❥ 𝓐 𝓐𝖒𝖆𝖓𝖙𝖊 | 𝔍𝔢𝔫𝔩𝔦𝔰𝔞

❥ 𝟮𝟯. 𝙰 𝚟𝚎𝚛𝚍𝚊𝚍𝚎𝚒𝚛𝚊 𝚎𝚕𝚊

Cutucar.

Jennie estava dormindo profundamente quando sentiu um dedo cutucando sua barriga. Ela presumiu que era apenas uma parte da dimensão irreal dos sonhos, mas quando sentiu isso mais uma vez, suas pálpebras se abriram para ver Lisa deitada em sua cama, o rosto próximo à barriga. Jennie piscou, seus olhos se acostumando com a luz forte que vinha do sol, ela devia ter deixado as cortinas abertas na noite anterior.

O cabelo levemente longo de Lisa estava despenteado, caindo sobre seus ombros como uma cachoeira, com algumas mechas saindo em certos lados. Seu rosto estava nu por qualquer cobertura de maquiagem. O tom escuro de seu cabelo parecia brilhar sob a exposição aos raios solares. A julgar pela sua aparência, Lisa tinha acabado de acordar como ela.

E Jennie nunca imaginou que uma mulher pudesse ficar tão bonita ao acordar de manhã.

Vendo que Lisa não havia notado ela, ela fingiu ainda estar dormindo, fechando os olhos.

— Bom dia, bebê da Jennie! — Lisa levantou a voz, só quando percebeu que a mãe ainda estava dormindo. Ela colocou o dedo indicador nos lábios. — Oh, shhhh, é melhor ficarmos quietos. — Ela sussurrou, e Jennie teve que morder o interior das bochechas para evitar que os lábios formassem um sorriso.

Lisa olhou para Jennie, aliviada por não ter sido perturbada por sua voz. — Sua mãe e eu vamos comprar roupas para quando você chegar daqui há um mês e meio. Quais personagens você quer? Tem camisas Shinchan, macacões Pikachu e muito mais.

Isso mesmo, a longa jornada de sua gravidez estava quase chegando ao fim. O fim da gravidez também significaria o fim de sua permanência sob os cuidados de Lisa.

Amigos vêm e vão.

Ela já tinha ouvido a frase antes, mas Jennie pensava em Lisa mais do que uma amiga, e sim uma alma gêmea. Ela leu o que Aristóteles disse quando era jovem.

O que é um amigo?

Uma única alma habitando dois corpos.

Nesse momento, com a pergunta — Quem é a pessoa que mais significa para você? — Jennie pensou em alguém por quem viver, pensou em alguém que a amasse de verdade, pensou em alguém a quem ela se entregou totalmente. Não havia nenhuma, mas em vez dessas coisas, ela encontrou a resposta em alguém que compartilhou sua dor e tocou suas feridas mais profundas.

— Eu realmente mal posso esperar para conhecer você. Eu nunca poderei estar grávida, assim como sua mãe, mas cuidar dela me faz sentir como se eu estivesse tendo meu próprio filho. Diga a ela que é melhor ela me tornar sua madrinha, se não...!

Embora Jennie normalmente teria rido de Lisa, ela não pôde deixar de sentir pena dela. Quando elas começaram a se abrir, ela percebeu como Lisa falava com carinho sobre crianças.