»★« ; 𝐂𝐡𝐚𝐩𝐭𝐞𝐫 𝟑𝟑

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“Tempestade... Na luz da manhã
Eu sinto
Que não tenho mais nada a dizer
Congelada em mim mesma
Não tenho ninguém ao meu lado
E com certeza isso não está certo”.

— Portishead; Roads

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ᴸᵒˢ ᴬⁿᵍᵉˡᵉˢ; ᴱᵁᴬ ⁰³ ᴰᵉ ᶠᵉᵛᵉʳᵉⁱʳᵒ ᵈᵉ ²⁰²⁴

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ᴸᵒˢ ᴬⁿᵍᵉˡᵉˢ;
ᴱᵁᴬ ⁰³ ᴰᵉ ᶠᵉᵛᵉʳᵉⁱʳᵒ ᵈᵉ ²⁰²⁴

Pela primeira vez em anos, consegui dormir uma noite inteira, sem pesadelos, sem medos, sem preocupações, sem culpa. Meu corpo estava pesado, o sono ainda me prendia à cama, e senti um leve arquejo de surpresa ao perceber um braço ao redor da minha cintura, como se eu fosse uma pelúcia gigante. Virei-me para o lado e vi seu rosto sereno, as sobrancelhas relaxadas, os cabelos espalhados como uma cascata sobre o travesseiro branco. Não pude deixar de notar o quão perfeita ela era enquanto dormia. Eu daria tudo o que tenho para ver essa cena todos os dias da minha vida, até o meu último maldito suspiro. Mas sei que isso está longe de ser possível.

Minha imperatriz... — murmurei, beijando sua testa. 

Era hora de ir, e, mesmo sem querer, fui forçado a pular da cama quando ouvi a maçaneta da porta se mexer. Imediatamente me joguei no chão e rolei para debaixo da cama. Ouvi passos se aproximando, e só pelas pantufas ridículas eu já sabia que era o Matthew. 

Fiquei imóvel, sentindo o lado da cama que eu ocupava ser tomado por ele. O nó de raiva apertou ainda mais no meu peito ao ver minha suspeita confirmada. Então ele realmente tinha o hábito de invadir o quarto da irmã e deitar ao lado dela? Droga, isso é completamente errado. Apertei os punhos, murmurando uma maldição silenciosa, e soquei o colchão acima de mim, lutando contra o impulso de sair dali e agarrar seu pescoço. Quando percebi que ele estava completamente inerte no sono, suspirei e me esgueirei para fora de baixo da cama. A primeira coisa que fiz foi encarar a expressão ridícula dele. Me controlei para não pegar um travesseiro e afundar na cara dele.

Desgraçado — resmunguei, enquanto pegava minha bolsa jogada no chão e me preparava para sair pela mesma porta por onde Matthew havia entrado. Um sorriso cruel se formou em meus lábios. — Ela vai ser minha, e mal posso esperar para ver sua expressão de tacho quando descobrir.

Ri baixinho, saboreando o desafio que eu mesmo havia lançado. Não era o suficiente apenas empossar o carro desse idiota; agora, ia atrás da irmã dele também. Era como cravar uma faca no peito dele e dizer "Adeus, otário". A ideia de como isso o afetaria me trouxe um prazer sombrio, e a certeza de que tudo estava prestes a mudar me fez acelerar o passo.

Dei um último olhar para o quarto de Blair e me encontrei no interior da casa dela, envolto por um silêncio pesado. A casa tinha mudado; ao contrário da minha, que parecia ter congelado no tempo, a dela mostrava sinais de um novo começo. Observei ao redor, notando que o quarto da pirralha ainda estava no mesmo lugar de antes. Com um suspiro de frustração, me lembrei de que, para alcançar meu objetivo, precisaria ir até o quarto de Anthony.

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