Boston, MA. 17 de Fevereiro de 2014.
Chris
Continuei tentando me concentrar naquele emaranhado de argila entre as minhas mãos, mas, nossa, ela é tão linda.
– Para de encarar! – Nick disse, dando um chute leve na minha cadeira por trás.
– Não tô! – Fiz uma careta pra ele, tentando disfarçar. Voltei a olhar pra frente e molhei mais a argila, como a professora estava ensinando. Mas, sem perceber, meus olhos encontraram ela de novo. O jeito como o cabelo dela cai sobre os ombros... ou aquele biquinho que ela faz quando está concentrada. Desde que as aulas de cerâmica começaram, não consigo parar de olhar pra ela. E hoje, pra piorar, ela chegou atrasada e acabou sentando no único lugar vago, bem ao meu lado.
– Você precisa de ajuda? – A voz da professora me tirou do transe, e demorei uns segundos pra entender que ela estava falando comigo. – Qual o seu nome?
– Christopher. – Respondi. É sempre assim, os professores demoram a decorar os nossos nomes.
– Samantha, será que você pode ajudar o Christopher com a argila? Acho que ele molhou demais. – Ela pediu para a menina ao meu lado. Samantha sorriu, pegou um pano seco e arrastou sua cadeira pra mais perto da minha. Meu coração deu um salto.
– É sua primeira vez na aula? – Ela perguntou, me olhando com aqueles olhos castanhos tão bonitos. Eu neguei com a cabeça.
– Não... – Foi tudo o que consegui dizer. Ela riu baixinho e começou a secar o excesso de água da minha argila com o pano. Tentei controlar meu coração. Será que todo mundo está ouvindo ele bater assim?
– Não te vi nas outras aulas. – Comentou, tentando puxar assunto. Respirei fundo. Para de ser bobo, Chris, fala com ela!
– Acho que você estava sentada mais na frente. Eu sempre fico no fundo – Consegui responder. Ela assentiu, com um sorriso de canto, e olhou para minhas mãos.
– Você não precisa colocar tanta força pra moldar, Christopher – Explicou com paciência, enquanto limpava a argila acumulada entre meus dedos. – Vai com mais delicadeza, assim o material não fica grudado.
– Chris. – Corrigi, sentindo o rosto esquentar. Ela olhou pra mim de novo, e o brilho nos olhos dela me deixou ainda mais nervoso. – Me chama só de Chris.
– Tudo bem, Chris. – Respondeu com um sorriso. – Pode me chamar de Sam então.
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Always You | Chris Sturniolo
FanfictionChris e Sam sempre foram inseparáveis, desde os flertes de "brincadeira" até as confidências nas madrugadas. Entre risos, trocas de olhares e momentos que pareciam roubados do tempo, ambos guardavam um segredo que crescia como uma chama silenciosa:...
