my little soldiers

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Brienne não queria sair dos braços do marido, o coração batia doído no peito quando a voz de Saphira lhe chamou.

-Mamãe...--A pequena disse--

Brienne se levantou colocando o roupão e se abaixou da altura da filha.

-O que foi? Por que tá acordada meu anjo?--Brienne passou a mão no rosto dela--

-Você vai embora...?--Ela indagou querendo chorar--

-Não meu amor...--Brienne pegou a pequena no colo--

Saphira se agarrou no pescoço da mãe enquanto olhava seu pai em um sono tão profundo.

O coração de Brienne se partia em deixar o marido e os filhos para trás, a sensação de não poder proteger a quem amava lhe rasgava como facas afiadas.

Quando o sol nasceu, Jaime cobria Brienne com uma capa nas costas enquanto o cavalo cavava o chão, inquieto.

-Me promete que não vai ser imprudente, vai cuidar das crianças...que eu sei que vai conseguir muito bem. --Brienne clamou--

Jaime concordou com a cabeça.

-Mas esteja ciente, uma lua que você demorar, irei atrás de você. --Jaime a segurou pela nuca--

Brienne entortou a cabeça pro lado com os cabelos caindo sobre seu rosto.

Dois soldados em uma armadura, para levar pra casa seus soldadinhos.

-Eu te amo...teimoso...--Os lábios dela encostaram os dele--

Jaime a beijou e só a largou porquê as crianças se enfiaram no meio dos dois.

-A gente promete não perturbar o papai...--Aenor disse dando um sorriso--

-Por favor, se comportem. --Brienne beijou o rosto dos filhos--Vossa graça...--Brienne abaixou a cabeça para Sansa--

Sansa foi até ela respirando fundo.

-Faça uma boa viagem...--Sansa segurou em sua mão--O norte estará seguro. --Olhou a Jaime--

Jaime abaixou a cabeça em concordância.

Antes de Brienne subir no cavalo, Jaime a puxou novamente para ele, beijando seus lábios repetindo em tom baixo e grave o quanto a amava, não queria soltar aquela mulher de seus braços, não queria ficar longe de seu calor.

Brienne o olhava nos olhos, os seus olhos azuis tão calmos enquanto falava que o amava, passando confiança, mas não o suficiente que deixasse o coração dele bater sossegado.

*

Tyrion bebia com Jon, rindo de coisas bestas quando a porta se abriu, Daemon veio correndo até o pai com um sorriso em seu rosto, talvez a loucura Targaryen não fosse tão ruim assim.

-Pai! --O garoto exclamou correndo até Jon--

-O que foi garoto?--Jon sorriu para o filho--

-Mamãe me levou até o Drogon! Ele está me aceitando como montador! --Daemon sorriu--

Daenerys entrou no local rindo, estavam cheirando a dragão.

-Eu lhe disse.--Jon bagunçou os cabelos dele--

-Conte a eles o que me disse Daemon. --Daenerys disse sorrindo--Seu pai irá adorar de ouvir.

Tyrion pensou em falar alguma besteira porém segurou sua língua atrás dos dentes.

-Quero ir pro Norte, papai! Mostrar a eles o Drogon, e mostrar que serei um bom rei...mas isso eu quero que demore. --Daemon disse sorrindo--

-Meu irmão irá adorar ver isso. --Tyrion comentou bebendo--

-Também quero conhecer a sua família, Lord Tyrion, ser Jaime, a esposa e filhos...--Daemon deu um suspiro--Eu preciso conhecer o futuro Lord de Casterlyn Rock, eu sinto muito pela Lady...

-Todos sentimos meu filho, mas não acho apropriado você falar isso, principalmente a Ser Brienne. --Jon passou uma mão no rosto do filho--

Tyrion deu um suspiro pesado, toda essa história mal resolvida, algo lhe deixava inquieto, o desaparecimento de Cersei e logo da pequena, talvez fossem só consequências de vingança, ou fosse vingança.

*

Aurora estava abraçada em Cersei enquanto dormia, o coração de Cersei batia tão aflito. Beijou o rosto da filha, em meio a escuridão escutou a porta abrir. Seu olhar se levantou atento como uma leoa.

-Saia dos aposentos da minha filha. --Cersei cerrou os olhos em Euron pela luz fraca da vela--

-Informantes vieram dizer que Brienne está a caminho de Robert Arryn. --Euron disse--

Naquele momento Cersei entendeu o porquê do seu coração bater aflito.

-Ela vai desejar nunca ter nascido se vier até aqui. Não pode ser tão imprudente e fazer algo que aquela estupida da Sansa não mandou. --Cersei tinha a fúria de uma leoa enquanto cuspia as palavras--

-Qual as ordens se acontecer, Vossa Majestade?--Euron bateu o olhar na bela que dormia--

Cersei tapou a vista dele com seu corpo. Odiava que Euron fitasse os olhos em Aurora.

Era cedo demais, não sabia se Aurora estava realmente pronta, mas que fosse a cartada final, a última a derramar sangue, então tudo se ajeitaria, a 12 anos Cersei arrumava forças, a 12 anos ela preparou Aurora. E matar seu inimigo estava tão próximo de suas mãos. Mas ver as lágrimas de Jaime lhe daria mais prazer do que carnalmente fora lhe proporcionado.

-Traga ela a mim. --Cersei sorriu--

Aurora escutou a mãe falar e abriu os olhos lentamente, sem Cersei perceber, apenas ficou escutando.

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