Em um instante de quietude profunda, me encontrava imersa em um mundo de sons e sensações desconexas. O eco dos destroços ao meu redor misturava-se com o sussurro distante do vento que penetrava pelas rachaduras nas paredes desmoronadas. Fragmentos de vozes e passos apressados ecoam como ecos distorcidos em meio ao caos.
Os sons metálicos de objetos sendo movidos e o farfalhar de escombros se misturam em uma sinfonia caótica e desconcertante. A luz tênue que penetra pelas frestas das ruínas projetava sombras dançantes no chão, enquanto o ar carregava o aroma de poeira e desolação. Nesse estado de inconsciência, percebia o mundo ao meu redor como um labirinto de sensações fragmentadas, onde a linha entre a realidade e o sonho se desfazia lentamente. Cada som, cada ruído, cada suspiro distante contribuia para a tapeçaria enigmática da minha existência suspensa, sem que eu compreendesse verdadeiramente a natureza misteriosa da minha condição no abrigo do Braço Direito, se é que eu ainda estava aqui.
Com um movimento lento e gradual, sinto a consciência retornando à minha mente, como se emergisse de um profundo sono. Ao abrir os olhos, sou recebida por uma intensa claridade que faz minha cabeça latejar e meus olhos lacrimejarem, lutando para se acostumar com a luminosidade aguda ao meu redor. Uma dor pulsante irradia da minha cabeça, ecoando por todo o meu ser, enquanto tentava me situar no espaço fragmentado e desordenado à minha volta. Cada movimento era acompanhado por uma sensação de rigidez e dor muscular, como se meu corpo tivesse sido submetido a um esforço intenso e exaustivo.
A sede abrasadora que consomia minha garganta era insaciável, tornando cada respiração árida e desconfortável. Minha boca seca clamava por um gole de água, enquanto meus sentidos despertavam lentamente para a realidade desconcertante do ambiente que me encontrava. Confusa e desorientada, tento reunir minhas forças e entender o que aconteceu, lutando contra a névoa que ainda envolvia minha mente. Cada pensamento era uma batalha contra a dor e a confusão.
Ao meus sentidos despertos, percebo que estou envolta por uma atmosfera abafada e confinada, como se estivesse enclausurada em um espaço reduzido. Lentamente, meus olhos se ajustam à penumbra da barraca, revelando pouca luz filtrada pelos tecidos finos que a compõem. Minha atenção é atraída para as poucas mochilas dispersas ao redor, testemunhas silenciosas da minha presença neste lugar desconhecido. Um fino lençol repousava sobre meu corpo, cobrindo meu peitoral e revelando apenas as ataduras que envolviam meus seios, como se eu fosse uma múmia despertando de um sono profundo.
Com um esforço titânico, ergo-me da cama improvisada, sentindo cada músculo e osso protestarem contra o movimento. Cada passo era uma batalha contra a dor e a exaustão, mas a determinação me impulsionava em direção ao espelho quebrado que refletia uma imagem distorcida e cruel da minha própria aparência.
Diante do espelho quebrado, encaro a imagem destroçada que me encarava de volta, uma lembrança cruel e implacável da batalha que travamos, eu e meu corpo dilacerado, em busca da esperança e da redenção em meio ao caos e à destruição que nos cercavam.
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Caminhos Entrelaçados
FanfictionEm um mundo devastado por uma guerra em busca da cura para um fulgor mortal, Violett surge como uma líder, guiando seus amigos na luta contra aqueles que os queriam aprisionados como animais. Enfrentando a ameaça iminente do Cruel, ela e seus compan...