.

Ela me puxa para dentro e me faz sentar em seu sofá. Vai em direção a cozinha e pega um copo d'água e vem sentar junto comigo.

- O 'Que aconteceu? - Bonnie perguntou entregando-me o copo d' água.

- preciso que me ajude a sair dessa cidade. - falo, tentando não deixá-la mais preocupada.

- Eu ajudo, mas você tem que me contar o que aconteceu com você. Foi o Thomas? - ela pergunta, já se alterando em raiva, respiro fundo e decido contar a ela.

- Foi ele. Ele me agredia. - Bonnie fica em silêncio, absorvendo minhas palavras.

- Por que não me contou? meu deus, que péssima amiga que sou, não prestei atenção nos detalhes... - Bonnie lamenta.

- Claro que não foi culpa sua, Bonnie. Não faz sentido você se culpar por algo que estava fora do seu conhecimento. - Tento acalmá-la, mas Bonnie parece ainda angustiada.

- Mas eu me culpo, estava bem na minha frente e eu não percebia. As mudanças nas roupas, as visitas que não fazia aqui em casa se distanciava dos nossos amigos, de mim.

Há quanto tempo isso está acontecendo? - Bonnie questiona, e decido contar tudo, exceto o que fiz. Não quero que seja cúmplice disso.

- mas que maltido! Quando eu colocar meus olhos nesse merda, eu vou mata-lo. melhor ainda, vou o tortura-lo, corta seu pau pedaço por pedacinho e vou...

- bonnie, não precisa disso. - interrompo, sorrindo um pouco por sua imaginação sombria.

- como não precisa ? Claro que precisa, não vai ficar assim. vamos na delegacia. - bonnie fala decidida, e no mesmo instante meu corpo gela. eu que vou ser presa se for para delegacia e nao ele, ja que esta no quinto dos inferno, penso.

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