• 𝙳𝚎𝚜𝚌𝚘𝚗𝚏𝚒𝚊𝚗ç𝚊 à 𝙼𝚎𝚜𝚊 •

971 63 27
                                        

Lily

A segunda-feira chegou, e com ela, a necessidade de voltar à rotina. Ainda sonolenta, forcei meus olhos a se abrirem ao som do despertador insistente ao meu lado.

O quarto estava levemente iluminado pelos primeiros raios de sol, e o ar estava fresco, denunciando que a manhã ainda estava no início. Me espreguicei, sentindo meus músculos se esticarem, e me forcei a sair da cama.

Me levantei, arrastando os pés pelo chão de madeira fria, indo direto ao banheiro. Acendi a luz, piscando algumas vezes para me acostumar ao clarão repentino.

O reflexo no espelho mostrava minha expressão ainda embalada pelo sono, os cabelos bagunçados e os lábios levemente inchados. Peguei a escova e comecei a pentear os fios, tentando domá-los antes de prendê-los em um coque frouxo.

Abri a torneira e lavei o rosto, sentindo a água gelada despertar cada célula do meu corpo. Escovei os dentes, prestando atenção em cada movimento, sentindo o frescor da pasta de hortelã.

Depois, peguei meu sabonete facial favorito, espalhando a espuma delicadamente pelo rosto, massageando devagar, aproveitando o momento para relaxar um pouco.

Enxaguei e sequei a pele com uma toalha macia.

Depois do rosto, cuidei do resto. Passei um hidratante de cheiro adocicado pelos braços e pernas, sentindo a pele absorver o produto rapidamente.

O perfume suave se misturou ao ambiente enquanto eu terminava minha rotina matinal. Troquei o pijama pelo uniforme do colégio: uma saia justa, gravata, meias caneladas brancos, um par de sapatilhas e uma blusa branca de manga longas, mas que realçava minhas curvas de forma sutil. Finalizei com um perfume leve e fresco, perfeito para o dia.

Com tudo pronto, desci as escadas devagar, sentindo a casa ainda mergulhada no silêncio da manhã. A maioria das pessoas ainda dormia, e eu gostava dessa tranquilidade.

Segui direto para a cozinha, abrindo a geladeira à procura de algo para comer. Peguei um pote de iogurte, algumas frutas e uma garrafa de suco, colocando tudo sobre a mesa.

Foi quando um aroma forte e familiar me atingiu, despertando instantaneamente meus sentidos. Café.

Mas não era qualquer café. Era aquele cheiro intenso, recém-passado, que se espalhava pelo ar e me trazia uma sensação estranha de conforto.

Meu olhar vagou pelo ambiente até que finalmente o encontrei.

Ali, na sacada da cozinha, de costas para mim, estava Vinnie.

Meu coração acelerou contra a minha vontade. Não tinha como negar o quanto minha mente já estava nele antes mesmo de o ver.

A lembrança de Samantha o agarrando na noite anterior ainda martelava em minha cabeça, mas eu sabia que não podia demonstrar nada. Ou, pelo menos, não deveria.

Ele estava descalço, vestindo apenas uma calça de moletom escura, baixa o suficiente para revelar parte de seu abdômen definido.

O cabelo molhado denunciava que ele havia acabado de sair do banho. Sua pele ainda estava levemente úmida e brilhante sob a luz suave da manhã.

O cheiro de café se misturava ao perfume amadeirado e fresco que eu conhecia bem. Algo nele sempre me deixava hipnotizada.

Larguei as coisas sobre a mesa e, sem pensar muito, caminhei até ele. Me aproximei em silêncio, sabendo que ele ainda não havia notado minha presença.

Assim que cheguei perto o suficiente, sem hesitar, envolvi meus braços ao redor de seu torso, sentindo sua pele fria em contraste com o tecido quente da minha roupa.

 ˢᵖᵃⁿᵏ ᵐᵉ, ᵈᵃᵈᵈʸ ⁻ ⱽⁱⁿⁿⁱᵉ ʰᵃᶜᵏᵉʳOnde histórias criam vida. Descubra agora