𝑨𝑩𝑰𝑺𝑴𝑶

»★« ; 𝐂𝐡𝐚𝐩𝐭𝐞𝐫 𝟐𝟓

“Rosas brancas, pombas negras, madrinha, levante-se
Eu preciso que você me veja pelo que eu me tornei.
Uma garota quebrada e oca por dentro. Sim, a escuridão me domou.”

— Take Me Back To Eden; Sleep Token

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ᴸᵒˢ ᴬⁿᵍᵉˡᵉˢ;
ᴱᵁᴬ ⁰⁵ ᴰᵉ ᶠᵉᵛᵉʳᵉⁱʳᵒ ᵈᵉ ²⁰²⁴

No dia seguinte, despertei com os primeiros raios de sol filtrando-se pelas cortinas entreabertas do quarto. Espreguicei-me preguiçosamente, desfrutando da sensação de conforto que permeava o ambiente. Matthew ainda dormia ao meu lado, seu rosto tranquilo banhado pela luz matinal.

Com um sorriso nos lábios, levantei-me da cama e comecei a me preparar para o dia que se anunciava. Ao me afastar do quarto do meu irmão, ainda com as lembranças da noite anterior vagas na minha mente, percebi como sempre que a casa estava silenciosa, indicando que todos ainda estavam dormindo. Com passos furtivos, cheguei ao meu próprio quarto e, ao entrar, tive a certeza de que tudo o que havia presenciado não era fruto da minha imaginação. 

Os estilhaços do meu abajur ainda estavam espalhados pelo chão, uma evidência clara de que tudo aquilo era real. Meu coração acelerou ao me aproximar da parede onde meu abajur costumava ficar. A visão era surreal: o canivete que havia voado atravessara o abajur sem deixar danos aparentes na parede. Era como se Tourinho tivesse aplicado força suficiente para quebrar o abajur, mas também uma delicadeza extrema para não causar estragos na parede. Aquilo era surpreendente e assustador ao mesmo tempo. 

Quem era Tourinho, afinal? Que tipo de pessoa possui tal habilidade? Será que ele é um assassino treinado? Meu coração disparou só de pensar nessa possibilidade. Ri nervosamente, tentando afastar esses pensamentos, convencendo-me de que talvez tudo não passasse de sorte. Talvez fosse hora de dar um tempo nas leituras. Ainda mais o gênero dark, isso estava apodrecendo meu cérebro. Se bem que…

— Eu tenho que parar com isso — resmunguei, agarrando uma toalha. — Tudo em excesso pode acabar me afetando. E o dark não é o que eu quero!

Tremi de medo ao perceber que alguns acontecimentos não estavam longe de tudo o que já li. Seria uma loucura e arrepiante viver esse tipo de coisa. Não sei se tenho coração suficiente para suportar isso por uma semana ou por muito tempo. Seria como assinar minha própria sentença e seria baybay, Blair. Ou Adieu pour toujours, Blair!

Grunhi irritada me enfurnando no banheiro. Um banho morno iria apaziguar toda essa frustração que sentia e só de lembrar que hoje tinha aula dava vontade de chorar, que ódio. Mas pensa pro lado bom, será sua primeira vez como universitária, o que poderia dar errado?