Point of view Kornkamon
A vida se encarrega das mudanças. Esse era meu maior pensamento durante aquele mês que se passou. Minha vida mudou totalmente, em todos os quesitos. Agora, eu gerava um filho no meu ventre, enquanto aguardava a próxima semana chegar para finalmente me casar com o anjo por trás de todas essas mudanças. Sam havia transformado minha vida, mesmo com ela sempre afirmando que eu havia mudado a sua. Acho que nós meio que nos transformamos. Em um mês nós montamos nossa casa, a cafeteria e ainda sim, tivemos tempo para nos amar ainda mais em cada dia. A vida e suas mudanças. Sempre chegando de surpresa e nos pegando desprevenidos.
- Mon, você tem certeza que vai querer se casar assim, sem pompa? – Yuki perguntou como quem não quer nada. Eu pausei a escolha de tolhas para olhar para ela.
- Tenho, Yuki. Eu não quero aparecer nas fotos do meu casamento, imensa de gorda. – Respondi e tornei a fitar os tecidos das toalhas.
- Se é assim que quer, né?! - Yuki deu de ombros e ao final, riu.
- Casamento dá muito trabalho, Yuki, festa de casamento, aliás. – Falei enquanto separava duas toalhas de banho em algodão puro. – E eu não preciso disso, eu e Samanun não queremos. Nós só queremos oficializar nossa união e iniciarmos nossa vida de casadas.
- Tudo bem. – Yuki fez uma voz estranha e ficou com uma cara de quem estava escondendo algo.
- Yuki Hansen, desembucha!
Ela arregalou o par de olhos e engoliu seco.
- Nam quer fazer uma festa para vocês. – Yuki falou tudo de uma vez, numa velocidade assustadora.
- Nossa, hein, valeu! – Nam surgiu feito uma espiã por entre as estantes da loja.
- De onde é que você saiu, assombração?! – Perguntei realmente curiosa e assustada com sua aparição.
- Eu estava comprando fraldas. – Ela ergueu a sacola da farmácia. – Aí vi vocês aqui, quando estava passando e resolvi vir dar um sustinho, mas bem na hora que eu ia dar o susto, essa bocuda dá com a língua nos dentes. – Nam fuzilou Yuki com os olhos e eu acabei rindo.
- Nam, nada de festas. – Após falar, dei as costas e fui para a sessão de panos de mesa.
- Kornkamon, por favor... – Nam surgiu na minha frente fazendo uma carinha muito cômica de cachorro pidão.
- Aposto que aprendeu a fazer essa cara com a Samanun. – Driblei seu corpo e continuei andando.
- Foi com ela sim. – Nam falou animada, como se aquilo fosse ajudar. Me virei para ela e analisei seu rosto esperançoso.
- Pena que isso só funcione quando são aqueles olhos me pedindo algo. – Tornei a andar e soltei um riso maléfico.
- Monzinha... – Nam começou a puxar a barra do meu vestido igual uma criança pirracenta. – Por favorzinho... – Ela insistia em fazer aquela carinha. – Poxa, minha amiga vai finalmente se casar e você não vai nem me deixar comemorar esse milagre? Não é todo dia que Samanun Anantrakul desencalha.
- Ainda bem que não é. – Rebati. Nam permaneceu me olhando e algumas lágrimas rolaram de seu rosto.
- Você vai ser cruel a esse ponto comigo? – Ela caiu em prantos. – Logo eu que sempre shippei vocês... – Colocou a mão no coração e me olhou. Todos da loja começaram a olhar a novela mexicana que acontecia ali. Yuki e eu tínhamos a mesma expressão, braços cruzados e mão no queixo, observando até onde Nam ia com aquele drama. – Por favor... é tudo que eu te peço.
Eu olhei para Yuki e depois para Nam.
- Se eu aceitar, você para com essa choradeira?
- SIM CLARO! – Rapidamente ela se animou.
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The Last Coffee
RomanceEla era uma escritora no auge de seu fracasso, não vendia mais livros, nem escrevia mais poemas, ainda não havia aprendido o quão bela era a poesia de um coração em desordem. Enquanto isso, do outro lado de um balcão, esperando-a com mais um café qu...