Crescer Fortes Juntos é Envelhecer Juntos (AkaRen) - | TRADUÇÃO |

Covarde

Akaza olhou entorpecido para os restos de sua última refeição, suas mãos e lábios pegajosos de sangue e sangue coagulado. Ele estava faminto, quase louco de dor e fome. Comer este homem não apenas foi bom, mas também eufórico, uma experiência quase orgástica que o deixou desprovido de pensamentos e fôlego.

O homem era pouco mais que carne naquela época.

Agora, Akaza podia ver o que restava dele pelo que ele era: uma pessoa.

Uma pessoa má decidida a matar, mas mesmo assim uma pessoa.

Uma pessoa não muito diferente de quem Akaza era. Um homem injustiçado em busca de vingança.

A comparação revirou o estômago de Akaza. A persistente doçura do sangue em sua língua o deixou enjoado.

Ele nunca pensou muito nas pessoas que comeu ao longo dos anos. Por que ele faria isso? Todos eles eram carne. Claro e simples.

Agora ele não conseguia parar de pensar no sangue em sua alma. Quantos homens, bons homens - homens cujas famílias dependiam deles, ele matou ao longo de sua vida como um demônio? Ele tentou contar os números e rapidamente se viu perdido em um mar de sangue profundo demais para ser atravessado.

Akaza levantou-se rigidamente.

Ele precisava de um banho.

Akaza vestido, ainda molhado, na margem de um riacho. Seu corpo foi limpo da evidência de seus pecados, mas sua alma estava tão imunda quanto um rato de sarjeta, e nenhuma esfregação poderia limpá-la.

Em algum lugar distante, um trio de espíritos lutadores fez cócegas em sua consciência.

Akaza os estudou brevemente, querendo dispensá-los rapidamente para que pudesse retornar à sua meditação. O primeiro não era digno de nota, apenas um lampejo de luz na noite, mas o segundo era vagamente familiar. Era quente e reconfortante, como uma brisa de verão. Onde ele sentiu isso antes?

O último espírito de luta era difícil de ler, pois seu dono estava dormindo. Mas mesmo durante o sono, irradiava um desafio ardente. Também carregava consigo a fome sem fim de um demônio.

E foi então que ele percebeu.

Tanjiro.

O espírito de luta familiar era o de Tanjiro, só que mais.

O menino havia crescido. E o demônio com ele deve ser Nezuko.

E eles foram direto para as mãos de Akaza.

A excitação lavou a tristeza anterior de Akaza como uma chuva torrencial lavou a camada superficial do solo. Ele reprimiu sua energia demoníaca e caminhou cautelosamente em direção ao grupo, com a intenção de segui-los por um tempo enquanto pensava na melhor maneira de abordá-los com seu pedido.

Mas então o vento mudou, colocando Akaza contra sua presa.

O espírito de luta de Tanjiro explodiu em uma onda de emoções, ficando cada vez mais brilhante até que era quase ofuscante contemplar enquanto o ódio, a raiva e o medo consumiam sua alma.

Por um instante, nada se moveu ou sequer respirou, o mundo inteiro ficou imóvel e sem vida enquanto esperava que uma decisão fosse tomada.

A tensão quebrou com um grito furioso e de cortar o coração.

Tanjiro e o outro assassino correram, seus espíritos desaparecendo rapidamente na distância.

Os assassinos eram rápidos, mas não tinham esperança de ultrapassar a lua superior.