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Havia se passado um tempo e Minho estava definitivamente estranho, ele não dormiu duas noites seguidas e tudo bem podia ser porque Moon e Han tinham ido pra Coreia do Sul, mas tinha a impressão que não era apenas isso. Por mais estranho que ele seja, conhecia as esquisitices de cada um daquela casa. O viu beber a madrugada toda enquanto se lamentava de alguma merda, o assustando ele parou na sala de jogos onde o Lee estava, se juntando a ele pegando uma latinha de cerveja e brindando.

ㅡ O que tá fazendo acordado? Não trabalha amanhã. ㅡ o mais velho repreendeu e Kim deu de ombros.

ㅡ O que tá pegando? ㅡ tomou o primeiro gole que desceu rasgando, enquanto o Lee comia uma batatinha chips.

ㅡ Meu pai, isso que tá me deixando louco. ㅡ foi sincero pela primeira vez e desistiu de querer esconder mostrando a mensagem ao Seungmin. ㅡ O que eu faço?

ㅡ Acho que não sou bom em falar sobre assuntos familiares. ㅡ disse de forma ácida e Minho ergueu uma sombracelha. ㅡ A gente divide o mesmo teto e a mesma mulher mas não as mesma vivências.

ㅡ Não tem pais? ㅡ não soou rude, só curioso.

ㅡ Quem derá, talvez fosse mais reconfortante não ter e quase a mesma coisa. ㅡ encheu mais um pouco do seu paladar com cerveja e Minho ficou ainda mais intrigado.

ㅡ O que exatamente aconteceu com você.. É tão misterioso, oh mágico de oz. ㅡ o deboche era bem comun entre os dois, estavam acostumados.

ㅡ Meus pais nunca ligaram pra mim, minha mãe já admitiu que tentou me abortar inúmeras vezes. Que iria me por na adoção e eu cresci sem amor, apenas uma criança sem amor nenhum. ㅡ o sorrisinho cinismo do Minho morreu ali, sabendo do passado do Kim. ㅡ Eu vivia nas casas de amigos, parentes.. porque meus pais escondiam a comida de mim esperando que eu moresse, eu só.. cansei de sobreviver e queria uma vida melhor.

O clima que já não era bom pesou e muito, não era possível.. todos tinham um passado fudido? Não era atoa terem parado naquela situação. A maioria dos problemas seria resolvido com pais melhores e isso incluía o do Minho também, de vez apenas julgar o filho e colocar a culpa nele deveria procurar empregos melhores para pagar o tratamento da mãe do Minho.

ㅡ Eu não nunca tive pessoa legais do meu lado Minho, mas vocês se tornaram a que eu nunca tive. ㅡ aquele discurso era no mínimo genérico de filmes e séries, mas com ele falando dava vontade de chorar. ㅡ Então vê se não faz besteira, pensa na Moon. Ela foi a que mais sofreu nesse casamento todo, ela não merece passar por todo um processo novamente; sei que ama ela.

ㅡ E você não? ㅡ acusou e ele terminou a cerveja, amassado a latinha.

ㅡ Queria não gostar, tenho mais sete concorrentes..ㅡ zombou arrancado um sorriso sincero do bêbado Lee. ㅡ Seu pai com todo o respeito é um cuzão como a Moon diz, até parece os meus.. então só ignora ele até tudo se resolver.

Sem nem pedir permissão Seungmin roubou o celular do Minho pra ele não fazer besteira bêbado e foi voltar a dormir..

[...]

Moon, Jisung e Félix estavam bem nervosos dentro do avião. Iriam para a Coreia do Sul juntos e logicamente que Park iria junto pois estavam em uma merda de contrato e Lee Félix pertinho da lâmina de uma faca se tentasse fugir, era como flertar com a morte saindo da Austrália. Infelizmente Han era obrigado a ir depor, os outros continuariam trabalhando normalmente na Austrália e Moon veio para dar apoio emocional.

Park os deixou numa casa bem duvidosa cheio das câmeras que nem eram escondidas deixando tudo desconfortável, ela sentou na cama batendo alguma vezes no colchão para Jisung sentar. Félix era bem próximo do Han - depois do Minho - por esse motivo também que ele veio, o mais velho dali sentou na cama deitando a cabeça no ombro da esposa suspirando fundo.

ㅡ Nunca entendi isso de você ser inglês, mas ter estudado na Coreia. ㅡ Félix quebrou o silêncio ensurdecedor, Han continuou com os olhos fechados recebendo o afago em seus cabelos da Moon.

ㅡ Eu nasci e vivi na Inglaterra a minha vida praticamente toda, mas quando eu terminei o fundamental meus pais queriam que eu conhecesse a cultura da Coreia e nos mudamos pra cá. Eu fiz amigos como aqueles idiotas e bem o resto vocês já sabem; meus pais faliram, sofri bullying e voltamos pra Inglaterra. ㅡ resumiu tudo quase ronronando com o carinho que recebia.

ㅡ Entendi. ㅡ ele sentou do outro lado do Han e pegou uma das mãos do mais velho, brincando com os dedos. ㅡ A gente bem que podia conhecer a Coreia, conhece pontos turísticos Han?

ㅡ Félix..ㅡ o chamado era quase suplicante. ㅡ Vamos só ficar na casa hoje, amanhã pensamos nisso.

Moon entendeu que voltar aquele país era bem difícil para o Jisung, só pelo modo que ele estava tenso. A Silva olhou para o australiano que estranhamente entendeu o que ela quis dizer por olhares, era quase um " não forçe a barra". Pra disfarçar o clima ela deu a ideia de filmes, pediram uma pizza mesmo que não haveria erros e assistiram alguns filmes de suspense que era a categoria que Jisung mais gostava.

Eles passaram boa parte do dia assim, de noite eles dormiram numa conchinha tripla logicamente com a esposa no meio. De manhã era o dia do julgamento, a menina ajudou Han a se arrumar percebendo as mãos tremendo e em como ele estava ansioso. Deu um selar singelo nele fazendo sorrir em meio a crise, Moon o abraçou sentindo ainda tremer enquanto suspirava fundo.

ㅡ Vai dar tudo certo. ㅡ garantiu olhando para ele e o vendo assentir. ㅡ Vamos passar primeiro num restaurante e depois comer.

ㅡ Eu prefiro ir numa conveniência que é menos lotado.ㅡ Han disse e logicamente concordou, ouvindo a porta do banheiro ser aberta.

Félix entrou no campo de visão deles já quase arrumado, depois de todos bem vestidos foram até a conveniência mais proxima e então lá Jisung deu a idéia da comida. Lamen, topokki e queijo uma combinação que não haveria erro e os três comeram enquanto observavam as pessoas passando pelo vidro da lojinha.

Após a comilança notaram que iria se atrasar e foram até o local do julgamento mais rápido possível, chegaram cinco minutos antes e puderam respirar aliviados. A sentença começou de forma cotidiana e demorou um tempinho até Jisung ser chamado na frente do tribunal, ele levantou sobre a tensão de todos olhando e testemunhou toda a verdade.

ㅡ Afinal como podemos ter a plena certeza que ele fala a verdade excelência? Meu cliente foi pego pela polícia bem longe da onde supostamente Jisung mora. ㅡ o advogado daquele nojento o defendeu e os dedos ansiosos de Jisung o castigaram debaixo da mesa, arranhando a própria palma. ㅡ Poderiamos mesmo excelencia confiar em um homem que tem um relacionamento poliamoroso com mais oito pessoas?

ㅡ Prostesto! Isso não é relevante ao caso. ㅡ a advogada de defesa falou, enquanto todos julgavam o menino no auditório. Park se levantou e entregou um pen-drive a advogada, que sorriu grata. ㅡ Excelência acabo de ter as provas do momento de ameaça a esposa do Han Jisung, devo colocar no telão?

ㅡ Sim porfavor. ㅡ o coração do Jisung parecia uma bomba relógio prestes a explodir, um carro de super corrida. Ele olhou para Moon e Félix, ambos sorriram tentando o confortar de longe.

Eles viram a filmagem do Kim, ele foi sentenciado a prisão perpétua para o alívio do Han. Infelizmente poderia ter visitas, mas isso já não era problema dele. Assim que saiu de lá abraçou ambos com força se derramando em lágrimas, eles acolheram o menino.

ㅡ Tá tudo bem Hany, ele nunca mais vai te machucar..

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Notas da autora: pelo caminhar da fanfic acredito que irá terminar no capítulo quarenta ou quarenta cinco.

Bem até os próximos capitulos♡

CASAMENTO POR D1NHEIRO - SKZOnde histórias criam vida. Descubra agora