- Um mês depois -
Point of view Samanun
- Mais para a esquerda. – Falei para Nam, que estava colando um quadro na parede. Ela puxou um pouco a moldura para o lado dito. – Isso! Agora um pouco mais para a direita. – Nam bufou, mas fez. – Agora, um pouco mais para cima.
- Samanun, vai tomar no seu...
- Opa, mulher grávida de uma criança que já ouve passando. – Song adentrou o local e nos roubou risadas. – Ah, isso está torto, Nam. – Falou Song encarando e apontando para o quadro.
- EU FALEI! – Exclamei. Song e eu batemos "High Five". Nam revirou os olhos e após ajeitar o quadro, desceu da escada.
- Vocês juntas são insuportáveis. – Resmungou.
- Continue sendo malcriada e vai dormir no sofá por essa noite. - Song cruzou os braços, apoiando-os em cima de sua enorme barriga e eu quis rir da situação, mas como não queria levar um tapa dela, engoli aquele riso. Riria daquilo depois, quando estivesse só.
- Como não pensamos nisso, não é? Mon é realmente um gênio. – Comentei ao me sentar no sofá. Nam e Song se sentaram ao meu lado e assim, contemplamos nossa obra.
- Não vejo a hora de inaugurar. – Nam disse sorridente, seus olhos brilhavam.
- Ally colocou a inauguração no jornal, anunciando data e tudo. – Comentou Song. Eu me levantei e passei os olhos por toda a extensão daquele lugar. Orgulho era o que eu mais sentia naquele momento.
Um mês havia se passado e após Mon ter tido aquela brilhante ideia, a minha vida, de Mon, Nam, Kade e Song haviam mudado. Dando um breve adeus à literatura, troquei a caneta por martelo e pregos. Nam deixando seu escritório, trocou as roupas sociais por um macacão e uma maleta de ferramentas. Kade deixou a editora e se juntou a nós com sua força nos braços e sua grande habilidade com eletricidade. Contamos também com a ajuda de Aon e seu talento com vidraças. Song continuou sendo arquiteta e Mon sua ajudante. Passamos noites e mais noites em claro. Cortamos madeira, pintamos paredes, refizemos instalações elétricas. E agora, com as mãos um pouco calejadas, ásperas e machucadas, olhávamos nossa obra de arte pronta. Cada prateleira, cada mesa, cada cadeira, cada detalhe, tudo ali tinha nosso suor, nosso esforço e após tanto trabalho, nossa cafeteria estava pronta. Fizemos um ambiente aconchegante e bastante acolhedor. Nas mesas, a brilhante ideia veio de Mon. Fizemos recortes de poemas e colamos sobre o tampo, selando com uma camada de vidro. Cada mesa tinha poemas de um autor diferente. Até eu entrei em uma dessas mesas. O resto da ambientação Song e Mon trabalharam juntas, colocamos prateleiras com livros, revistas e um enorme mural para que quem ali estivesse e tivesse a ideia de um poema, pudesse ir lá e escrever. Apesar do trabalho, do cansaço e das noites perdidas de sono, era bastante emocionante ver tudo concretizado.
- "Coffee Poetry, misturando café com poesia.". – Recitou Song o enunciado da coluna que falava sobre nossa cafeteria.
- Aposto que foi Kornkamon quem escreveu isso. – Nam falou e eu concordei.
- E por falar em Mon, aonde está ela, Song? – Perguntei olhando para a grávida sentada no sofá. – Me lembro dela ter dito que sairia contigo hoje. – Acrescentei.
- E ela saiu, Sam. – Song disse. – Nós saímos para trocar uns tapetes que ela não gostou, após isso voltamos ao apartamento de vocês, ela finalizou a decoração dele e foi para a casa da mãe, pois as duas iriam à uma consulta, juntas. – Explicou.
- Você não deveria ir também? – Indagou Nam.
- Não. Essa é com a nutricionista, Mon me dispensou.
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The Last Coffee
RomanceEla era uma escritora no auge de seu fracasso, não vendia mais livros, nem escrevia mais poemas, ainda não havia aprendido o quão bela era a poesia de um coração em desordem. Enquanto isso, do outro lado de um balcão, esperando-a com mais um café qu...