ˢᵖᵃⁿᵏ ᵐᵉ, ᵈᵃᵈᵈʸ ⁻ ⱽⁱⁿⁿⁱᵉ ʰᵃᶜᵏᵉʳ

•𝚝𝚎𝚖𝚙𝚎𝚜𝚝𝚊𝚍𝚎 𝚙𝚊𝚛𝚝𝟸•

𝚟𝚒𝚗𝚗𝚒𝚎 𝚑𝚊𝚌𝚔𝚎𝚛

Contar que eu estava ficando com a Lily para o Noah não fazia parte dos meus planos, mas depois que ele "flagrou" o nosso primeiro beijo no quarto dela, eu não tive muita escolha, porque o cara começou agir estranho como se tivéssemos feito uma aposta para ver quem tiraria a virgindade da Lily e isso me incomodou pra caralho.

Não sei se foi ciúmes exatamente ou se eu só gostaria de ter certeza que me vingaria da Samantha, porém abri o jogo sobre estarmos nos aproximando e pedi pra ele parar de convidá-la para sair.

Por um lado, sei que estou errado, pois o Noah gosta da Lily e eu eu sequer sei o que sinto pela garota.

Por outro, não consigo imaginar a Lily com ele ou qualquer outro cara.

— Você vai comer cereal? — Lily perguntou para o Noah, ignorando a minha volta para a cozinha. Legal, mal o cara chegou e ela já esqueceu que existo.

Ele assentiu, pegando tigelas no armário.

— Como alguém prefere cereal com leite ao invés de ovos e bacon? Não é possível que seja tão bom assim — ela murmurou, emburrada.

— Está chateada porque não quero comer o café da manhã que você preparou para o seu namorado?

— Ele não é meu namorado, é meu cunhado — corrigiu, imediatamente.

— Uhum. — Noah sorriu de forma brincalhona.

Lily deu uma olhada de soslaio na minha direção e eu fingi que não vi sua indignação com a resposta sugestiva do meu melhor amigo.

Sentei novamente para terminar meu café da manhã e para o meu completo desgosto, Noah resolve tirar a sua blusa na nossa frente e a Lily sequer tenta disfarçar que está olhando para abdômen definido dele.

— Gostou, Lily? — Noah perguntou com malícia. — Se você quiser, pode ser seu e nem precisa dividir com a sua irmã. — Lily ficou pálida e sem palavras por alguns segundos.

— Eu gostei da tatuagem, na verdade, mas devo avisar que se vocês estão querendo fazer um ménage comigo, eu não tenho o menor interesse.

— Vai se contentar apenas com o seu cunhado, Lily?

— Um erro de cada vez. — Deu de ombros, pegando o prato e indo até a lixeira jogar sua comida.

Era a primeira vez que eu via a Lily estragar comida e com certeza, isso deve ser porque ela está muito puta comigo.

— Vou estudar no meu quarto. Com licença — ela disse, andando em direção a saída da cozinha.

— Obrigado, Noah — ironizei, levantando da cadeira em que estava sentando. — Muito obrigado mesmo.

— Eu só estava brincando, Lily! — ele gritou, defendendo-se.

Fui atrás dela e no momento que coloquei o meu pé no primeiro degrau da escada, ouvi uma porta sendo batida com muita força.

É hoje que a Lily me mata.

[...]

Abri a porta do seu quarto e a vi com meu celular encostado no ouvido.

— Está falando com quem, Lily? —questionei, irritado.

Ela moveu os lábios em silêncio e disse:

— Com Samantha.

— Desliga. — mandei falando da mesma forma, impaciente.

Lily negou com a cabeça e continuou escutando sua irma por longos cinco minutos enquanto eu esperava em pé.

— Não se preocupa com isso, Samantha. Nós estamos bem e irei avisar ao Vinnie que você ligou. Eu te amo também. —

Assim que ela desligou o celular, veio na minha direção.

— Você contou para o Noah que nos beijamos — ela acusou-me. — Eu não acredito que você é tão burro a esse ponto!

Franzi o cenho.

— Óbvio que contei ou a próxima cama que você iria deitar era a dele! Porra, você quase se jogou nos braços dele...

— Ele me trata melhor que você!

— Porque quer te comer, caralho! Todo homem trata bem uma mulher quando quer enfiar o pau nela.

— Eu jamais ficaria com o Noah —replicou baixo. — Nem sei por qual motivo deixei você me beijar.

— Porque eu sou bonito, gostoso e carismático — debochei, rindo.

— Eu não estou para brincadeira!

— Desculpa, Lily, mas ele é o meu melhor amigo e eu não poderia esconder isso dele.

— Melhores amigos que não podem ter privacidade?

— Noah gosta de você e mesmo que ele tenha me encorajado a ficar com garotas mais novas, não acho que ele te incluiu no pacote.

— Gosta de mim? — Ela pareceu não acreditar. — Naquele dia, lá na cafeteria, o modo como o Noah falou, deu a entender que você me beijou por incentivo dele.

— Não foi bem assim.

— Ok, tanto faz.

— Desculpa se te coloquei em uma situação ruim com o Noah.

— Tudo bem. — Ela cruzou os braços. — Eu tenho que estudar.

— Está chovendo! — Apontei para a janela.

— Lá fora sim, mas meu livros estão secos.

— Porra, Lily! - Passei as mãos no meu cabelo. — Não vamos brigar, por favor. Estamos começando a nos dar bem.

— Relaxa, ainda vou te chupar durante a noite, afinal, mesmo eu dizendo não, você continua insistindo até eu dizer sim.

Engoli em seco, sentindo uma angústia tomar conta de mim com a sua queixa e aproximei-me com cautela dela.

— Lily, você se sentiu abusada por mim em algum momento?

Ela fixou seu olhar no meu, mas não respondeu, então eu insisti:

— Pode falar a verdade, bebê. Juro que se você não quiser, eu nunca mais encosto um dedo no seu corpo.

— Não quis dizer que você abusou de mim, só falei que tudo que aconteceu foi por sua insistência e sair me expondo para os seus amigos é escroto demais.

— Eu só contei pro Noah.

— E se ele contar, mesmo que seja sem querer, pra alguém? — A garota observa o meu rosto. — A culpa vai cair sobre mim, porque você é homem e é instinto de homem trair a esposa, mas eu, sou mulher e pior, irmã da Samantha...

— Ninguém vai saber, Lily. O que aconteceu entre nós dois será um segredo meu, seu e do Noah.

— Precisamos parar. — Lily afasta-se de mim, quase entrando em pânico. — A partir de hoje, você vai dormir no seu quarto e nada de me fazer visitas noturnas.

— Se é isso que você quer, eu respeito. — Menti. Não ia adiantar tentar convencê-la de continuarmos juntos com ela quase tendo um ataque.

— Ótimo! Vai jogar videogame ou qualquer coisa que homens com síndrome de adolescente gostam de fazer.

— Quando terminar de estudar, vem jogar com a gente.

— Eu não sei jogar, vivia em um mundo isolado — repetiu as mesmas palavras que eu disse na sua festa de boas-vindas.

Ri sem humor por ter certeza que a essa altura do campeonato, eu não merecia estar sendo tratado como o babaca que ela conheceu.

— Você aprendeu a chupar meu pau sem leite condensado, tenho certeza que aprende a jogar um jogo on-line. — Dei um sorriso sarcástico e sai do seu quarto, deixando-a sozinha e com cara de quem estava pensando em como me matar.