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Em um cenário abafado pelo calor intenso, eles avançavam pelas ruas estreitas, sentindo-se como peões em um tabuleiro caótico

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Em um cenário abafado pelo calor intenso, eles avançavam pelas ruas estreitas, sentindo-se como peões em um tabuleiro caótico. Cada passo era uma batalha contra a maré de corpos em constante movimento, empurrões e esbarrões constantes que testavam sua paciência. O ar estava impregnado com o odor misto de suor, fumaça e comidas baratas, criando uma atmosfera sufocante que pesava nos pulmões e na mente.

À sua volta, um verdadeiro espetáculo de vida e miséria se desenrolava: vendedores ambulantes gritavam suas ofertas, crianças corriam descalças entre as pernas dos transeuntes, e pessoas de semblantes cansados e roupas puídas se moviam em um ritmo frenético. Roupas penduradas em varais improvisados balançavam sobre suas cabeças, criando um labirinto de tecidos coloridos que contrastavam com a paisagem cinza e desgastada das construções ao redor.

A sensação de afobação e irritação crescia a cada segundo, misturando-se com a agitação do ambiente. Cada rosto desconhecido, cada empurrão involuntário, alimentava a tensão que pairava no ar, tornando a jornada por aquelas ruas um verdadeiro teste de resistência física e emocional. Em meio ao turbilhão de sensações e estímulos, eles se viam imersos em um mundo à parte, onde a paciência de todos parecia ser testada.

- Esse lugar é um verdadeiro inferno. - Violett resmunga recebendo um aceno de concordância de Jorge.

- É só a gente ficar juntos. - Thomas a tranquiliza apertando seu ombro.

A cena se desenrolava em meio ao caos e à agitação das ruas, onde um homem em cima de um carro, rodeado por jovens armados e mascarados, proclamava palavras com firmeza.

- Somos a voz dos que não têm voz! - O discurso ecoava acima do tumulto do lugar, denotando uma mensagem de resistência e desafio contra as injustiças percebidas. Os jovens, com máscaras de oxigênio negras que ocultavam suas identidades, pareciam prontos para lutar por uma causa maior, desafiando aqueles que se escondiam por trás de muros enquanto a população sofria.

Enquanto o carro passava, Violett observava com expressão séria, seus olhos cruzando com os de um dos mascarados, que parecia estranhamente familiar. A incógnita da identidade oculta sob a máscara gerava um mistério impossível de ser desvendado. Em um gesto de desafio e ironia, ela levantou a mão e fez um sinal obsceno para o jovem mascarado, que, por sua vez, apenas balançou a cabeça em negação e desviou o olhar. A interação foi rapidamente interrompida por Newt, que repreendeu Violett, baixando sua mão e pedindo para que parasse.

A atenção dos adolescentes foi desviada para os helicópteros que sobrevoavam acima de suas cabeças, um sinal imponente da presença vigilante sobre aquele cenário tenso. Violett, com um ar misterioso, os conduziu para uma área menos movimentada e se pôs a sussurrar.

- Deixa eu contar um segredinho pra vocês. Sabiam que o Cruel possui ótimos rastreadores? - Um sorriso amarelo se forma em seu rosto.

- O que? - A incredulidade nos olhos de Thomas a fez concordar com a cabeça em um leve suspiro.

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