24: dad🏁

269 15 0
                                    

MARIANNA SHUMACHER POINT OF VIEW

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

MARIANNA SHUMACHER POINT OF VIEW

O

corredor do hospital parecia interminável enquanto eu caminhava em direção ao quarto do meu pai. O som dos meus passos ecoava nas paredes brancas e impessoais, cada batida do meu coração sincronizando com o ritmo apressado dos meus pés. Eu segurava firme o meu telefone, olhando para a tela pela milésima vez, na esperança de ver uma chamada perdida de Lewis. Mas, mais uma vez, não havia nada. O vazio na minha caixa de mensagens refletia o vazio que eu sentia por dentro.

Os médicos haviam sido claros na noite anterior: meu pai, Michael Schumacher, o lendário piloto de Fórmula 1, tinha poucas horas de vida. Cada palavra do médico soava como um golpe brutal, cada sentença era um lembrete da crueldade da realidade. Eu me recusava a aceitar. Não podia ser verdade. Não para ele, não para o meu pai.

Ao entrar no quarto, a visão dele deitado na cama, cercado por máquinas que monitoravam cada batimento do seu coração, era esmagadora. Ele parecia tão frágil, uma sombra do homem forte e vibrante que sempre conheci. A imagem era um contraste cruel com as memórias que guardava dele – o sorriso confiante no pódio, as vitórias memoráveis, o jeito como ele sempre me abraçava, fazendo-me sentir segura e protegida.

Minha mãe, Corinna, estava sentada ao laldo da cama, segurando a mão dele. Seus olhos estavam vermelhos e inchados de tanto chorar, e ela parecia exausta, como se cada minuto de vigília ao lado do homem que amava estivesse drenando sua energia vital. Eu me aproximei devagar, tentando não deixar transparecer o turbilhão de emoções que me consumia.

— Marianna, querida... — disse minha mãe, a voz quebrada pela dor. — Ele está... ele está lutando.

Assenti, engolindo o nó na minha garganta. Segurei a mão livre do meu pai, sentindo a pele quente e ainda incrivelmente reconfortante. Ele estava ali, mas ao mesmo tempo parecia distante, perdido em algum lugar entre a vida e a morte. As lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto, e eu não tentei mais segurá-las.

— Pai, estou aqui — sussurrei, a voz falhando. — Estou aqui, e te amo tanto. Por favor, não me deixe.

A sala estava silenciosa, exceto pelo som ritmado das máquinas. Cada bip parecia um contagem regressiva cruel. Fechei os olhos e tentei me acalmar, mas as memórias inundavam minha mente, como um filme passando em alta velocidade.

Lembrei-me das manhãs de domingo assistindo às corridas com ele, a emoção palpável enquanto torcíamos juntos. Lembrei-me das histórias que ele me contava sobre suas corridas, dos momentos de glória e das quedas que ele enfrentou com uma determinação inabalável. Ele era mais do que um piloto para mim; ele era um exemplo de força e coragem. E agora, vê-lo assim, tão vulnerável, era insuportável.

A vida é incrivelmente improvável. Cada momento é um milagre, e no entanto, tomamos tanto por garantido. A saúde, a felicidade, a presença daqueles que amamos – tudo pode mudar em um piscar de olhos. Senti uma raiva crescente contra a injustiça da situação. Meu pai, um homem que desafiou tantas probabilidades, agora estava à mercê de uma doença impiedosa. A vida não deveria ser assim. Ele merecia mais. Nós merecíamos mais.

Don't blame me • Lewis Hamilton✔️Onde histórias criam vida. Descubra agora