Capítulo seis

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1 mês depois

Matanzas, cuba.

O aroma suave de incenso flutua pelo ambiente, trazendo uma sensação de tranquilidade que contrasta com a agitação interna que estou sentindo.

Observo a prateleira repleta de livros e quadros com imagens borradas. A doutora está em minha frente com meu prontuário em mãos, anotando cada palavra, sentimento que descrevo a ela.

Será que ela já viu minha foto em algum lugar ? Provavelmente que não, já que estou pesquisando sempre em todos os lugares alguma notícia.

Mas é inquietante esse silêncio, sem saber o que vai acontecer quando eu abrir a porta pela manhã, quando ouço alguns passos atrás de mim ou até mesmo quando alguém olha na rua para mim. Estou como um coelho fugindo de seu predador.

- Como você está se sentindo hoje, Violet? - perguntou a psicóloga, desviando-me dos pensamentos.

- Estou bem. - respondi. Ela olha como se estivesse escrito "mentira" em minha testa.

- Tem certeza? - não, não tenho.

- Sim, só estou um pouco cansada.

- Entendo, na sessão anterior estamos falando sobre o que ocorreu com você em seu antigo relacionamento. Me falou que sentiu coisas, poderia me dizer que coisas sentiu?

- acha que preciso falar isso? - pergunto, não querendo me lembrar de tudo aquilo.

- É essencial, para aprender como lidar com seus sentimentos. Não foi por isso que veio à minha procura? Então preciso que me conte, não estou aqui para julgar e sim para ajudar.

- se fosse com você consideraria o'que sentiu essencial ou abominação?

- Não estamos falando de mim, Violet. Pelo meu ver você só está desviando do real objetivo aqui. Eu sei que você está com trauma pelo o'que viveu em seu antigo relacionamento, porém, não acho que seja isso que está lhe incomodando. - ela diz e engulo em seco.

Existem duas coisas, uma matei meu ex e a outra não quero aceitar que sou como minha mãe, que vou ficar como ela. Comento só a segunda coisa.

- Bem... eu... sentia prazer na dor, mas não queria, minha mente não queria mas meu corpo reagiu de outra forma. - a psicóloga me analisa.

- interessante, isso que você sentiu surgiu durante esse período? - como comentar que uma criança de 12 anos sentiu pela primeira vez uma tendência de masoquismo e desejou mais.

- não.

- Entendi, algo então que aconteceu em seu passado quando criança. - Diz mais para se do que para mim.

- Teve algum trauma que desencadeou essa tendência em sua infância?

- a minha mãe. - digo, engolindo a saliva que amarga em minha boca.

- a sua mãe ? O que ela tem?

- a sua mãe ? O que ela tem?

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