Capítulo 23

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Park Sunghoon.
Sexta-feira, 7 de junho.

Quando me dei conta, eu estava dentro de uma boate, tocando uma música alta enquanto as pessoas dançavam, bebiam e eu sentia um cheiro de suor misturado com cigarro, tudo isso enquanto Misuk puxava meu braço, me guiando em meio a multidão. Eu não tinha ideia se ela tinha um plano, mas nada vindo de Misuk me cheirava muito bem (talvez fosse só o cheiro de cigarro e cocaína).

—O que você está fazendo? Não tem nada em mente?— Tive que praticamente gritar para que Misuk entendesse.

—Estou fazendo o que faço de melhor: improvisar.

—Então você simplesmente decidiu que seria uma boa ideia simplesmente entrar nessa boate sem um bom plano? Que merda é essa?

—Confia em mim, Sunghoon.— Misuk se virou para mim, dando um sorrisinho.

Por que ela fica tão linda de cabelo longo?

Quer dizer, a cor daquela peruca era horrível, quase um amarelo de marca texto, mas por algum motivo, o jeito que ela colocava as mechas da peruca atrás da orelha e sorria era extremamente fofo. Sei lá, ela combinava com o cabelo curto, aquele cabelinho era a coisa mais Oh Misuk sem ser exatamente Oh Misuk, mas minha mente continuava voltando para o pensamento de que ela ficaria muito linda de cabelo longo.

Pare de pensar nisso, pare!

—Ei, você conhece uma tal de senhora Heo?— Fui tirado de meus pensamentos quando ouvi Misuk perguntar a o que pareceu uma funcionária do local.

—Não sei não, querida.— A mulher respondeu em uma voz aveludada. —Você e seu namorado gostariam de uma bebida.

—Não, muito obrigado.— Fui rápido em responder antes que Misuk fizesse mais alguma besteira.

—Tudo bem, mas nós também oferecermos alguns serviços especiais.— Um sorriso de canto apareceu no rosto da moça.

—Nós não estamos interessados.

A mulher se retirou e se olhar matasse, eu já teria um corpo pra esconder, porque tenho certeza que praticamente fuzilei Misuk com o olhar.

—O que foi?— Ela perguntou como se não tivesse nada demais em me levar a uma boate sem plano algum do que fazer e ainda me fazer falar com uma mulher de profissão extremamente duvidosa.

—Você vai ficar perguntando pra todo mundo se conhecem sua mãe, que porra de ideia é essa?

—O que pode dar errado?— Ela ergueu as sobrancelhas.

—Ah, não sei, talvez uma garota de dezesseis anos em uma boate com um vestido claramente curto demais pra a idade dela, perguntando sobre a mãe dela pra um monte de estranhos não seja uma coisa muito boa.— Falei sarcasticamente. —Vamos pra casa logo.

De repente, Misuk olhou fixamente para sua esquerda.

—Espere, acho que vi algo útil.

Ela me puxou em direção ao lugar que ela estava olhando, andando em passos rápidos enquanto eu pedia desculpas a todas as pessoas que acabavam esbarrando em nela, já que ela parecia focada demais para ter o mínimo de educação e pedir desculpas para as pessoas. Nós paramos num canto mais vazio da boate, onde um senhorzinho de idade estava limpando o que parecia ser vômito do chão, nojento.

—Senhor!— Misuk o chamou. —Eu preciso perguntar uma coisa.

—O que há?— O homem parou de limpar, se virando para nós.

—O senhor por acaso conhece uma senhora Heo que já trabalhou aqui?— Ela perguntou enquanto eu me mantinha em silêncio.

—Senhora Heo?— O homem pareceu pensar por alguns segundos. —Acho que me recordo, por que?

Sweater WeatherOnde histórias criam vida. Descubra agora