❥ 𝟭𝟵. 𝙳𝚎 𝚟𝚘𝚕𝚝𝚊 𝚍𝚊 𝚃𝚊𝚒𝚕â𝚗𝚍𝚒𝚊

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Grace mais uma vez pegou Jennie olhando para as portas duplas da suíte

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Grace mais uma vez pegou Jennie olhando para as portas duplas da suíte.

A velha riu e arrumou as almofadas no sofá oposto. — Ela estará em casa em breve. — Jennie desviou o olhar e olhou para Grace, piscando surpresa.

— Oh, não! Eu não estava... uhhh... — Jennie deixou escapar, depois riu nervosamente. Suas sobrancelhas se encontraram enquanto ela procurava as palavras certas para dizer. Já fazia quase duas semanas que ela viu Lisa pela última vez, desde que ela saiu de férias. Ela não queria admitir, mas seus dias sem ela pareciam, por assim dizer, amigáveis, inadequados. Grace balançou a cabeça e um olhar zombeteiro apareceu em seu rosto.

Vejo você quando eu te ver.

Lisa disse essas palavras antes de partir para a Tailândia depois de bater levemente na barriga. Foi uma das poucas vezes que ela a tocou por vontade própria, sem a intenção de machucá-la, isto é, emocionalmente. O toque de Lisa deixou uma lembrança em sua pele, e ela não conseguia simplesmente segurar o rosto sem sentir as mãos de Lisa.

Sem cicatrizes, apenas aquela sensação de pele. Jennie não se importaria se Lisa fizesse isso mais vezes.

O toque, a gentileza, era algo devastador. Ela não estava acostumada com isso. Isso fez Jennie sentir todos os tipos de coisas, as boas.

— Não se preocupe, não vou contar a ela que você esteve praticamente esperando nas últimas duas horas.

Jennie franziu a testa, seu lábio inferior se projetando em um beicinho hilário. — Eu não estava. — Mas sua voz continha espaço para discussão enquanto ela mantinha a cabeça baixa como uma criança tímida. — Eu... — Mais uma vez ela parou, porque sabia que não era mentira. — Tudo bem.

Ela se levantou e foi até a cozinha para evitar continuar a conversa. Jennie pegou a caixa de leite da geladeira e depositou o conteúdo no copo.

— Novo cabelo, hum?

Jennie engasgou em estado de choque ao deixar cair o copo no balcão, derramando o leite no chão. Já faz um tempo desde que ela ouviu sua voz rouca. Lisa estava parada na parede da cozinha vestindo um casaco e sorrindo. As bochechas de Jennie ficaram vermelhas quando seus olhos capturaram o familiar lenço cinza que cobria todo o pescoço de Lisa. Parte dela já havia se convencido de que Lisa iria se desfazer de um pedaço de mantilha tão horrível, talvez ela não devesse fazer isso.

Lisa estava linda, como sempre foi. Ela havia dominado a arte de esconder suas emoções, mas a emoção que sentia não diminuiu ao ver a forma como Jennie reagiu a ela. Ela nutria um suposto ódio por ela, mas não se podia negar que sentia falta das brincadeiras bem-humoradas que compartilharam no momento em que decidiu ser menos vadia com a outra vadia. Não foi tão ruim quanto ela pensava que seria.

Ela teria presumido que uma mulher diferente tivesse entrado em sua suíte quando ela não tivesse visto aquele tom único de cabelo loiro, mas um lampejo de castanho escuro. Somente quando ela percebeu sua barriga cada vez maior e sua pele de porcelana ela soube que era apenas Jennie. Ser morena definitivamente não lhe fazia nenhuma injustiça. Isso combinava com ela.

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