MARIANNA SCHUMACHER POINT OF VIEW
Quando Hamilton saiu disparado da sala, sem tão pouco esperar por mim como nos velhos tempos, tive a certeza que o tinha perdido.
Ao sair encontrei Toto na garagem, precisava de falar com ele acerca dos treinos e da minha dieta. Já que já havia se passado 1 mês desde que comecei o programa de reabilitação.
— Toto, estou pensando 49kg, chequei o meu peso ontem. — Informei quando me aproximei dele.
— Ainda é pouco, mas fico muito grato que esteja conseguindo. Amanhã falarei com a sua nutricionista para checar tudo. — O homem afirmou.
— Certo, obrigado por tudo aquilo que tem feito por mim. — Agradeci gentilmente.
— Você não precisa de agradecer Marianna. Eu sei que não tem sido fácil para você gerir tudo isso que está acontecendo, talvez seja a altura de contratar um psicólogo ou terapeuta. — Os seus traços faciais mostravam preocupação.
— Por enquanto não, eu vou tentar. Só na quando realmente precisar busco ajuda.
— Você já está precisando, a sua vida mudou completamente nos últimos tempos. A sua e a de todos, querendo ou não todos pensávamos que você estava morta. Entenda que há 2 anos, as autoridades te deram como morta. O clima do paddock estava péssimo. — Afirmou, e querendo ou não, Toto tinha razão.
— Como é que o Hamilton ficou? Eu sei que não tenho o direito de perguntar. — Perguntei, combatendo todos os demônios que diziam que seria uma péssima ideia.
— O Hamilton estava destroçado, você simplesmente sumiu do mapa, ele estava no meio da ascensão da sua carreira. Ele se tornou imparável quando você se foi, ele se tornou melhor que o seu pai. Entende? — Fez uma pausa, respirando fundo. — Ele num dia estava te enterrando e afundado no alcoolismo, no outro você aparece como se tudo estivesse normal.
Não sabia o que responder, não sabia se dizia que sim, que fui uma profunda egoísta em ter partido sem deixar rastos. Ou transmitia toda a culpa para o meu pais, argumentando o quão mal eu estava, que precisava me afastar. Mas no fundo, sabia que nada justificava o que fiz.
— Eu sei. Obrigado Toto, e eu juro que recompensarei todo o tempo perdido. — Falei convictamente, o mesmo só soltou uma risada nasal, me deixando confusa.
— Não me diga isso a mim, diga a Hamilton. — Sorriu, gentilmente e se retirou.
Diria a Hamilton o quê? Que era egoísta? Uma idiota? Uma babaca sem coração? Diria que ele tinha razão e que eu merecia tudo em dobro? Que eu merecia que ele quebrasse o meu coração em pedaços?
Aqui teria que escolher entre o meu enorme ego, ou quebrar o coração dele primeiro para não sair machucada.No fim acho que ambos sairíamos derrotados por uma batalha que era nossa, por algo muito maior que nós havíamos criado quando éramos dois jovens imaturos. Ou talvez eu fosse a jovem imatura, que sem pensar nos sentimentos dos outros havia partido sem pensar duas vezes.
Fui completamente afastada dos pensamentos, quando senti o meu corpo a bater com tudo no chão.
— Meu deus Marianna, eu não te vi desculpa! — Jacob, o mecânico da Ferrari, pediu.
— Não tudo bem, eu estava distraída. — Sorri me levantando. — O que fazia aqui? Errou o caminho? — Perguntei.
— Na verdade vinha te convidar para sair hoje, está disponível? — O loiro de olhos verdes perguntou, sorrindo meio tímido.
Talvez esta fosse a oportunidade perfeita de escapar do passado, colocar Hamilton e tudo o que aconteceu lá, trancar num armário e nunca mais tocar.
— Claro que sim, não tinha nada que fazer hoje mesmo! — Sorri, aceitando o convite de bom agrado.
— Estão te busco no hotel às 20h! — Saiu e piscando o olho, apenas gritei um "até".
Me lembro perfeitamente quando eu e Hamilton saímos pela primeira vez, realmente era incrível. Talvez pela diferença de idade, Hamilton parecia diferente de todos os garotos da minha idade. Era maduro, não se importava unicamente com sexo, dinheiro e drogas, realmente parecia estar interessado em mim e não naquilo que eu poderia oferecer.
Querendo ou não, Hamilton era diferente de todos os outros. Eu sabia que não importava o quão eu tentasse meter no lugar dele, no passado, seria difícil ele não escapar de lá. Até porque, as portas daquele armário sempre ficarão abertas, por muito que eu tente as trancar a 7 chaves.
— Meu deus, o que esses garotos da Ferrari têm com a nossa garagem? Cola! — Toto gritou.
— Credo, eu só fui ver a minha mulher! — Leclerc disse, fazendo Alice rir.
— O que o mecânico da Ferrari tava fazendo aqui, Marianna? Estou cansado de ver aquele garoto aqui! — Toto perguntou, chamando a atenção de todos os que estavam naquele espaço, incluindo Hamilton.
— Aí Toto, não enche. — Revirei os olhos indo na direção de Alice.
— Com que então a sua língua anda na boca de Jacob? — A garota perguntou sorrindo de lado.
— Eca, não. — Respondi revirando os olhos. — Ele só me convidou para jantar hoje.
— Pensei que você estivesse saindo com Lewis. — Alice afirmou, levando as sobrancelhas.
— Não quero falar sobre isso.
— O seu problema é nunca querer falar sobre nada, daí você enche porque guarda tudo para si, e explode. Desembuche. — Revirei os olhos em resposta, e me sentei na bancada.
— Nem sei Alice, no casamento dos primos dele a gente se beijou. Eu que tive a iniciativa, e ele ficou bolado comigo. Eu entendo, ele não quis e está tudo certo, mas ele literalmente ficou me provocando o dia todo, e sei lá, foi no calor do momento. — Expliquei, frustrada.
— Aí amiga, tô sem palavras. — A garota disse me encanrando, se não a conhecesse pensava que não estava pensando em nada.
— Esquece. Eu vou só esquecer tudo, ele fará o mesmo com certeza. — Dei de ombros.
— Já te disse Mari, não importa o quão você fuja os problemas só vão se embolando, até formar uma grande bola de neve que você não terá controlo. — A garota disse esforçando um leve sorriso.
— Não sei, estou tão confusa. Eu quero-o tanto Alice, mas eu não o mereço. — Soltei o último ar que me restava nos pulmões.
Muito obrigado pelas leituras, entretanto atualizei a capa!
Sugestões de acontecimentos para a história?
Xoxo
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Don't blame me • Lewis Hamilton✔️
أدب الهواةO que você faria se a sua namorada simplesmente sumisse sem deixar rastro? Lewis acordou numa manhã como qualquer outra, sozinho, na qual ninguém sabia o motivo do desaparecimento da garota. Mas foi quando fazia exatamente 2 anos que as autoridades...