»★« ; 𝐂𝐡𝐚𝐩𝐭𝐞𝐫 𝟏𝟐

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“ Essas feridas parecem não curar. Essa dor é muito real. Existe tanta coisa que o tempo não pode apagar.”
— My immortal; Evanescence.



Eu ainda estava relutante em deixá-lo partir, em permitir que ele corresse pela primeira vez, especialmente em uma corrida crucial que determinaria o futuro do Sprint Nocturno

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Eu ainda estava relutante em deixá-lo partir, em permitir que ele corresse pela primeira vez, especialmente em uma corrida crucial que determinaria o futuro do Sprint Nocturno. Ver seus olhos, da cor da tempestade, cheios de uma determinação nunca vista antes, apaziguou um pouco meu coração. Eu estava pouco me fudendo se ele perdesse. Minha maior preocupação era que ele não conseguisse voltar.

— Espero que cumpra sua promessa — disse eu, com uma mistura de esperança e medo.

— Relaxa, eu vou vencer — ele respondeu com um sorriso que transmitia confiança, mas eu o conhecia bem demais para saber que, por dentro, ele estava nervoso. Nesse momento, ele estava se cobrando, e eu quase podia ouvir sua mente trabalhando a mil por hora.

— Não estou falando disso — rebati, notando seus olhos vacilarem. — Estou falando de você voltar.

Kenji me olhou com uma expressão inexpressiva, seu semblante sério procurando algum resquício de que eu não estivesse brincando com uma situação tão grave. Que, mesmo em um momento tão intenso como aquele, eu não estivesse tirando proveito para fazer piadas, como costumava fazer. Eu estava realmente preocupado, e ele percebeu isso. Assentiu com a cabeça.

— Eu volto — afirmou ele com firmeza. — Eu prometo, irmão.

Irmão. Sim, Kenji, antes de ser meu melhor amigo, era como um irmão para mim. E eu o reconhecia como tal, assim como André era para mim. O vínculo entre nós era forte, forjado através de incontáveis noites de desafios e vitórias, de risos e dores. De aventuras infantis quanto burradas juvenis. Recordei-me das nossas primeiras corridas de bicicleta pelas ruas do bairro, quando ainda éramos apenas crianças com sonhos grandiosos e corações cheios de coragem. Naquela época, o perigo parecia distante e a adrenalina, irresistível. Sequer isso tinha passado em nossas mentes.

Lembrei-me de quando, já adolescentes, decidimos consertar um carro velho no galpão de André. O nosso primeiro carro, que, consequentemente, era o que Kenji usaria hoje. Foram semanas de trabalho árduo, de risadas e frustrações, até que finalmente conseguimos ligar o motor e ouvir o rugido triunfante do Boss 429. Esse momento nos uniu ainda mais, como irmãos de sangue, prontos para enfrentar o mundo juntos. Foi um pouco egoísta no começo por ter negado o carro para esta corrida.

Nossas "burradas juvenis", como gostávamos de chamar, também tinham um lugar especial nas memórias. Houve uma vez, em particular, que ficou gravada em nossas mentes. Sem querer, em uma noite de curiosidade e ousadia, acabamos invadindo a linha de comunicação da NASA. Estávamos no quarto de Kenji, cercados por pilhas de livros de programação, hardware antigo e telas piscando com códigos. O objetivo inicial era simples: testar nossas habilidades em computação e hackear algo pequeno, apenas por diversão.

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