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CAPÍTULO VINTE E DOIS

Depois dos primeiros minutos de agonia de abalar os ossos, o lado ferido de Wangji  ficou abençoadamente entorpecido, e ele apreciou o ar fresco em seu rosto enquanto a carroça planava vagarosamente pelo centro da cidade. Ele esperava aproveitar esses momentos de paz até que a Srta. Jiang parou no acostamento da estrada, ainda a uma curta caminhada da cidade. Os nós dos dedos eram botões duros dentro das luvas de couro, e ela agarrou as rédeas com tanta força que a pele rangeu.
— Eu não protesto a sua presença para ser difícil, — ela disse, e Wangji  despertou para a atenção. — Eu me preocupo com a cidade e as pessoas. E eu me importo com Wuxian . É só que...— Sua voz vacilou. Ela olhou para suas mãos, incapaz de encontrar as palavras que precisava para se explicar.
Wangji  entendia isso muito bem. Em seu tempo com a senhorita Jiang e Wuxian , o primeiro permaneceu distante. Ela se manteve longe de Wangji e enquanto ele teorizava o porquê, essa teoria mudou conforme seu conhecimento de Wuxian  mudou. Através daquela lente alterada, embora suas circunstâncias fossem muito diferentes, Yanli  lembrou Wangji  muito de si mesmo, ou mais precisamente, o que ele poderia ter sido.
— Você é muito corajosa, senhorita Jiang, e eu não digo isso para provocar. — Wangji  se virou para encará-la adequadamente e gentilmente arrancou as rédeas de suas mãos. — Não é justo ser solicitada a arriscar quem você ama sobre as pessoas que você tolera. — Seus lábios se contraíram com o que provavelmente descrevia sua visão dele. — Mesmo quando é o certo. E você faz o que é certo, Srta. Jiang. Você vai me deixar na casa de bebidas e voltar para Wuxian  para que eles não possam olhar muito de perto para a conexão entre nós.
— Seu idiota, é claro que não vou deixar você aqui, — disse Yanli . — Você ainda é fraco como um gatinho, e eu quero ver esses monstros.
Suas sobrancelhas se ergueram.
— A Society não é...
Uma sombra surgiu em seus pensamentos, forçando um menino a enfiar uma lâmina no coração de quem ele amava.
Yanli  se inclinou para ele, sua pose externamente íntima enquanto seus lábios roçavam sua orelha.
— Olhe ao seu redor, Wangji . Você não sente isso?
Wangji  lambeu os lábios, deixando sua atenção ampliada. Ele sentiu falta deles entrando na rua principal, muito preocupado com outros pensamentos, mas ele viu agora, uma sombra de si mesmo. Os habitantes da cidade corriam em meio passo rápidos, rostos desenhados em caricaturas tensas. Seus olhos evitaram os homens da Society estacionados ao longo da rua que permaneciam em um padrão disperso, destinado a dar uma visão completa da área. Dois homens já estavam olhando para o carrinho dos Jiang, seus olhares cheios de expectativa. Eles achavam que Wangji  cometeria o pior erro de novato ao reconhecê-los? Os outros irradiavam um ar de ameaça, seus olhos tingidos com a calma sede de sangue dos predadores em caça. Era exatamente o oposto da tarefa de Wangji , uma completa falta de subterfúgio.
O que diabos eles estavam fazendo?
— Senhorita Jiang, a quem eles estão respondendo? — Ele não a insultou perguntando se ela investigava os recém-chegados. Esta era Yanli .
— Um senhor mais velho,— ela disse, — mais branco em seu cabelo do que meu avô, mas eu não acho que ele tenha metade da idade dele. Difícil conseguir uma leitura sobre ele através desses malditos óculos. Seu olhar procurou seu rosto.
— Wangji , ele foi um dos caçadores da society que apareceu antes.
Uma pequena emoção surgiu em seu estômago. A mandíbula de Wangji  flexionou. A revelação era uma que ele não tinha certeza de como processar agora, ou como ela se conectava com o que estava acontecendo em Cress Haven como um todo, mas ele não conseguia se livrar da sensação de que tinha sido completamente enganado. Quanto à profundidade desse engano e o que isso implicava, ele só saberia confrontando o homem que uma vez chamou de mentor.
Ele tentou desmontar da carroça, superestimando a força de suas pernas, apesar do aviso de Yanli , mas ela já estava lá, uma muleta viva com o braço pendurado nos ombros.
— Vamos, — ela sussurrou, mas Wangji  hesitou, uma verdadeira lasca de medo rastejando por ele.
— Senhorita Jiang, eu posso ter que ser estupidamente galante e insistir que você fique aqui.
Ela recuou, sua boca torcida para discutir, quando ela viu sua expressão.
— Nós não estamos fazendo isso.
Ele forçou suas pernas molhadas para segurá-lo, e ele cambaleou para longe dela.
— Eu tenho que entrar. Ele já sabe que eu estou aqui.
Seu olhar cintilou entre ele e a entrada do bar.
— Não, devemos ir agora. Eu tenho um mau pressentimento.
Havia um ar ameaçador no edifício benigno agora, a porta uma boca esperando para abocanhá-lo se ele fosse tão tolo de entrar.
— Ele não vai me matar —, disse Wangji . Ele sabia como soava. Ele tropeçou em um trote rápido antes que ela pudesse pegá-lo e não ousou olhar para trás. Yanli  o seguiria se ele o fizesse, ela iria de qualquer maneira, mas os outros a impediriam. O esforço daquela curta distância fez com que as bordas de sua visão ficassem cinzentas, mas ele continuou.
A casa de bebidas parecia abandonada. Uma cidade como esta teria um punhado de bebedores diurnos, mas eles provavelmente estavam assustados com o resto pela hostilidade desenfreada da Society. Seus irmãos estavam valsando pela cidade como um grupo de bandidos prontos para assumir o controle. Wangji  nunca tinha visto sua crueldade em tal exibição antes, até achou enervante.
Dois rostos familiares o saudaram na entrada. Sykes e Dodd emanavam seu próprio ar de ameaça preguiçosa, vestidos com as roupas escuras e desgastadas que a Society usava para caçar. O olhar duro de Sykes avaliou Wangji  enquanto ele se aproximava, braços fortes cruzados sobre o peito largo. O homem era um brigão, nascido e criado, e usava sua postura rude a seu favor. Ao lado dele, Dodd era um homem menor, mas não menos intimidador, cutucando casualmente as unhas com uma lâmina muito usada e bem conservada.
Dodd olhou de soslaio para Wangji , que diminuiu a velocidade até parar entre eles.
— Apanhou um pouco lá em cima, Lan?
Wangji  o ignorou. Ele nunca foi um fã de Dodd. Tanto ele quanto Sykes gostaram um pouco demais do lado violento de suas missões. Wen muitas vezes os enviava para fazer algumas das tarefas mais sujas da Society, e sua presença aqui não era boa. Ele acenou para Sykes, geralmente o mais sensato dos dois.
O grande homem chupou um dente.
— Ele está esperando por você, Lan.
Nenhum dos homens se moveu, forçando Wangji  a passar por eles para entrar no prédio.
Não havia sinal do rosto corado da Sra. Meech atrás do bar. Uma figura solitária ocupava a sala, de costas para a porta. A mesa diante deles estava repleta de papéis e um único copo vazio. Um cigarro ainda fumegante foi queimado em um cinzeiro próximo. A posição foi intencional. Um jogo de poder.
Dr. Wen não se virou quando a porta se abriu. Ele continuou a ler um documento. O único movimento que fez foi levantar o cigarro para uma tragada rápida e eficiente. Dr. Wen era o epítome dos movimentos rápidos e eficientes.
— Venha, sente-se —, disse o médico. Ele não poupou um olhar para Wangji .
Wangji  lutou contra o desejo de ficar tenso, seu ferimento um caroço ardente, emanando pelos nervos de suas pernas, um que lhe deu um andar cadenciado e cauteloso quando ele se acomodou em uma cadeira em frente ao Dr. Wen.
Ele olhou para o homem que uma vez ajudou a guiar uma lâmina no peito de Sir Harry.
Dr. Wen largou o papel e olhou para Wangji  através de uma nuvem de fumaça. Pelas lentes dos óculos, seus olhos eram castanho-escuros, quase pretos, e ardiam com uma luz interior que Wangji  atribuía à ambição zelosa. A calma enganosa era uma de suas melhores técnicas. Wen era um homem que deixava os outros cavarem suas próprias covas, mas Wangji  era um de seus próprios alunos.
Wangji  se acomodou na cadeira de encosto duro, tomando cuidado para não chamar mais atenção para o ombro ferido, e esperou que o médico falasse primeiro. O silêncio se estendeu por longos minutos. Wangji  podia ouvir a indignação de Yanli  além da porta, sustentada pelos homens de Wen. Irmãos de Wangji .
Wen assentiu, um pequeno sorriso nos lábios.
— Incendiária, aquela.
Wangji  não a reconheceu; Wen não esperava que ele fizesse isso. Isso seria reconhecer uma fraqueza potencial. Em vez disso, o homem se moveu para trás em seu assento e bateu um ritmo lento e metódico com os nós dos dedos sobre a mesa de madeira marcada.
— Sua carta enfatizou uma nota de urgência, Caçador Lan. No entanto, quando chegamos, você não estava em lugar algum. No inquérito, você não era visto há dias.
Pise com cuidado agora.
A mão de Wangji  se abriu e fechou onde descansava em sua coxa. Dr. Wen não fez perguntas a ele, apenas declarou o que sabia. Era uma questão de jogo de palavras, algo que Wangji  nunca dominava, embora sua experiência com as fadas lhe desse alguns novos truques.
Ele não podia dizer a verdade. No segundo em que começasse a divagar sobre fadas e alianças com demônios, Wen o abandonaria em uma carruagem com destino a Boston e, muito provavelmente, a prisão. Eles não precisariam de um julgamento para declará-lo inapto para o serviço; ele seria rotulado de louco e prontamente expulso da Society, direto para o asilo. Ele não seria o primeiro  desviado para lá, que cedeu sob as condições de seu serviço.
— Eu estava em reconhecimento na floresta ao redor —, disse Wangji .
— Naquele lugar, houve uma briga. Fui ferido e eventualmente encontrado por meus aliados entre os habitantes locais. — Uma resposta completa, brusca, mas havia detalhes suficientes para sugerir uma situação embaraçosa. Melhor Wen achá-lo um idiota incompetente do que revelar o menor indício de seu relacionamento com Wuxian . Embora isso levantasse a questão de como convencer Wen de uma ameaça demoníaca.
— Você encontrou o demônio local, — disse Wen.
Wangji  parou de se mexer, repetindo as palavras em sua cabeça. Isso não era uma pergunta.
Cuidado, pise com cuidado.
— O perigo aqui não está relacionado ao demônio, — disse Wangji . —Há uma entidade na floresta, criaturas de origens sobrenaturais...
Wen bateu com a palma da mão aberta na mesa.
— Sua tarefa era livrar a cidade de seu demônio residente.
Uma nota latejante soou nos ouvidos de Wangji . Ele olhou para o Dr. Wen, o rosto do homem a imagem de calma, apesar da explosão.
— Não existe demônio.
Ele quis dizer isso. Ele não via mais Wuxian  como um demônio, e essa convicção foi o que Wen leu em sua expressão. — Há um demônio na floresta, — ele continuou. — Matando os habitantes locais.
O médico bateu os dedos novamente. Cada baque surdo soava como o martelo de um juiz. Wangji  prendeu a respiração. Ele não se atreveu a piscar.
Wen inclinou a cabeça; seu olhar deslizou para a porta onde Yanli  continuou a repreender seus homens, sem ser vista.
— Conte-me sobre essa ameaça de outro mundo, Lan.
— Um dos empresários locais fez um pacto com uma criatura, um demônio, atualmente abrigado na floresta —, disse Wangji . — Seja qual for o acordo que ele fez, deu-lhe um ponto de apoio aqui.
— Você afirma que esta criatura é responsável pelos desaparecimentos relatados nesta área.
— Sim senhor. — Ele não poderia dizer muito bem ao Dr. Wen que esses relatórios foram obtidos pelo demônio “inexistente”. — Não é apenas matar. Está fazendo mais desse tipo.
— Sua afirmação é absurda. Sua falha em eliminar o demônio será notada e você retornará ao quartel-general. É óbvio que você não está pronto para o trabalho de campo. O agente Morrow assumirá sua missão aqui...
— Eu os vi, senhor! — O pânico frio espremeu as palavras dele, embora ele soubesse o que a interrupção lhe custaria. Nada que ele pudesse dizer faria o Dr. Wen mudar de ideia e, ao interromper, ele convidou a punição imediata.
Dr. Wen se levantou e circulou a mesa. Wangji  se preparou um segundo antes do golpe, uma onda de dor fresca em sua bochecha. Ele ainda quase perdeu o assento e teria perdido se não fosse pelo aperto de ferro do médico em seu ombro ileso. O movimento atraiu seu olhar para a velha cruz de madeira pendurada no cinto do homem. Quantas vezes ele tinha visto aquela cruz, embora nunca tenha pensado no Dr. Wen como remotamente religioso?
A lembrança surgiu, espontaneamente, do rosto pálido e desenhado da Sra. Fairchild. “Ele usava algum tipo de uniforme e óculos. Lembro-me da cruz. Ele não era um homem de Deus.” Wangji  rapidamente enterrou seus pensamentos, por uma questão de sobrevivência.
Em vez disso, ele se entregou à dor, fresca e nova, tentando alavancar ambos contra o domínio de Wen. O esforço encheu sua boca com o gosto de cobre quente. A pele de sua palma curada se contraiu, os dedos flexionando com a raiva inútil que o percorria.
— Diga-me o que você viu, Wangji. — Wen se inclinou sobre ele, a luz filtrada do dia refletindo nas lentes de seus óculos, obscurecendo seus olhos.
O comando o confundiu enquanto gelava seu sangue. A sentença de Wangji  havia sido dada, então por que Wen perguntaria novamente? O aperto do homem em seu ombro aumentou, um lembrete nítido da paciência limitada de Wen. Naquele momento, o mentor jovial que o acompanhou a Cress Haven havia desaparecido há muito tempo. Este foi o homem que o conduziu em sua primeira morte, que colocou uma lâmina nas mãos de um menino.
— Demônios, senhor, — ele engasgou. — Eu vi demônios.
— Você sabe. Por favor, diga, como você concluiu que eles eram demônios? Como você sobreviveu a um encontro com uma suposta entidade demoníaca?
Wangji  viu a armadilha enquanto estalava ao redor dele. Wen o manobrou habilmente para um canto para admitir o envolvimento de Wuxian . O aperto de Wen em seu ombro não era para mostrar controle. As pontas dos dedos do homem descansaram em um ponto de pulsação no ombro de Wangji , pronto para pegar a mentira. Ele tentou pensar através da dor e da pressão. Ele fez uma promessa, caramba.
Ambos os encontros com as feras passaram por sua mente, as esquisitices subindo à tona. Tão preso em outros eventos, havia detalhes que ele havia armazenado para examinar mais tarde, quando tivesse um momento para refletir sobre eles, mas esse momento nunca chegou. Ele não podia contar explicitamente ao Dr. Wen sobre seu primeiro encontro com a fera. Wuxian  estava muito perto da situação para contornar. Mas seu segundo encontro... para o qual ele estava sozinho.
— Isso... não me atacou —, disse Wangji .
Houve uma mudança sutil no aperto do Dr. Wen.
— Por que não?
— Eu... eu não sei. — A confusão na voz de Wangji  era genuína, embora ele desejasse poder examinar o encontro novamente em qualquer lugar, menos na presença de Wen.
A mão do médico deslizou de seu ombro, a liberação da pressão deixando Wangji  tonto. Wen voltou a se sentar à mesa, sua atenção de volta aos papéis à sua frente, mas Wangji  sabia que ele não estava a salvo. A voz de Yanli  ficou quieta lá fora.
Wen deixou o silêncio se aprofundar até que a postura de Wangji  ficou rígida de ansiedade, antes que ele finalmente falasse.
— Que curso de ação você seguirá contra essa ameaça?
Wangji  engoliu em seco.
— Eu me aliei a alguns moradores locais para lidar com essa entidade em um domicílio-alvo.
— Você terá reforço, — Wen disse sem olhar para cima.
— Com todo o respeito, senhor, acredito que mais homens dissuadirão a criatura. Pode procurar outro inocente.
O olhar de Wen cintilou para cima, cortado pelo aro prateado de seus óculos.
— Teoria interessante, Caçador Lan. Eu não sabia que sua experiência com entidades demoníacas era tão profunda que você poderia prever seu comportamento.
Wangji  não desviou o olhar.
— Talvez se um agente for postado em outras marcas em potencial, possamos reduzir as chances da criatura procurar vítimas alternativas.
— Uma proposta sólida, Mestre Lan. Vou levar isso em consideração. — Wen finalmente quebrou o contato visual com um embaralhamento de papel. — Porque você não volta para aquela jovem encantadora lá fora. Espero seu relatório amanhã de manhã.
— Senhor?
— Você está demitido.
Wangji  olhou por um minuto sólido, mas a dispensa foi clara. Wen nem olhou para ele enquanto lutava para ficar de pé e se arrastava até a porta. Não foi até Wangji  ter uma mão contra a madeira áspera que a voz do médico o deteve.
— Vou manter meus homens de volta, Wangji, devido ao seu bom conselho, mas você estará sob observação.— Houve uma pausa, pontuada pelo suave amassado de papel na mão.
— A família Jiang tem uma nota particular de interesse.
Wangji  manteve os olhos na porta talhada em bruto, sua mandíbula apertada. Palavras amargas queimaram o fundo de sua garganta, mas ele as manteve afastadas enquanto abria caminho através do desafio de Sykes e Dodd, certo de que ouviram cada palavra de sua troca com o Dr. Wen. Havia um sorriso cruel no rosto de Dodd, mas Sykes permaneceu estoico.
— Vejo você pela manhã, Lan,— chamou Sykes. — Tente manter a cabeça.
Yanli  esperou ao lado de seu carrinho, sua expressão obstinada até que o viu. Ele sabia que era uma visão quando os lábios dela se separaram em um suspiro silencioso. Ela ajudou Wangji  a subir na esteira plana, onde uma pilha de sacos de estopa amortecia seu peso, sua voz calma enquanto seu olhar se deslocava para a casa do alojamento.
— Estamos seguros?
Nós nunca estivemos.
— Ele concordou em manter seus homens de volta, — foi a resposta concisa de Wangji . Yanli  estava claramente insatisfeita com a resposta dele, mas guardou para si mesma através dos solavancos e arremessos de sua jornada de volta.
Wangji  repassou seu encontro com o Dr. Wen repetidamente em sua mente. Uma dúzia de teorias sombrias passavam por seus pensamentos, cada uma mais inquietante que a outra, mas cada vez que ele se perguntava a profundidade do envolvimento de seu mentor nos acontecimentos que se desenrolavam, mais frustrado e intrigado ficava.
Dr. Wen já esteve aqui antes. Ele sabia que Wuxian  estava aqui, mas não expurgou o próprio vampiro. Por quê? Seria mesmo remotamente possível que Wen fosse o estranho de quem a Sra. Fairchild falou? Deixando dicas de seduzir espíritos da floresta para um rico proprietário de uma usina do país? Mas por quê? Com que propósito?
O mentor de longa data de Wangji  sabia exatamente o que estava acontecendo em Cress Haven, mas Wangji  não tinha a menor ideia de por que sabia. Ou o que ele pretendia fazer com o conhecimento.
Dr. Wen sempre, sempre, tinha um plano.

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