»★« ; 𝐂𝐡𝐚𝐩𝐭𝐞𝐫 𝟏𝟖

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“Eu ouço a voz dela. Chamando meu nome.
O som é profundo. Na escuridão.
Eu ouço a voz dela. E começo a correr.”

— The Cure; A Forest.

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ᴸᵒˢ ᴬⁿᵍᵉˡᵉˢ, ᴱᵁᴬ

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ᴸᵒˢ ᴬⁿᵍᵉˡᵉˢ, ᴱᵁᴬ.
²⁷ ᵈᵉ ʲᵃⁿᵉⁱʳᵒ ᵈᵉ ²⁰²⁴

Enquanto dirigíamos pelas ruas de Los Angeles, o brilho dos postes de luz refletia na carroceria reluzente da Lamborghini, senti uma sensação de liberdade e adrenalina correndo pelas minhas veias. Estávamos juntos nessa jornada, explorando não apenas as ruas da cidade, mas também os limites de nossas próprias convicções e valores. Eu poderia muito bem dar um de maluco e acelerar essa belezinha.

— Cara, sua expressão de felicidade é tão sinistra. Que parece que quer matar alguém! — Alejandro retruca, fazendo-me perceber que era minha própria expressão que ele estava criticando. — Aliás, você não disse para onde estamos indo? É para um bar, festa ou o quê? — ele me lança um olhar curioso.

Dou de ombros, mudando de marcha abaixo do volante e sorrindo ao ouvir o rugido do carro em resposta. O som grave e potente do motor parecia uma promessa de aventura e velocidade, uma melodia que despertava algo primal dentro de mim.

— Para um lugar bem divertido! — respondi, meu sorriso se alargando ao ver a expectativa nos olhos dele. — E, como você mencionou, muitas pessoas e muitas “gatinhas” estarão por lá! — provoquei, enfatizando o modo como ele costumava se referir às mulheres. A reação foi imediata; ele gargalhou, a animação brilhando em seu rosto.

— Oh, não vejo a hora. — disse, esfregando as mãos uma na outra, como se mal pudesse conter a excitação.

Enquanto acelerava pela estrada, a noite começava a se desdobrar ao nosso redor, um manto de escuridão pontilhado por luzes distantes. Meus olhos captaram a presença de caminhões pesados na pista, cada um criando uma barreira que, para muitos, seria um obstáculo intransponível. Meu coração acelerou, o sangue pulsando em minhas veias com uma urgência familiar, e então as vozes sussurraram no fundo da minha mente, insidiosas e tentadoras.

“Eu sei que você quer correr entre eles. Sente saudades. Então, o que está esperando?”

A tentação era quase irresistível. O desafio de deslizar entre aqueles gigantes de aço, de testar os limites da máquina sob meu comando, chamava-me como um velho amigo. O volante estava firme sob minhas mãos, a estrada estendia-se como um campo de batalha à minha frente. As vozes não paravam de me instigar, trazendo à tona memórias de corridas passadas, de vitórias e derrotas, de adrenalina pura. 

Cada lembrança era um combustível que incendiava a minha determinação. Recordava os olhares de admiração e inveja dos adversários, a sensação do vento cortando o rosto, a vibração do motor que parecia ressoar dentro do meu peito. Era um chamado primal, uma sinfonia de emoções que só encontrava harmonia na velocidade.

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