»★« ; 𝐂𝐡𝐚𝐩𝐭𝐞𝐫 𝟒𝟑

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“Eu daria o mundo a você
Mas nosso eclipse foi tudo
Que eu dei a você.”

— Eclipse; Josh Makazo

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ᴸᵒˢ ᴬⁿᵍᵉˡᵉˢ; ᴱᵁᴬ ¹⁷ ᴰᵉ ᶠᵉᵛᵉʳᵉⁱʳᵒ ᵈᵉ ²⁰²⁴

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ᴸᵒˢ ᴬⁿᵍᵉˡᵉˢ;
ᴱᵁᴬ ¹⁷ ᴰᵉ ᶠᵉᵛᵉʳᵉⁱʳᵒ ᵈᵉ ²⁰²⁴

— Feliz aniversário, tio Kenji! — Emma exclamou com entusiasmo, sua voz ecoando no pequeno corredor que interligava aos demais apartamentos. Quando a porta se abriu, Kenji apareceu com o rosto inchado, a evidência clara de que acabara de acordar. Ele esfregou os olhos com uma mão, franzindo o cenho, e a sua reação lenta ao despertar ainda parecia tão familiar. Certas coisas realmente não mudam.

Seus olhos cinzentos desceram para Emma, e um sorriso fraco apareceu em seus lábios.

— Que horas são? — ele perguntou, ainda tentando se recompor, enquanto eu entrei, bufando de incredulidade. Segurava a mão de Emma com uma mão, e com a outra, o bolo que havíamos comprado no caminho que ela tinha tanto insistido.

— Ei, quem disse que era para entrar?

— Você realmente teria coragem de fechar a porta na cara de uma criança? — perguntei, com um tom que misturava sarcasmo e preocupação, enquanto Emma olhava para Kenji com uma expectativa ansiosa que contrastava com o seu semblante ainda sonolento.

— Da criança, não. Mas da sua, sim — retrucou Kenji, bufando enquanto cruzava os braços, me analisando de cima a baixo com um olhar que me fazia sentir como se estivesse sendo examinado. Seus olhos vagaram de um lado para o outro na minha direção, e depois pousaram em Emma, que observava a cena com curiosidade. — E onde estão meus presentes? Isso é uma sacanagem! Aparecer aqui em plena manhã de sábado e não trazer nenhum presente!?

— Trouxemos bolo! — Emma exclamou, apontando para o bolo que eu havia colocado sobre a mesa. Kenji franziu o cenho, claramente resignado.

— É, eu vi. Mas o problema é que o idiota do seu tio aqui me deve sete presentes! Seis aniversários esquecidos! — Ele enfatizou, sua voz carregada de um tom dramático exagerado, enquanto fazia uma expressão que parecia misturar decepção e falsa indignação. 

Eu revirei os olhos, exausto da encenação habitual, mas Emma, com sua pureza infantil, olhava para Kenji com aqueles grandes olhos arregalados, genuinamente preocupada em compensá-lo pelos anos de presentes esquecidos. Não pude evitar uma pontada de culpa. Seis anos... Seis aniversários esquecidos. O tempo não havia sido gentil com nenhum de nós, e aqueles anos perdidos pesavam sobre nossos ombros, por mais que tentássemos mascarar as cicatrizes com brincadeiras e sorrisos forçados que Emma, em sua inocência, ainda não conseguia entender.

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