Did she run away?

35 1 0
                                    

Jaime pensou demais enquanto abraçava Brienne, então engoliu os soluços, mas as lágrimas caíram.

-É minha culpa...se eu tivesse morrido e salvado vocês duas...eu quase te perdi aquela noite e deixei levarem nossa filha...levaram a minha pequena...--Jaime não conseguiu ser forte e fechou os olhos com força--Fazem sete anos...sete anos que eu penso todo dia em como ela é, se puxou sua bondade, se tem meus cabelos, se...se é que ela tá viva...a verdade é que eu nunca vou poder trazer ela de volta pra gente. Eu paguei o preço mais alto por meus pecados, e você pagou junto sem dever nada...sem dever...

-Amor...--Brienne colocou as mãos no rosto dele limpando suas lágrimas--Sangramos da mesma forma...eu não te ajudei aquela noite...eu não pude...--Brienne chorou--

-Você tava debilitada de um parto, que quase lhe matou...--Jaime a apertou nos braços--

O vazio que a primogênita deles deixou, era incomensurável, ela fugiu? Eu não sei...se ela fugiu, volta, volta pra casa...

-Alyssa fugiu...?--A voz de Aenor pediu rouco chorando por ver os pais assim--

-Como um fantasma...?--Saphira indagou com os olhos azuis cheios de lágrimas--

Brienne não tinha mais de onde tirar forças pra falar sobre aquilo, Jaime foi até as crianças e se abaixou.

-Há maldade no mundo meus filhos, que vocês não entenderiam agora...mas naquele dia...levaram a irmã de vocês...--Jaime fungou--

-Pra onde?--Aenor indagou--

-Longe...muito longe...--Brienne limpou as lágrimas e foi até eles abraçando--

Agora as crianças sabiam, sabiam sobre a princesa, Jaime saiu dali, não aguentando, fincou a espada na neve e se ajoelhou, abaixou a cabeça lembrando dos poucos momentos que segurou Alyssa, como ele e Brienne tinham vivido aquela gravidez cheia de alegria que acabou no preto de um luto.

Arya estava lá fora e deu um suspiro, não tinha tempo para riches antigas.

-Para de se culpar tanto...As vezes a vida só arranca aquilo que amamos sem explicação, não foi sua desonra que a matou, se fosse resultado de honra meu pai estaria vivo. Apenas maldade...mal tão puro quanto da sua irmã. --Arya suspirou. --

-Eu mesmo devia ter a matado.--Jaime exclamou--

-Mas não fez. --Arya disse o encarando--Vai pra dentro, sua esposa precisa de você, não é porque é uma mulher forte que o coração seja tanto quanto seus braços.

*

Aurora lia um livro quando Cersei entrou no quarto. Cersei nunca dormia sem antes beijar a testa da filha e lhe desejar boa noite, Cersei desdenhava qualquer Deus, e o único anjo que ela chamava era Aurora.

-Mamãe...--Aurora sorriu--

-Ainda acordada, meu passarinho?--Cersei se sentou na cama e colocou uma mecha de cabelo de Aurora atrás da sua orelha--

-O sono não veio hoje mamãe...--Aurora suspirou--Acho que estou ansiosa para aprender a lutar, mas...não quero parecer uma selvagem.

Cersei sorriu lhe beijando a testa.

-Óbvio que não minha leoa...será uma rainha, uma rainha perigosa, mortal.--Cersei a aninhou em seus braços--

Aurora se acolheu lá, sentindo o calor e o cheiro de Cersei, um cheiro de perfume com vinho, mas que a acalentava, naqueles braços que foi o único amor que ela reconheceu.

Cersei pegou o livro e continuou lendo a história sob a fraca luz do lampião, perto do final, que Aurora sabia de cor, a Princesa havia adormecido em seus braços. Cersei sorriu tão doce, colocou o livro na cômoda e quando foi levantar Aurora a prendeu.

-Mamãe...--Aurora disse dormindo em uma voz quase inaudível--

Cersei abraçou-a, se deitou em baixo daquelas cobertas e fez o seu leito junto o de sua filha.

*

Jaime olhou Brienne dormir, ergueu a mão e passou delicadamente os dedos em seu rosto, a mulher que o mudou...que fez sua vida valer a pena, a mulher que mudou seu destino, em uma noite cheia de horrores qual se conheceram, o maior medo que enfrentaram foi a face do amor. A morte era apenas um jogo de sobrevivência, agora o amor, foi o jogo qual os dois perderam.

-Eu te amo...--Jaime cochichou no ouvido dela, puxando as peles sob o colo dela a protegendo do frio. --

Brienne sorriu fraco entre os fios de cabelos loiros, agora longos. Brienne segurou a mão dele, abriu os olhos um pouco, ainda sonolenta.

-eu te amo...se um dia eu for embora...nunca duvide disso...--Brienne disse o olhando--

-Onde você vai, eu vou. --Jaime disse beijando os lábios dela delicadamente--

O único homem que Brienne entregou seu coração, seu corpo, sua alma, tudo nela pertencia a ninguém mais além dele, até a última gota de seu sangue e pulso do seu coração.

-Eu sei que nunca seria eu sem sua segurança...--Brienne o abraçou, deitando a cabeça no peito do marido, sentindo o seu calor e seu coração pulsar, o coração de ambos batiam um para o outro--

Jaime a segurou no seu peito, beijando sua cabeça, como ele amava...sentir o cheiro dela, o corpo que antes era mais fino se tornou mais encorpado pelas gravidez, mas ainda tão forte quando ele a conheceu. Que dádiva do destino poder a segurar e chamá-la de sua.

E numa estação, como a primavera, sentimentos são, como uma canção, para a Bela e a Fera.

RevengeOnde histórias criam vida. Descubra agora