Fix You

27.9K 2K 3.5K
                                    

Boa noite!

Chegamos para o sextou!

Tem músicas no capítulo, indico ouvir no repete até o play off!

Boa leitura!

___________________________________________

"Lights will guide you home and ignite your bones, and I'll try to fix you."


A morte não era uma desconhecida para Karla Estrabão, pelo contrário, era sua companheira de anos e a rainha de NY acreditava que elas se ajudavam mutuamente, pois de suas mãos já havia entregado muitos para ela.

Vestida toda de preto, olhou para Joana que chorava a partida de seu marido e grande amor e engoliu devagar o gosto amargo de mais uma perda próximo a si. Pharrell não era um amigo íntimo, mas prestava serviços para Estrabão desde o início de seu reinado. Seu posto não havia sido conquistado à toa, ele fazia parte de seus protegidos por sempre ter sido leal.

Os óculos escuros escondiam o olhar pesaroso por saber que o homem morreu em decorrência de trabalhos que realizava em prol de seu reinado, mas aquela culpa não a massacrava tanto, tinha plena consciência de que cada um que estava ao seu lado, o fazia ciente de que aquele poderia ser o seu final.

Quase todos acreditavam que seria.

Esperava que aquele desfecho não chegasse para Pharrell, não naquele momento, foi uma decepcionante surpresa ver Halsey parada na porta do galpão com o olhar sentido e portando a notícia de que o último sobrevivente do massacre de New Jersey agora estava morto.

Era a última notícia que esperava receber, ainda mais no dia de seu aniversário. A morbidade tomou conta ao se enxergar assistindo o choro ao invés de comemorar mais um ano de sua vida.

Assim como toda a despesa hospitalar, o funeral também estava sendo pago pela rainha. Alguns membros da família Willians deixavam olhares de raiva para a mulher elegante que permanecia imóvel e mais afastada de onde o pastor realizava uma breve cerimônia com alguns dizeres antes de enterrarem o caixão sob a terra.

Não invadiu o momento familiar e ficou assistindo até que as pessoas começassem a se dispersar ao final do ritual. Atrás de si estavam Gadot e Lauren, Amanda tomou a liberdade de se aproximar um pouco mais e alguns de seus poucos amigos também permaneceram mais próximos de Joana.

Pharrell era querido, um bom amigo para se conviver, não necessariamente um bom homem para a sociedade, mas para os que o amava, sim. Apesar dos olhares de desgosto, principalmente, de sua mãe, ninguém foi impedido de estar ali.

Praticamente imóvel e internalizada em suas próprias memórias, Karla continuou parada até que a viúva de Pharrell se sentisse pronta para caminhar até a mulher suprema de NY e a olhasse nos olhos. Em respeito, Estrabão retirou os óculos escuros e aguardou em silêncio o que Joana queria externar.

— Pharrell tinha um imenso respeito por você. — A voz saiu um pouco trêmula pelo choro de horas, mas firme o suficiente para se fazer entendível.

— Ele também tem meu respeito. — Karla usou propositalmente o tempo presente na frase para evidenciar que aquele sentimento não havia se findado.

Joana assentiu lento e vagou os olhos em volta do lugar verde e preenchido por túmulos com tantas histórias que tiveram seus pontos finais colocados ali.

— Eu sei que a escolha sempre foi do meu marido e que se ele quisesse sair, ao contrário de tantos outros por aí, ele poderia, mas nunca foi o que ele quis. — As palavras saiam um tanto magoadas pela impotência que sentia de tapar a própria dor e pela culpa de não ter conseguido convencer Williams a largar aquela vida a tempo.

KE ClubOnde histórias criam vida. Descubra agora