Cortina Ruiva

467 53 35
                                    

Uma cortina ruiva de cabelos estava atrapalhando minha visão, que deveria estar focada na professora explicando um assunto muito importante, que certamente estará na prova, mas acontece que Hope Mikaelson estava sentada na minha frente. Seu cheiro de rosas recém colhidas, misturado com algo parecido com campo e canela, estava vindo para mim o tempo inteiro, fazia-me suspirar algumas vezes, para aspirar mais daquilo. Eu precisava me prender a frase de que ninguém liga tanto para você quanto parece, porque se ligassem, iriam me ver suspirando e olhando para os cabelos lisos e sedosos de Hope, provavelmente muito macios também, imaginava qual seria a sensação de tocá-los.

Deveria ser incrível.

Mas eu nunca iria descobrir, de qualquer forma.

- Saltzman? - Ouvi meu nome e fiquei um pouco assustada por ser tirada dos meus pensamentos tão repentinamente.

Era a professora.

- Oi? - Questionei, corando pela vergonha.

- Você sabe a resposta? - Engoli em seco.

Não, eu não sabia a resposta. Acontece que quando fico nervosa, acabado dizendo coisas sem pensar.

- Não sei nem a pergunta. - Todos começaram a rir, incluindo Hope.

Foi quando dei-me conta de que tinha respondido algo engraçado, como se estivesse zombando da professora. Oh, céus. Estava ferrada.

- Pois sugiro que preste mais atenção. Os cabelos da senhorita Mikaelson não lhe darão o conhecimento para fazer as avaliações. - Era oficial, esperei por tudo, uma resposta rápida, curta e grossa vinda da professora que iria me fazer ficar arrependia por ter aprendido a falar, mas ela fez pior, agora estava envergonhada por existir, no momento.

Hope imediatamente virou para mim, encarando-me com os olhos azuis mais lindos no mundo, corei furiosamente e suspirei, constrangida, não conseguindo encará-la, nem respirar.

- Sua folha está em branco, se quiser minhas anotações, me passa seu e-mail e eu lhe enviarei. - Hope anotava tudo no iPad dela, era bem moderno.

- Obrigada, Mikaelson. - Agradeci.

Ela ainda me olhava, provavelmente esperando que eu falasse meu e-mail. Iria escrever, a vergonha seria menor.

Peguei a caneta e escrevi em uma folha, a entregando em seguida. Graças ao bom Deus, ela não leu o que estava escrito, apenas virou para frente e guardou o papel na bolsa.

Suspirei, era muita tensão para uma manhã só. Fui humilhada na frente da classe, Hope falou comigo e pegou meu e-mail de nome vergonhoso, eu tenho certeza que ela vai achar patético e rir muito, mas eu não tinha o que fazer, não podia criar um e-mail com o nome novo em apenas dois segundos e acontece que precisava muito daquelas anotações.

O dia se arrastou, literalmente, e pensar que à noite ainda iria trabalhar por mais seis horas até poder dormir. Geralmente, quando eu não precisava trabalhar, chegava no dormitório, estudava o conteúdo passado no dia, fazia algum trabalho, se tivesse algum pendente, e na verdade, sempre tinha ou quase sempre. Então iria dormir, só acordando no outro dia.

Aquele privilégio tinha acabado, realmente. Meu dia de folga era no domingo, o que era legal, usaria ele para estudar e fazer o que precisava, no entanto, temia que apenas um dia de estudos não iria funcionar bem para mim, minha notas com certeza vão cair.

Tomei banho e vesti o uniforme do trabalho, colocando um sobretudo marrom por cima, a roupa do lugar era um pouco curta, um vestido laranja que ia até metade das coxas, bom, não era muito longo ou algo assim, e em um bar, onde existiam bêbados, não combinaria muito.

Crush On You - Hosie Onde histórias criam vida. Descubra agora