Em um mundo devastado por uma guerra em busca da cura para um fulgor mortal, Violett surge como uma líder, guiando seus amigos na luta contra aqueles que os queriam aprisionados como animais. Enfrentando a ameaça iminente do Cruel, ela e seus compan...
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O sol já despontava entre as nuvens do labirinto, e o frio anterior começava aos poucos a ceder lugar a um clima fresco. Eram raros os dias em que a Clareira não era marcada por um calor extremo ou um frio intenso, por isso Violett encontrava-se deitada na grama enquanto observava as nuvens vagando pelo céu. Ela costumava refletir bastante sobre elas, pois são livres para ir aonde quiserem, não têm obrigações, preocupações ou problemas para resolver; simplesmente existem, despejando uma chuva que nunca alcançará a Clareira.
Gostava de pensar que, quando saísse do labirinto, teria uma vida boa com seus amigos, algo semelhante à Clareira, onde ela os liderava, mas não tinham preocupações e nem tantas obrigações como agora. Tinha bastante noção de que as chances de qualquer um voltar para suas famílias eram mínimas; nem ao menos sabia o nome de seus pais, e muito menos se estavam vivos ou não. Violett passava seus dias pensando em uma forma de sair daqui, mas nunca realmente imaginou como seriam as coisas fora do labirinto.
Quem estaria os esperando? Os criadores? Seus pais? Ou simplesmente não tinha mais ninguém do lado de fora?
Não sabia ao certo se esse era o momento de pensar no futuro, já que nem ao menos sabia se iria sobreviver, mas não conseguiu controlar seus pensamentos.
Imaginava uma praia, não se lembrava como sabia da existência de uma, no entanto, seu sonho era sentir a areia, o mar, a maresia. Ao invés de uma vez por mês, toda noite fariam uma fogueira, as brincadeiras seriam quando simplesmente sentissem vontade, e não em uma quebra de rotina. E o mais importante de todos, não sentiriam medo, ansiedade, nem a tristeza de perder um amigo.
Esse era o sonho dela.
- Fugindo do trabalho? - Newt pergunta ao se sentar do lado da mesma.
- Você descobriu. - Sorri minimamente e solta um suspiro. - Newt, você acha que conseguiremos sair daqui?
- Claro, por que não?
- Já estamos nessa há um tempo. As vezes sinto que não foi uma boa ideia me colocarem como líder.
- Você é ótima, por que tá pensando nessa besteira?
- Porque ainda não saímos daqui. Talvez se fosse Alby, ou até mesmo você no meu lugar, já teríamos conseguido fugir da jaula. - Uma risada de escárnio sai de sua boca. - Sei que não concorda em eu entrar no labirinto, mas tem que se lembrar que nada vai mudar se as coisas continuarem como estão. - A garota deita a cabeça no colo do loiro e coloca uma mão em sua bochecha. - Newt, você e Gally são meus irmãos, não consigo me imaginar perdendo vocês dois, mas também não pensei como seria pros dois.
Ele desvia seu olhos pra entrada do labirinto e franze as sobrancelhas.
- Não consigo sem você, sabe disso.
- Escuta, eu não quero que sintam o mesmo que eu, a dor de perder alguém importante. É como se colocassem fogo em brasa na sua garganta, e você não conseguisse respirar, você fica se comendo de culpa, remoendo, se torturando.
