Espantalho Assassino

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Natal.

Uma data comemorativa cheia de alegria, cumplicidade, bondade, amor e compaixão.

Eu verdadeiramente gostava do Natal, era minha época preferida do ano. Começava a nevar aqui em New York, provavelmente em Mystic Falls estava do mesmo jeito, de qualquer forma, eu saberia disso em breve, estava no aeroporto para pegar um avião e finalmente ir ver minha família, depois de meses.

Hope estava de braços cruzados ao meu lado, totalmente inconsolável sobre passar três semanas e alguns dias sem me ver. Ainda era início de dezembro, eu literalmente pedi demissão do emprego, Hope garantiu que nossa residência seria em um dos hospitais dela, portanto, iríamos receber por isso. Eu prontamente aceitei, nosso relacionamento estava sólido o suficiente para que eu não me importasse mais em receber ajuda.

- Não fique brava, bebê. - Disse, sorrindo e beijando sua bochecha.

- Quase três semanas, Josie! Isso não existe. - Gargalhei da sua indignação.

- Sabe que depois que eu voltar, nós vamos fazer aquela viagem na qual você me presenteou. - Hope havia comprado duas passagens para uma cidadezinha cheia de cultura e castelos históricos na Europa. - Vamos passar duas semanas inteiras grudadas. - A confortei. Também era difícil para mim, ficar longe dela.

Hope sorriu fraco e beijou meus lábios.

- Certo. Estou ansiosa. - Falou, remexendo-se como uma criança.

- Eu sei que sim, amor. - Nos despedimos com um beijo caloroso em meio ao aeroporto e eu caminhei em direção ao corredor que iria me levar até o avião.

A viagem foi tranquila e logo eu estava no aeroporto próximo a Mystic Falls, minha mãe e irmã esperavam sorridentes, mas eu pude notar que meu pai não estava lá. Suspirei e caminhei em direção a elas, arrastando minha mala, sorri e recebi o abraço das duas loiras extremamente animadas.

- Vadia, eu achei que nunca mais fosse ver você. - Revirei os olhos para Lizzie e voltei a abraçá-la.

- Cadê o papai? - Perguntei, apenas para confirmar o que eu já sabia.

- Adormecido no sofá. Você sabe. - Olhei triste para minha mãe e ela apenas tentou sorrir. Nenhuma de nós merecia aquilo, ele simplesmente cheirava a álcool o tempo inteiro e não ligava para mais nada, com certeza, assim como em qualquer Natal comum, ele estaria bêbado antes do início da ceia.

Nós caminhamos animadamente pelo aeroporto e após uma hora e meia de viagem, finalmente chegamos a Mystic Falls, sorri, eu gostava daqui, com certeza iria querer exercer minha profissão no hospital da cidade. Mais dois anos de residência e eu estaria de volta oficialmente.

Quando o carro parou em frente a nossa casa, suspirei em frustração. Eu iria voltar para casa após meses e meu pai, nem mesmo assim, conseguia se controlar. Eu não importava o suficiente ou a solução talvez fosse interná-lo em um clínica.

Abri a porta e o vi jogado no sofá e algumas garrafas de bourbon vazias no chão. Sua barba estava grande e alguns fios grisalhos, seu cabelo estava uma bagunça, a casa cheirava a bebida.

Olhei triste para Lizzie e caminhei até ele, tirando a garrafa da sua mão e beijando sua testa, eu senti tanto a falta dele. Limpei as lágrimas que insistiram em cair e subi as escadas para desfazer a mala.

Lizzie entrou no quarto algum tempo depois.

- Ele piorou bastante. Não queríamos contar para você por telefone, mas ele foi afastado do emprego. - Suspirei e sentei na cama, enquanto dobrava uma blusa.

- Poderíamos interná-lo. - Sugeri.

- Com que dinheiro? O tratamento da vovó está horrivelmente caro, tudo que temos é o salário do papai e o meu. Inclusive, papai só não foi demitido, porque Matt é o prefeito. - Não era a melhor situação. Eu só queria poder ter um feriado qualquer igual todos os outros.

Crush On You - Hosie Onde histórias criam vida. Descubra agora