Olhei para os dois lados da rua, na verdade, era algo que eu sempre fazia antes de atravessar, mesmo a rua sendo de via única. Estava indo para o trabalho e o trânsito parecia agitado demais hoje. Quando pisei o pé na rua, um carro preto começou a se aproximar, voltei para calçada, para esperar ele passar, no entanto, o mesmo parou em minha frente, era uma limousine, franzi o cenho e vi a porta abrir, um homem saiu de dentro e me pegou, eu jamais imaginaria que algo assim acontecia.
Ricos, sequestrando pobres.
Quando estava prestes a gritar, vi simplesmente, Klaus Mikaelson, me olhando com um sorrisinho de canto.
- Senhor Mikaelson? - Perguntei o óbvio, apenas estava muito surpresa.
- Olá, Josie. - O pai da Hope tinha acabado de me sequestrar. Eu poderia gostar disso, se não estivesse apaixonada por Hope.
- Desculpe senhor, mas estou sem tempo de conversar agora. Preciso trabalhar. - Disse, um pouco envergonhada.
- Oh, querida. Eu sei. Já imaginou não precisar mais fazer isso? Bom... Pelo menos, não por necessidade. - Franzi o cenho, confusa com aquela conversa.
- Quando eu conseguir trabalhar em algum hospital, daqui dois anos e alguns meses, talvez. - Respondi, nervosa.
- De quanto você precisa? Talvez cem mil, durante esses dois anos. Duzentos? - Fiquei totalmente chocada, o que ele queria dizer com aquilo?
- Do que o senhor está falando? - Perguntei, ele parecia ter perdido toda a simpatia.
- Ah, garota. Por favor, esse casinho de vocês não irá para frente. Não existe futuro nisso, certo, você está em uma boa faculdade, logo irá trabalhar e ganhar uma quantia... Razoável, no entanto, não vamos esquecer o fato de que você é uma mulher. Deus jamais aprovaria isso, Hope foi criada nos bons costumes católicos, ela vai largar isso, uma hora ou outra, não queria ter que obrigá-la, mas se você não aceitar minha preposta, vou ter que ser um pai rígido. - Ele dizia tudo com uma tranquilidade assustadora.
Meus olhos encheram de lágrimas. Suspirei, tentando conte-las, não acreditando que aquilo estava acontecendo.
- Então... Você está me dizendo que quer me pagar para terminar com a Hope? - Perguntei, ainda sem acreditei. Parecia mais um enredo de uma novela mexicana, eu já vi algumas para melhorar com o espanhol.
- Não vamos dizer dessa forma, querida. Digamos que estou antecipando o inevitável e para você não sair com as mãos abanando, estou sendo solidário com os menos afortunados. - Mordi o lábio inferior, pensando no que fazer. Jamais estaria considerando isso, eu estava com nojo desse homem, mas precisava ser racional.
- O senhor realmente não se importa com a felicidade dela? - Perguntei, ainda perplexa.
- Oh, meu amor. Claro que sim, exatamente por esse motivo, estou fazendo isso. Ir contra as vontades de Deus, só irá deixá-la miserável--
- Céus! O que há de tão errado em amar?! - Falei, indignada com o que ele estava dizendo, vir com esse discurso religioso, estava realmente me tirando dos eixos.
Eu sequer tinha dito a Hope que gostava dela, mas devido a situação, havia acabado de admitir que a amava para seu pai. Ele realmente tinha me tirado do meu estado normal.
- Isso não é amor! - Ele aumentou o tom de voz, me assustando. - Quero para Hope uma vida normal. Tenho muito orgulho da sua formação, ela será uma médica excelente e respeitável. Não terá nenhum respeito em qualquer lugar que vá, sendo uma... Lésbica. Namorando outra mulher. Quem você acha que vai respeitá-la? Não seja tola. - O ódio tentando ser contido no seu tom de voz, tornava tudo pior.
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Crush On You - Hosie
RomanceJosie tem um quedinha por Hope, no entanto, a ruiva parece nem saber que ela existe. Onde Hope e Josie são colegas na faculdade de medicina há cinco anos.