Música do capítulo: Kiss me - Ed Sheeran ou Bite - Troye Sivan
Point Of View: Samanun.
Eu já estava na esquina da casa de Mon há quase uma hora.
No relógio em meu pulso marcavam oito horas em ponto e, à essa altura, eu já não tinha mais tanto controle assim sobre meu corpo. Tive que me forçar a respirar por algumas vezes, por ter esquecido de o fazer; minhas mãos apertavam o volante com tanta força, que era provável de que ao solta-lo, ele estaria todo amassado. Minha ansiedade e meu nervosismo estavam me fazendo parecer uma adolescente prestes a dar o primeiro beijo.
Coração galopava no peito, mãos suando frio, borboletas no estômago.
Há anos eu não me sentia tão inconstante assim.
Meu celular, que estava guardado entre o câmbio e o freio de mão, vibrou, emitindo um som assustador, quase gutural. Pulei de susto, pegando-o rapidamente.
[Nam] - Já são 8h10 PM, já está com ela ou está atrasa?
Oh, merda!
Liguei o carro e antes mesmo de passar a marcha, o acelerador já estava sendo pisado até o fundo. Saí cantando pneus rua a fora. E, metros a diante, estacionei em frente à sua casa.
Depois de puxar o freio de mão e desligar o motor, me olhei no espelho para conferir minha aparência, enquanto decidia se tocaria a campainha ou esperaria no carro. Foi quando mais uma vez fui pega de surpresa por uma mensagem de Nam.
Encarando a tela do celular e o que dizia na mensagem, tive sérias desconfianças de que: Ou ela era médium, ou tinha instalado câmeras em meu carro.
[Nam] - Se estiver atrasada, por favor, não espere ela no carro. Seja um cavalheiro e busque a dama na porta. Boa sorte, loser!
Olhei para a porta da casa de Kornkamon e depois para o volante.
Inspira... expira. Inspira...expira.
- Vamos lá, Samanun! Você consegue. - Falei comigo mesma, olhando para o meu reflexo no espelho retrovisor. - Vamos lá! Você vai sair com a Kornkamon. A Mon. Não a deixe esperando.
Sorri com minhas próprias palavras. Era isso... íamos sair juntas.
Abri a porta do carro e saí, tomando todo cuidado para não pisar na barra do vestido e cair batendo com os dentes no chão, tendo como fim de noite uma cama de hospital e alguns pontos no rosto. Péssimo dia para usar salto.
Quando ia fechar a porta, meu celular tocou novamente.
[Nam] - Tem um buquê no banco de trás...E....bom, como eu sei que gosta de gardênias, achei que fosse a flor ideal para que entregasse à Mon. O significado você sabe... amor secreto. Se cuida e boa sorte! Beijos da Song <3
Song... isso tinha que ser uma de suas obras de arte.
Quando finalmente estava parada em frente à porta de Mon, após ter apertado a campainha, eu aguardava "calmamente" sua aparição. De repente, o nervosismo sumiu de mim, junto com meus sentidos e batimentos. Eu apenas estava em pé e respirando, só não sabia como.
"Estou saindo", ouvi-a falar alto lá de dentro.
O som de seu salto colidindo contra o chão, indicara sua aproximação em passos rápidos.
Foi nessa hora que todos os meus sentidos voltaram com força; bruscamente, meu coração disparou, tropeçando em suas batidas. Percebi que estava tremendo quando coloquei os braços para trás, escondendo o buquê. Por fim, prendi o fôlego, estufando o peito e fazendo - ou tentando fazer - cara de paisagem, na intenção de parecer o mais casual possível quando ela abrisse a porta.
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The Last Coffee
RomanceEla era uma escritora no auge de seu fracasso, não vendia mais livros, nem escrevia mais poemas, ainda não havia aprendido o quão bela era a poesia de um coração em desordem. Enquanto isso, do outro lado de um balcão, esperando-a com mais um café qu...