Capítulo 12

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Oh Misuk.
Sexta-feira, 6 de abril.

Segurei as alças da mochila enquanto ia em direção à escola, eu não estava nem um pouco animada para a missa naquela manhã, as quais eu geralmente faltaria, mas a cobra estaria lá naquele dia, inspecionando todos os alunos. Que saco, dessa vez eu não tinha muitos bons motivos para faltar, quer dizer, a velha não ia mais acreditar em cólica, febre, dor de cabeça, meu cachorro que ficou doente (não tenho cachorro), a porta da lavanderia quebrou e eu não consegui sair de casa, até porque minha mãe já desmentiu todas essas histórias, o que eu poderia inventar agora? Que estou em um campeonato? Isso nunca ia funcionar, que droga.

De repente, saí dos meus pensamentos quando avistei Sunghoon, saindo de casa, que ficava no outro lado da rua da minha escola, então tive uma ideia brilhante. Corri para o outro lado da rua, parando na frente de Sunghoon que estava com sua cara de morte e desanimação como sempre, perfeito, era isso que eu precisava.

—Park Sunghoon! Qual é sua primeira aula, rápido! Não tenho muito tempo.— Falei um pouco apressada.

—Céus Misuk, tão cedo?— Ele ergueu uma sobrancelha. —Inglês, por que?

—Gosta de aulas de inglês?

—Detesto.

—Perfeito.— Sorri. —Me ajude.

—Misuk, eu não posso...

—Shhh.— Coloquei meu indicador sobre os seus lábios. —Seus pais não estão em casa, estão?— Sussurrei.

—Que tipo de pergunta é essa?— Ele pareceu mais confuso que nunca. —Misuk, eu sou novo demais pra isso, e principalmente com você... Eu não faria.

—Eu não tô falando disso, bobão! Deus me livre.— Dei um tapinha em seu ombro. —Me responde, vai!

—Tá bom, não estão, por que?

—Eu sei que isso vai soar estranho...

—O que você diz que não soa estranho?

—Eu só preciso que você finja que se machucou, tipo, sei lá, que levou um chute nas bolas, eu vou te socorrer e vou ter uma boa desculpa pra não ter que levar uma bronca da diretora cobra e você não vai ter que ver aula de inglês.

—Uau, você tem um ótimo respeito pelos mais velhos.— Ele revirou os olhos.

—Valeu, tenho melhorado nisso.

—Eu fui sarcástico.— Sunghoon estreitou os olhos levemente.

—Certo, tanto faz, vai me ajudar ou não?— Coloquei minha melhor cara de filhote abandonado. —Por favor Sunghoon, eu não sou católica, não quero assistir uma missa.

—Você tem missa na escola?

—Sim, é um colégio católico.— Continuei implorando. —Por favor.

Sunghoon olhou para mim, parecendo não estar impressionado com minha cara de cachorrinho abandonado, apenas erguendo uma sobrancelha levemente. De repente, ele suspirou olhando para mim com os olhos ainda meio estreitados e disse:

—Tá bom, vou te ajudar, mas você vai ficar me devendo uma.

—Isso! Valeu Sunghoon.— Comemorei baixinho. —Agora finge que levou um chute no saco, vai! Rápido!

—Ninguém vai acreditar nisso, você é estúpida?

—Eu aposto que vão.

—Se alguém for imbecil o suficiente para acreditar nisso, eu vou descolorir meu cabelo e vou virar um poodle!

Sweater WeatherOnde histórias criam vida. Descubra agora