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CAPÍTULO DEZ

Os ombros de Wangji  estavam tão rígidos que ele suspeitou que alguém poderia usá-lo para abrir uma porta emperrada. Era impossível relaxar com Wuxian  ao seu lado. Sua trégua desconfortável permaneceu em jogo enquanto eles voltavam para a carruagem do vampiro. Wangji  trincou os dentes, seus dedos se apertaram ao redor do gancho de madeira. Ele se recusou a deixar a maldita coisa para trás quando não tinha outra arma. Agora ele carregava sua clava improvisada na frente dele, seu humor fluido oscilando entre exaustão e raiva justa.
Wuxian  fluía pela escuridão ao lado dele, suas feições iluminadas pela pálida luz da lua. A revelação forçou Wangji  a catalogar todos os pequenos detalhes que ele teve que descartar arbitrariamente uma vez que decidiu que Wuxian  não era suspeito. O homem possuía uma graça quase sobrenatural, a ausência de respirações regulares e tal quietude. Os humanos se agitavam constantemente. Mesmo quando tentavam ficar parados, alguma parte de seu corpo se contorcia ou ondulava, um corpo pronto para lutar ou fugir. Vampiros não tinham esse impulso.
Wangji  apertou a mandíbula com força. Exceto que Wuxian  ficou inquieto na presença de Yanli, e ele poderia jurar que viu Wuxian  respirar. Que ele não visse aquelas pequenas ações agora significava que o demônio não possuía mais a necessidade de fingir.
Seus olhos se contraíram quando a irritação o encheu.
— Você é muito bom —, disse ele a Wuxian . Foram as primeiras palavras que ele falou desde que saíram da serraria.
Os ombros de Wuxian  se curvaram.
— Sinto que isso não é um elogio.
Wangji  parou no meio da estrada, o gancho de madeira tão apertado que mordeu suas palmas.
— Você esteve brincando comigo esse tempo todo...
Wuxian  entrou em seu espaço. Uma mão se estendeu para silenciá-lo, mas Wangji  recuou, sua expressão assassina.
A mão de Wuxian  parou no ar.
— Não aqui, maldito seja. — Ele parecia apreensivo.
Wangji  zombou.
— Preocupado com sua reputação com os gentis habitantes da cidade?
A raiva refletiu como um espelho nos olhos de Wuxian . Ele empurrou o peito de Wangji . Não foi um golpe forte, mas o suficiente para fazê-lo recuar um passo.
— Você não tem ideia do quanto eu trabalhei duro para ganhar a confiança deles, seu idiota cabeça-dura!
Wangji  esfregou o peito, completamente confuso. Wuxian  poderia tê-lo derrubado com um estalar de dedos. Por que se segurar agora? E a ideia de um vampiro preocupado com questões de confiança dos cidadãos ignorantes? Ele praticamente podia ouvir Sir Harry cacarejando em seu túmulo apodrecido.
— Eles são sua comida.
— Eles são meu povo,— Wuxian  estalou.
A carranca de Wangji  se aprofundou. Nada sobre Wuxian  se encaixava no que ele sabia sobre demônios. Eles não possuíam uma reverência pela vida. Os humanos eram presas, ou ferramentas, na melhor das hipóteses, uma distinção que Wangji  entendia intimamente. E ainda…
Ele suspirou.
— Onde então?
Wuxian  olhou para ele.
— Você aceitará uma trégua em minha casa?
As narinas de Wangji  se dilataram. O vampiro também não parecia ter uma boa opinião sobre ele.
— A trégua permanece até que você me dê uma razão para quebrá-la.
Wuxian  deu um passo para trás e ajeitou seu casaco comprido, cobrindo efetivamente suas calças rasgadas e ensanguentadas.
— Então temos um acordo.
Foi a vez de Wangji  invadir o espaço de Wuxian , elevando-se sobre o vampiro.
— Espero que você me dê uma razão.
Wuxian  teve a ousadia de revirar os olhos.
— Bruto. — Ele deslizou ao redor de Wangji  antes que pudesse balbuciar uma resposta.
— Venha, seu grande idiota.
Wangji  vibrou com o desejo de fazer violência. Ele inalou uma respiração profunda. Ele concordaria com essa trégua por nenhuma outra razão senão para resolver o quebra-cabeça que era Wuxian .
A viagem de volta foi marcada por um silêncio pesado. Wangji  estava sentado ereto, tão tenso que cada solavanco na estrada subia direto em seu traseiro. Entre isso e o protesto em seu ombro, ele tinha um grande hematoma no momento em que eles se sentaram um diante do outro na mesa de jantar de Wuxian .
Wangji  pousou o gancho de toras com um ruído abafado e traçou o veio da madeira. Sua raiva e confusão continuaram a se emaranhar em seu estômago. Ele não sabia para onde olhar, como agir, e nenhum treinamento o preparou para essa situação. Os vampiros deveriam ser eliminados. Eram trapaceiros que matavam sem remorso ou culpa e certamente não estavam abertos a negociações.
Wuxian  colocou as mãos na mesa em frente a Wangji , um movimento que acentuava suas unhas bem cuidadas. Wangji  mordeu sua bochecha interna.
As mãos o incomodavam mais do que tudo.
— Por onde começar? — Wuxian  manteve seu tom leve.
Wangji  finalmente olhou para cima e viu que o vampiro estava completamente perdido. A tensão não diminuiu, mas ele se sentiu um pouco melhor ao saber que Wuxian  também não estava preparado para esta situação.
— No moinho, você disse “não era assim que eu queria fazer isso”. —Wangji  tamborilou os dedos na mesa. — O que, exatamente, você quis dizer com isso?
Wuxian  se mexeu. Suas mãos saíram da mesa, os dedos batendo juntos em um sinal revelador de nervos. Wangji  piscou para ele, assustado pela aparente ação inconsciente. Um vampiro inquieto. Isso não fazia sentido!
— Aproximar-se de um membro da Society é uma tarefa complicada para alguém como eu.
Wangji  ficou tenso. Várias revelações passaram em sua mente. Wuxian  sabia quem e o que ele era no segundo em que pisou em Cress Haven.
Que desastre total. Se a situação deles não tivesse tomado um rumo tão miserável, a Society nunca o passaria por sua falha total em reconhecer um vampiro a meio metro dele. O Dr. Wen sabia no que Wangji  estava se metendo? Possivelmente. Ele deve ter sabido que Wuxian  estava aqui se nada mais. Se Wuxian  foi a soma de seu teste, Wangji  falhou espetacularmente.
— Droga. — Wangji  caiu para trás com força contra a cadeira de espaldar alto. Ele olhou para Wuxian .
— Você armou uma armadilha.
— Não. — Wuxian  olhou para cima, sua expressão estranhamente séria.
— Eu mandei a carta que trouxe você aqui.
O queixo de Wangji  caiu.
— Por que você... como você poderia? Qual era a sua intenção?
Wuxian  engoliu em seco e alisou as mãos sobre a mesa, o gesto tão benignamente humano que distraiu Wangji  até que o vampiro falou.
— Você viu a garota. O que aconteceu com ela. Ela não é a primeira. E não acho que esses incidentes estejam isolados em Cress Haven. — Ele encontrou o olhar de Wangji . — Eu não sei o que procurar, como rastrear outro predador como este. Eu não teria visto aquela garra no sangue. Ou aquele símbolo queimou em seu corpo. Eu nunca pensaria em olhar.
— Você quer... a ajuda de um caçador?
Wuxian  deu uma risada autodepreciativa com a incredulidade na voz de Wangji .
— Uma medida de desespero e insanidade, eu lhe garanto.
— Eles nunca teriam ouvido você —, disse Wangji .
Seus superiores teriam matado Wuxian  na hora, quer tivessem uma fera para enfrentar ou não.
Então, por que ele não tinha?
Wuxian  deu de ombros.
— Você está ouvindo.
Um poço de pavor inundou as entranhas de Wangji . Ele hesitou em matar um vampiro, novamente. A Society não aceitaria essa falha dele. Eles o expulsariam, se tivesse sorte. Sempre havia  a Escolha  de Judas , uma mistura letal de veneno e sangue de morto, para enfraquecê-los, caso um Prospective estivesse em processo de transição. Foi uma morte nada honrosa para aqueles que a Society considerava traidores de sua causa e traidores da humanidade. Sua raiva diminuiu diante de tal resolução.
Ele esfregou o queixo.
— Uma falha que não consigo corrigir.
Wuxian  ficou nervoso. Wangji  estava começando a reconhecer o gesto. O vampiro estava prestes a dizer algo que ele temia que iria detonar o temperamento de Wangji .
— Eu pensei que era porque você era um novato —, disse Wuxian . — Não era o que eu esperava enfrentar, mas você se mostrou tão promissor na cena que pensei que funcionaria.
— Como você sabia que eu era um novato?
As feições de Wuxian  se contraíram em uma expressão muito juvenil, como uma criança pega com a mão na lixeira.
— Com isso. — Ele pegou algo do bolso de seu casaco e colocou-o sobre a mesa com movimentos precisos.
A carteira de Wangji , que continha seu dinheiro e documentos de identidade. Wuxian  bateu um dedo no couro e empurrou a moeda escondida dentro do bolso interno. A moeda simbólica dada a todos os Prospectives da Society em seu primeiro ano de serviço para identificá-los a outros membros em todo o país. Dr. Wen sempre os pressionou para mantê-lo consigo.
Outro detalhe desta missão que ele tinha feito pela metade. A sensação de fracasso absoluto pesava em seu estômago.
Wangji  olhou para Wuxian . O vampiro. O responsável por essa loucura. Aquele que o trouxe para esta cidade atrasada e esquecida por Deus. Quem o arrastou para essa confusão sobrenatural de garotas e feras assassinadas que explodiram em cinzas. Aquele que o havia interpretado desde o momento em que pôs os pés em Cress Haven.
Seu temperamento explodiu.
Wangji  empurrou a cadeira para trás e saltou sobre a mesa. Ele deixou o gancho de tora onde estava para lutar com o vampiro de mãos vazias. Sua mente era um zumbido vazio de raiva quando ele agarrou Wuxian .
Não importava que Wuxian  pudesse rasgar sua garganta em segundos, ou quão superado em força ele estava contra o demônio. Ele estava furioso, despojado de instintos básicos de pátio de escola enquanto puxava o vampiro de sua cadeira em uma chave de braço.
— Seu bastardo egoísta, — Wangji  gritou.
— Realmente agora? Estávamos tendo uma conversa civilizada, — disse Wuxian , suas palavras arrastadas através de suas bochechas apertadas.
— Isso foi um maldito jogo para você?
— Isso é simplesmente indigno.
— Você arruinou minha vida. — A voz de Wangji  falhou. O segundo vampiro a fazê-lo.
Wuxian  ficou muito quieto. Seus olhos deslizaram de lado para olhar para o rosto de Wangji . O que quer que ele viu lá fez Wuxian  suspirar em sua axila.
— Essa não era minha intenção, Wangji .
Uma garganta pigarreou na sala, de impaciência feminina.
— O que exatamente está acontecendo aqui?
Ambos os homens congelaram e olharam para cima.  Jiang Yanli olhou para os dois, braços cruzados enquanto batia um pé no chão. Cada passo fazia Wangji  e Wuxian  vacilarem.
— Apenas resolvendo um desentendimento, minha querida, — disse Wuxian  com a boca cheia da camisa de Wangji.
Minha querida? Wangji  o sacudiu.
— Ela também sabe?
— Claro que ela sabe. Você acha que eu poderia esconder algo assim dela?
Yanli engasgou.
— Você disse a ele?
— Ele não teve escolha, — rosnou Wangji .
O olhar de Yanli disparou, notando as roupas ensanguentadas de Wuxian  e a aparência nada apresentável de Wangji .
— O que aconteceu?
— Talvez pudéssemos retomar nossa discussão? — Wuxian  saltou debaixo do braço de Wangji .
O temperamento de Wangji  se dissipou, e ocorreu a ele que ele tinha um vampiro incrivelmente paciente em uma chave de braço. Sua boca ficou seca. Ele soltou Wuxian , que recuou com as mãos para cima em um gesto de rendição.
Wangji  olhou para ele, perplexo.
— Não entendo você.
Yanli bufou.
— Que faz de nós dois. — Ela se moveu ao lado de Wuxian , seus lábios franzidos enquanto ela puxava o corte em suas calças. — Ele viu você se curando. Em que situação vocês dois caíram?
— Tivemos um encontro casual com nossa misteriosa presa —, disse Wuxian .
Yanli saltou nas pontas dos pés.
— Você fez? Você o reconheceu? Era terrível? O que aconteceu com isso?
Wuxian  endireitou sua cadeira e caiu nela.
— Eu fiz. Não, eu não reconheci. Era bem terrível. E Wangji , aqui, despachou.
— Ele fez? — Ela olhou para ele, os olhos quase saltando de seu crânio.
— Sua confiança é esmagadora —, zombou Wangji . Ela não tinha que saber que ele conseguiu puramente por acidente, ou possivelmente não.
Ele pegou sua cadeira tombada enquanto estudava o par com desconfiança medida. Seria estúpido confiar neles. Mas que outras opções lhe restavam? Ele poderia rastejar de volta para a Society e lidar com as consequências de seu fracasso. Por que Wuxian  permitiu a chave de braço? Por que deixar Wangji  viver? Ele estava realmente tão desesperado por ajuda?
— O que você descobriu? — A pergunta de Wuxian  tirou a atenção de Yanli de Wangji , uma pergunta que saciou sua curiosidade raivosa. Sua expressão caiu.
— Você estava certo —, disse ela e bateu uma pilha de notas manuscritas na mesa.
Wuxian  fechou os olhos.
— Eu nunca quis tanto estar errado.
Yanli se agachou na frente dele e pressionou a testa contra a dele, suas cabeças curvadas comunicando uma dor silenciosa.
Wangji  olhou entre eles, apanhado em sua maldita intimidade mais uma vez.
— Certo sobre o quê?
Yanli olhou para Wuxian  primeiro, uma pergunta em seus olhos. Wuxian  assentiu.
— A última vítima não era daqui, —  Yanli disse, — mas de Hampshire, uma cidade a oitenta quilômetros de distância. Não sei se ela foi trazida aqui ou seduzida...
A palavra fez os músculos de Wangji  ficarem tensos. A cadeira rangeu em seu aperto.
— Mas ela foi a segunda garota a desaparecer de Hampshire. Houve pelo menos nove relatos desta região no ano passado, seis que ocorreram nos últimos três meses.
Wuxian  acariciou seu lábio superior, sua expressão distante.
— Por que o aumento repentino?
Wangji  fez uma careta. O mesmo pensamento lhe ocorreu. Ele não queria nada com esse mistério, sentiu-se enganado, mas o rosto da garota morta passou por sua mente. Tão jovem, tão terrivelmente jovem. E a distância entre os assassinatos significava que provavelmente havia mais de uma fera por aí, assassinando essas garotas.
— Quantos anos ela tinha? — Wangji  ignorou o olhar compartilhado entre Yanli e Wuxian .
— Ainda não quinze, — disse Yanli, sua voz cuidadosa e lenta, como se ela estivesse persuadindo um animal ferido. De certa forma, ela era. — A maioria das garotas não tinha mais de dezoito anos. Suas características variam, esta por acaso tem uma semelhança impressionante comigo.
— O que mais? — Wangji  perguntou quando uma teoria terrível se enraizou.
Yanli pareceu intrigada com sua pergunta.
— O que você quer dizer?
— Padrões, semelhanças. O que essas garotas compartilharam?
Ela apertou os lábios.
— Não tenho certeza sobre todas elas, mas as meninas daqui, e as de Hampshire, seriam consideradas debutantes se morassem na cidade propriamente dita.
Ricas então, e protegidas. País ou cidade, as famílias ricas aparentemente tratavam suas filhas como uma delicada decoração de cristal.
— Virgens, — disse Wangji . Um rubor queimou sua nuca.
O olhar de Wuxian  estalou para ele.
— O que?
Yanli levantou uma sobrancelha.
— Você não pode saber disso.
— Não, ele não podia, embora Mingjue tenha notado isso em suas notas de autópsia antes que os corpos se dissolvessem em cinzas —, disse Wuxian .
— É provável que as outras garotas tenham se dissolvido antes de serem encontradas. — Sua frase a fez perder toda a cor.
— Eles nunca encontraram as outras garotas, nenhuma delas, — ela sussurrou.
Wuxian  sutilmente se inclinou em direção a ela.
— O que mais você encontrou?
Wangji  ignorou-os e olhou para suas mãos. Eles não eram bem aparados e cuidados como os de Wuxian , ou limpos e mantidos como os de Yanli. Havia as mãos de um lutador, cheias de cicatrizes e calejadas. Ele virou a palma da mão ferida, o círculo enegrecido de carne quase esquecido até que ele o ergueu contra a luz.
Ele estava envolvido nisso, querendo ou não. Não havia um simples retiro para Boston para se lançar à mercê da Society. Ele era um homem marcado, embora com que propósito e porque tipo de criatura ainda não se sabe. Sua garganta estava apertada. Ele não foi o único envolvido nisso contra sua vontade.
— Qual era o nome dela? — ele disse.
A conversa de Wuxian  e Yanli parou.
— Mary Elizabeth, — disse Yanli.
Estamos conectados, Mary Elizabeth e eu, pensou Wangji . Ela não seria mais um fantasma sem nome que assombrava seus sonhos. Seus dedos se curvaram, a ponta do dedo indicador pressionada contra o círculo preto. Parecia mais quente do que o resto dele, ou era um produto de sua imaginação? Os outros foram marcados antes? Foi assim que a criatura os encontrou? O que diabos foi? E por que esse tipo de morte? Por que os corpos se transformaram em cinzas? Por que a criatura se transformou em cinzas quando ele a atingiu? As perguntas se acumulavam sem fim.
Ele abaixou as mãos e olhou para Wuxian .
— O que você propõe que façamos, vampiro?
Yanli olhou para Wangji , mas Wuxian  se animou, claramente surpreso com suas palavras. Wangji  estava bastante surpreso. Ele seria um pária em Boston, se sobrevivesse a Cress Haven.
— Formar uma parceria —, disse Wuxian . —Trabalhamos juntos, compartilhamos informações e teorias enquanto resolvemos o mistério. Nós protegemos uns aos outros.  Ele observou Wangji  enquanto falava.
— E o que acontece depois? Se sobrevivermos, é isso?
— Nós seguimos nossos caminhos separados. — O sorriso de Wuxian  era amargo. — Talvez eu tenha que me mudar ou descansar com um olho aberto depois que você retornar ao seu povo.
— Oh, isso, — Wangji  fez um gesto entre eles, — nunca será mencionado para a Society.
— Confie em mim, nós não vamos mencionar você de novo também.
Disse Yanli.
A perna de Wangji  saltou para cima e para baixo em um ritmo rápido e ansioso. Ele estava realmente considerando isso? Uma parceria entre inimigos? Sua perna ficou imóvel. Wangji  poderia fazer isso sozinho? Wuxian  trouxe força, velocidade e cura sobrenatural para a luta. Ele era um trunfo que Wangji  não podia ignorar contra um inimigo tão perigoso e desconhecido.
Wangji  suspirou.
— Todas as cartas na mesa. Mais alguma coisa que você gostaria de compartilhar?  Havia um tom amargo em sua voz.
Alyse se mexeu em seu assento.
— Nós iremos...
A mão de Wuxian  pousou em sua coxa. Ela ficou imóvel, as bochechas de um vermelho brilhante.
— Nada de importância, — disse o vampiro.
Wangji  apertou a mandíbula. Realmente, eles ainda iriam esconder algo dele? O assunto era inconsequente o suficiente para deixá-lo de lado? Se ele estivesse sendo honesto, havia coisas que ele mantinha perto do colete também. Ninguém nunca dava todas as cartas quando a parceria era tão distorcida, mas isso significava não dar a entender que ainda retinha informações. Yanli seria uma jogadora terrível. Ele teria que pressionar a jovem outra vez, sem a mão guia de Wuxian  para deter suas palavras.
Ele estendeu sua mão sem marca, que Wuxian  apertou com firmeza e frieza.
— Estou dentro.
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