Capítulo 6

450 47 27
                                    

Oh Misuk.
Sábado, 30 de março.

De repente, quando menos percebi, já era o dia do campeonato, depois de uma semana de treinamento, eu me sentia pronta apesar do pouco tempo de treinamento, eu já me sentia nos Estados Unidos (ou Canadá, sei lá), isso podia ser um pouco de arrogância da minha parte, mas eu sabia que as outras boxeadoras do sub dezessete não eram páreas para mim. E lá estava eu, esperando na frente da academia com uma mochila pesada nas costas ao lado de Sungyeon, que me encarava, aquele jeito introvertido e sério dele fazia ele apenas me olhar de canto de olho mas de forma bem julgadora.

—O que foi?— Perguntei.

—Você não tem senso de moda mesmo, né?

Revirei os olhos, o que aquele bunda mole tinha contra a camisa azul claro com listras mais escuras roubada do meu pai, a bermuda laranja e os meu all star laranja neon?

—O que você chama de falta de senso de moda, eu chamo de criatividade.— Dei de ombros. —Já você é bem sem graça.

Foi a vez de Sungyeon revirar os olhos, eu tinha absolutamente tudo contra a camiseta branca dele, ensacada na calça de alfaiataria azul escuro, quase preta e os tênis pretos da Adidas.

—Azul e laranja, é sério? Eu acho que laranja não é sua cor.

—E eu acho que branco não é sua cor, você é tão pálido que fica até transparente usando essa camisa.— Argumentei.

—Mas você é uma ignorante da moda mesmo, né? Branco combina com qualquer um.— Ele revirou os olhos como se eu fosse estúpida.

—Pare de me tratar como estúpida, bundão.

—Vou parar de te tratar como estúpida quando você parar de agir como tal.

—Ah não, garoto mal.— Dei um tapinha no ombro dele.

—Já te falei pra parar de me tratar como um cachorro.— Sungyeon cerrou os dentes e eu pude notar que ele tinha os caninos maiores e mais pontudos que a maioria das pessoas.

—Cachorro.— Apontei para os dentes dele.

—Que?

—Ijo.— Ri. —Quis dizer: você tem dentes de cachorro, só falta começar a latir.

Continuei rindo.

—Não teve graça.— Ele franziu o cenho. —E eu com certeza não vou latir.

De repente, o carro do senhor Baek parou na frente de nós dois e buzinou.

—Graças a Deus, senhor Baek.— Ele murmurou, abrindo a porta do carro e entrando.

(...)

—Eu vejo com os meus olhinhos.— Cantarolei olhando ao redor. —Alguna coisa branca.

Já faziam quarenta minutos que estávamos no carro do senhor Baek, Sungyeon estava no banco de trás, entediado e eu estava ao lado do senhor Baek.

—Não sei, as estrelas?— Senhor Baek indagou.

—Não.

—A lua?

—Não.

—Não vejo mais nada branco.

—A pele do Sungyeon.

—Meu nome não é Sungyeon, isso é um nome feminino.— Ele se pronunciou pela a primeira vez em pelo menos meia hora. —Não é difícil é só Park Sunghoon.

Sweater WeatherOnde histórias criam vida. Descubra agora