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Deitada sobre o frio chão metálico, cada poro da minha pele exalava um suor gélido, enquanto uma dor latejante percorria meu corpo

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Deitada sobre o frio chão metálico, cada poro da minha pele exalava um suor gélido, enquanto uma dor latejante percorria meu corpo. Minhas mãos, trêmulas, buscavam desesperadamente por algo para se segurar, mas encontravam apenas o aço gelado que parecia sugar o calor de meu corpo. As paredes ao meu redor dançavam descontroladamente, como se fossem feitas de líquido, distorcendo a realidade ao meu redor. À medida que o cubículo se movia para cima, um turbilhão de sensações invadia minha mente. Os altos ruídos metálicos reverberavam em meus ouvidos, ecoando como trovões em uma tempestade, enquanto o metal rangia e gemia sob a pressão do movimento. Cada sacudida do elevador era como um golpe no meu estômago, fazendo meu coração acelerar descontroladamente.

A sensação de estar presa naquele espaço claustrofóbico, rodeada por paredes que pareciam vivas, me deixava em pânico. O ar rarefeito e impregnado com o cheiro metálico da máquina me sufocava, tornando cada respiração um desafio. A cada instante, a certeza de que algo terrível estava prestes a acontecer se intensificava, fazendo meu corpo todo tremer em antecipação do desconhecido.

Com um repentino solavanco, o movimento cessou abruptamente, levando consigo os sons e vibrações rígidas que haviam dominado o espaço. Em meio ao silêncio tenso, ergui meu olhar com o cenho franzido, buscando compreender o que havia interrompido a vertiginosa ascensão. Foi então que, ao fitar o teto do cubículo, percebi pequenos feixes de luz filtrando-se por uma estreita brecha. Os raios de luz, como tentáculos luminosos, dançavam no ar poeirento, iluminando a escuridão opressiva do elevador.
Com um esforço sobre-humano, lutei para empurrar as portas do elevador para cima, como se estivesse tentando abrir um alçapão que me mantinha aprisionada. Cada centímetro de movimento das portas era uma batalha árdua, como se o próprio metal resistisse tenazmente contra minha liberdade recém-descoberta. O suor escorria pelo meu rosto, misturando-se com a poeira do cubículo, enquanto minhas mãos tremiam de exaustão e determinação. Finalmente, com um último empurrão, as portas cederam, fazendo com que muita dificuldade, eu pulasse pra fora, revelando um vislumbre do mundo além do elevador. A luz ofuscante inundou o espaço confinado, cegando meus olhos acostumados à penumbra.

Diante de mim se estendia um vasto campo, dez vezes maior do que um campo de futebol, coberto por uma exuberante vegetação que ondulava suavemente ao vento. As cores vibrantes das flores e folhas contrastavam com a dureza metálica do elevador, criando um contraste impressionante entre a natureza e a tecnologia. Ao redor do campo, erguiam-se imponentes muros, altos e impenetráveis, como sentinelas silenciosas que guardavam o segredo daquele lugar misterioso. Perdida entre a grandiosidade da paisagem e a sensação de estar enclausurada por muralhas intransponíveis, percebi que havia sido transportada para um lugar desconhecido, onde a beleza da natureza se mesclava com os enormes muros que me cercavam.

Com um salto repentino, algo irrompeu em minha direção, me derrubando bruscamentena na grama alta. O susto foi instantâneo, ecoando pelo campo como um grito de surpresa e medo. No entanto, a sensação de algo úmido e quente em meu rosto interrompeu o grito, substituindo o temor inicial por uma confusão crescente. Ao sentir as lambidas suaves e afetuosas do filhote em meu rosto, a tensão em meus músculos cedeu, dando lugar a uma mistura de surpresa e alívio. A textura áspera de sua língua contra minha pele despertou um sorriso involuntário, rompendo a barreira do medo e substituindo-o por uma sensação reconfortante.

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