Point of view Mon
A lentidão daquele beijo foi tornando-se desesperadora para os corpos que desejavam se unir. Nossos lábios começaram a se movimentar um sobre o outro com urgência. O calor que saia da união dos nossos corpos só deixavam a prévia do quão devastador seria quando a união total acontecesse. Os lábios macios de Sam se separaram dos meus e foram deslizando em uma trilha de beijos percorrendo por meu maxilar até chegar na pele do meu pescoço, onde os beijos não foram suficientes e deram lugar a mordidas e chupões que fizeram meu corpo se arrepiar. Enquanto suas mãos subiam e desciam por minhas pernas em uma carícia quente, Sam afastou sua boca quente da minha pele por alguns segundos e me olhou. Sua íris que antes era de um castanho claríssimo, agora me apresentavam um novo tom tão escuro quanto a noite. Seus olhos transbordaram os sentimentos que sua boca não ousava falar. Sam me olhava como se eu fosse seu próximo pecado a ser cometido, que ela cometeria com orgulho e ainda repetiria a dose por puro prazer. As chamas da luxúria estavam apenas se ascendendo. Ainda eram pequenas faíscas, mas daquelas faíscas surgiria um incêndio de corpos, toques e prazeres. Eu fechei os olhos sentindo os lábios macios de Sam colidirem contra os meus novamente, beijando-me com gana. Meu rosto estava formigando, avisando de que eu não deveria ter bebido tanto, mas se não fosse meu nível de álcool elevando, certamente não teria coragem de fazer o estava fazendo.
- Acho que esse sofá é muito pequeno para nós, vamos para o quarto? - Eu sussurrei perto de seu ouvido e mordisquei o lóbulo de sua orelha, fazendo-a se arrepiar. O perfume de Sam estava me deixando embriagada, que mulher cheirosa, céus! O aroma forte, amadeirado, misturava-se com o frescor da menta que emanava de seu hálito e aquela mistura, combinava perfeitamente com ela, desejei ter aquele perfume impregnado em mim. Sam me lançou um olhar profundo e meneou com a cabeça negando minha sugestão.
- Eu tenho uma ideia melhor.. - Sua voz se arrastou em meio a rouquidão de seu timbre e por Deus, aquilo iria me enlouquecer. Sam espalmou as mãos em minhas coxas e segurou com firmeza, para logo depois se levantar comigo em seu colo e me deitar no tapete de camurça em frente à lareira. Seu olhar veio subindo por minhas pernas ainda cobertas pela calça de moletom, até chegar em meu rosto. O choque violento do encontro de nossas íris me arrepiou por inteiro. Ao mesmo tempo que tudo tendia a ser puramente carnal, nossos corpos mudavam as reações e ações, transformando qualquer toque, qualquer olhar, em apenas um complemento para os sentimentos se unirem.
Sam deslizou as costas de sua mão sobre a maçã de meu rosto em uma carícia lenta e suave. A mudança do castanho escuro para o claro foi rápida, como se naquela mudança, ela voltasse a ser o anjo luminoso de antes e abandonasse o demônio que insistia em possuí-la com sua luxúria. A luxúria teria sua vez, mas aquele ainda não era o momento.
- Você tem certeza? - Perguntou. Nos seus olhos era possível ver sua real preocupação. Estávamos um pouco altas pelo vinho, tudo ainda era muito recente e ambas estavamos um pouco carentes. Mas, apesar do álcool, eu tinha a plena certeza do que estava fazendo. Existiam perguntas girando na minha cabeça que só aquele ato poderia responder, e existiam sensações em mim que só ela poderia conter. Eu nada falei, minha resposta veio a seguir, quando puxei-a pela gola da blusa, unindo nossos lábios em um beijo calmo, mas avassalador.
Senti a frieza da pele de Sam tocar a região quente de minha barriga, suas mãos seguraram a barra da minha regata e começaram a subir a mesma, nossos lábios foram separados apenas para que a blusa passasse pela minha cabeça e logo depois a união voltou a acontecer. Era impossível manter-me longe daqueles lábios. Eles clamavam por mim. Eu estava hipnotizada por aquele deslizar delicioso e macio de nossas bocas. Eu estava em um vício extasiante movido pelo sabor mentolado de seu hálito. Meu corpo implorava por mais e mais a cada instante que eu sentia sua língua deslizar pela minha. Tomei a liberdade de me desfazer de sua blusa também e assim que o fiz, abri os olhos para contemplar a visão e foi como se eu estivesse vendo uma versão mais aprimorada de Afrodite. Seu corpo de pele alva, tinha como impacto o sutiã preto de renda, que apertava seus seios. A barriga lisinha e perfeitamente desenhada, a cintura exibia a curvatura perfeita para que eu me perdesse. Aquela mulher diante de mim era muito mais que Afrodite, muito mais sensual que Vênus, ela era a Samanun.
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The Last Coffee
RomanceEla era uma escritora no auge de seu fracasso, não vendia mais livros, nem escrevia mais poemas, ainda não havia aprendido o quão bela era a poesia de um coração em desordem. Enquanto isso, do outro lado de um balcão, esperando-a com mais um café qu...