🚩𝐄𝐬𝐭𝐚 𝐨𝐛𝐫𝐚 é 𝐮𝐦 𝐝𝐚𝐫𝐤 𝐫𝐨𝐦𝐚𝐧𝐜𝐞 🚩
Após anos de confinamento injusto por um crime que não cometeu, Javier Torres emerge da escuridão da prisão com uma alma dilacerada e um coração endurecido. Libertado pelo único herdeiro restante...
"A verdadeira essência de cada um de nós só se revela diante dos desafios mais sombrios."
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A expressão preocupada de Kenji ao voltar com os papéis indicava que a situação era pior do que imaginávamos. Seus olhos puxados brilhavam com ira e frustração contida ao encarar o que estava escrito naqueles documentos. André se intensificou ao constatar que a situação não era das melhores, e mesmo sem saber a gravidade, sentia meu estômago se revirando. A ira e a frustração dançavam na minha pele, aumentando ainda mais minha frustração.
André, com uma expressão de inquietação, quase surtando, quebrou o silêncio tenso ao se aproximar, apoiando-se casualmente contra um carro em processo de reforma. Percebi que ficaríamos mais dias do que havíamos imaginado, graças a essa situação.
— Kenji, o que conseguiram levar? — sua voz carregava uma mistura de ansiedade e preocupação, enquanto seus olhos examinavam o ambiente em busca de qualquer sinal de perturbação. Ele abraçou o próprio corpo, tentando mascarar a pilha de nervos que estava sofrendo. Conhecendo meu irmão, ele queria descontar no cigarro. Viciado de merda.
Me virei, observando alguns dos nossos homens reorganizando as peças que o invasor mexera e deixara para trás. Os olhos de Kênia logo encontraram os meus. A garota de cabelos negro afro estava tão puta com aquela situação que senti seu olhar queimar minha alma.
Algo que eu já estava acostumado, vindo dos nossos melhores mecânicos, não era novidade. Ela usava seus costumeiros macacão jeans azul acima de uma camisa branca realçando a maravilhosa pele que possuía. Percebendo nossos olhos intensificado, quebrei o silêncio.
— Tem um cigarro aí?
Kênia me lançou um olhar avaliativo antes de puxar um maço de cigarros do bolso e jogá-lo para mim. Peguei um cigarro, guardando em meu bolso e, em seguida, joguei o maço na direção de André. Ele se assustou ao sentir algo chocar contra seu peito, mas seus olhos se aliviaram ao ver o maço de cigarros no colo. Como eu havia imaginado, ele não tinha mais nenhum com ele.
— Valeu — murmurou André, pegando um cigarro e acendendo com as mãos trêmulas. A fumaça subia em espirais lentas, parecendo oferecer um breve momento de alívio em meio ao caos que nos cercava. Que o cercava.
Enquanto André dava uma longa tragada, Kenji se aproximou com um maço de papéis na mão, sua expressão grave. — Aqui estão os relatórios — disse ele, entregando os documentos a André. — Eles conseguiram acessar áreas sensíveis, mas ainda estamos avaliando o que exatamente foi comprometido. — ele suspirou intrigado. — Sem contar a lista rápida que fiz.
André folheou rapidamente os papéis, seu rosto ficando cada vez mais pálido a cada página virada. Sua respiração tornou-se pesada e irregular, e ele esfregou a testa com a mão livre, como se tentasse afastar um pensamento sombrio. — Isso é pior do que pensávamos — murmurou, mais para si mesmo do que para nós. — Precisamos de uma estratégia imediata para conter isso. Merda, essas peças eram pra próxima corrida! — ele grunhiu.
