»★« ; 𝐂𝐡𝐚𝐩𝐭𝐞𝐫 𝟎𝟕

182 19 1
                                    

"A vida é como um livro; para encontrar o seu significado, você precisa virar cada página."



O caminho que percorremos se tornou gelado, apesar do avançar da noite

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

O caminho que percorremos se tornou gelado, apesar do avançar da noite. A lua brilhava intensamente, indicando que já estávamos na metade da madrugada. Um momento perfeito para estar no quinto sono, se não fosse pela invasão do galpão cinco. Se não fosse por isso, eu provavelmente já estaria dormindo profundamente. 

A briga que eu tive com André antes daquilo só teria me atrapalhado por poucas horas, e logo eu cairia no embalo do sono. Mas infelizmente, isso não foi possível. Bufei de frustração, passando as mãos rudemente pelo rosto para espantar o cansaço. André, percebendo meu gesto, riu, quebrando o silêncio enquanto dirigia.

— Não adianta se irritar, — ele disse, com um tom de voz despreocupado. — Essas coisas acontecem.

Olhei para ele, tentando entender como ele conseguia ser tão calmo em um momento desses. A tensão no ar era palpável, mas ele parecia alheio a tudo, focado apenas na estrada à frente. A luz da lua refletia em seu rosto, destacando suas feições relaxadas.

— Como você consegue ficar tão tranquilo? — perguntei, minha voz saindo mais desesperada do que eu pretendia.

André deu de ombros, mantendo os olhos na estrada. — Alguém tem que manter a cabeça fria, — respondeu. — E se eu não o fizer, quem vai?

Suspirei, sentindo a exaustão pesar sobre mim como uma manta pesada. O cansaço se misturava à frustração, criando um coquetel amargo de emoções. Queria entender a mente de André, mas parecia que ele estava sempre um passo à frente, sempre pronto para o inesperado. Eu precisava aprender a ser assim também, a encontrar calma no meio do caos. Mas naquela noite, tudo o que eu podia fazer era tentar manter meus olhos abertos e esperar que chegássemos ao nosso destino em segurança. Casa. Eu queria minha cama.

Fechei os olhos, soltando um suspiro frustrado, quando ouvi André quebrar o silêncio novamente.

— Lembra daquele rastreador que você implantou no meu carro quando era moleque? — Ele perguntou, com um tom de nostalgia que me fez franzir o cenho.

— Lembro, por quê? — respondi, curioso. Aquele dispositivo era minha arma secreta para ir ao Sprint Nocturno pela primeira vez. Caso André negasse, eu planejava bloquear seu carro. Era uma ideia engenhosa na época, mas André sempre esteve um passo à frente.

André riu ao relembrar. — Você achava que podia me enganar, mas eu já sabia o que você estava tramando. — Ele lançou um olhar divertido na minha direção. — Eu até admirei sua coragem. Quase dei uma chance para o plano funcionar, só para ver até onde você iria.

Sorri, lembrando da audácia juvenil que me levou a tentar aquela manobra. — Achei que tinha sido esperto, mas você sempre me superou.

— Não era questão de superar, — André corrigiu, sua voz mais suave. — Era questão de te proteger. Sabia o quanto o Sprint Nocturno significava para você, mas também sabia dos perigos. Queria garantir que você estivesse preparado.

𝑨𝑩𝑰𝑺𝑴𝑶 Onde histórias criam vida. Descubra agora