• A propósito, sou sua! - KarLena

Capítulo 16: Sempre cuidarei de você!!!

Esse capítulo será narrado em sua grande parte, pelo Luke. E lembrem-se, tudo que será dito aqui, é a forma que ele enxerga e se expressa!

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Luke

Não sei muito bem o que aconteceu com Andrew, mas quero dizer que estou gostando.
Vê-lo tratando Alícia do jeito que ela sempre mereceu, me deixa aliviado. Houve um tempo que eu cheguei a odiar meu irmão por ele se deixar levar pelas palavras maldosas do papai.
Nunca gostei da forma que ele a olhava ou se referia a minha pequena irmãzinha.
Andrew é meu irmão de pai e mãe, mas sinto como se estivesse mais conectado com Alícia do que com ele. Talvez seja por seu complexo ego de irmão mais velho, e o fato de se achar no direito de ser o único exclusivo. Era patético!!!
Mas, agora me sinto livre para amar meu irmão, pois posso ver que ele mudou.

Não é fácil mudar dessa forma, exige muita maturidade e força de vontade para assumir nossos erros e nos tornarmos uma pessoa melhor. E eu o odiava por não entender isso, mas com o tempo, me acostumei, como tudo nessa vida. Me habituei a ouvir coisas como: “Bastarda”, “Intrusa”, “Ela não é minha irmã”, “Eu a odeio”, “Mamãe é uma puta”, “Alícia é um erro”, e por aí vai…
Papai envenenou meu irmão, e ele absorveu cada palavra, porque estava cheio de medo e insegurança no coração, e daí, passou a falar essas coisas horríveis, transbordando do que estava cheio, como Kara acabou de dizer.

Mas, agora que ele decidiu dar esse passo, vou ajudá-lo, pois quando se está em processo de desenvolvimento e descoberta, é essencial e reconfortante receber apoio daqueles que amamos. E eu sei que lá no fundo, Andrew sempre amou Alícia, mas não se permitia sentir isso.

Papai é um verdadeiro cretino por tentar nos envenenar contra a nossa própria mãe e irmã. Sei que não deveria usar essa palavra, mas não posso evitar.
Só espero que ele pague por tudo que fez. Mamãe e Alícia não merecem nada do que ele as fez passar, elas são as mulheres da minha vida, e sempre vou protegê-las. Posso ser apenas um garoto agora, mas sou muito mais homem que meu pai, que age como um mau caráter.

Ele tentou me voltar contra a minha mãe e minha irmã, quando eu ainda nem entendia o significado da palavra “ódio”, mas com meu instinto e curiosidade infantil, costumava seguir papai pela casa, sempre queria estar perto dele ou da mamãe, e isso me resultou em uma imagem que não consigo esquecer. Já tentei, eu juro, mas não consigo esquecê-la.
Perdi minha inocência, minha infância por isso, e papai nunca me olhou do mesmo jeito após descobrir que eu o espionava.

Eu poderia ter contado pra alguém, e principalmente pra mamãe, mas eu nem sabia como dizer o que vi, e também não tinha uma mentalidade formada para explicar o que parecia ser certo ou errado. Desde então, me fechei totalmente para qualquer envolvimento com o papai, tudo que queria, era esquecer tudo…
Me senti coagido e atacado por cada olhar ou palavra que ele me lançava, enquanto tratava Andrew como um verdadeiro rei. Não se engane, não é inveja, pois eu nunca quis a atenção daquele homem depois do que vi, mas me irritava por ele me manter sob seu controle e por ser obrigado a ouvir todas as besteiras que falava de Kara e Alícia.

Não sei por que a mamãe se casou com um merda desse, mas de qualquer forma, eu agradeço, pois assim pude nascer e cuidar de Alícia.
Ela sempre vai ser minha irmã favorita, a garotinha loirinha, com lindos olhos azuis, igual os da mamãe dela.

Lembro-me de ficar curioso para saber quem era a mãe de Alícia, para ela ser tão diferente de mim e de Andrew, mas nunca perguntei ao papai como Kara era. Porém, um dia, ele esqueceu o celular por alguns segundos sobre a mesa do escritório e eu entrei sem que ele visse, e aproveitei os poucos minutos para olhar o celular, e lá estava ela em uma foto com a mamãe, e assim entendi de onde vinha a aparência de Alícia.