❥ 𝓐 𝓐𝖒𝖆𝖓𝖙𝖊 | 𝔍𝔢𝔫𝔩𝔦𝔰𝔞

❥ 𝟯𝟲. 𝚃𝚎𝚗𝚝𝚎 𝚍𝚘𝚛𝚖𝚒𝚛 𝚌𝚘𝚖 𝚘 𝚌𝚘𝚛𝚊çã𝚘 𝚙𝚊𝚛𝚝𝚒𝚍𝚘

As coisas nunca mais foram as mesmas.

Quase como se um copo tivesse sido jogado no chão, quebrando-o em pedaços, pedaços que foram unidos mais uma vez com uma cola poderosa, na esperança de formar o vidro novamente. Mas não era a mesma coisa. Embora por um milagre, aquele vidro tenha sido montado em todos os lugares certos, as rachaduras e linhas que cercavam cada peça eram evidentes a olho nu. E cada rachadura era um fardo de culpa e um reflexo do pecado em um coração, mas um fardo de dor em outro.

As coisas simplesmente não poderiam ser as mesmas depois de terem sido quebradas.

Foi isso que deu um tapa em Jennie depois de falar com Lisa. Ela estava dentro do quarto delas, traçando o anel que Lisa havia colocado em seu dedo. Ela andou de um lado para o outro, desejando que isso diminuísse o peso em seu coração, mas isso só aumentava. Jennie foi até a janela então, observando o sol da manhã agitar seu primeiro raio de Olá pela manhã no horizonte.

Ela se odiava.

Foi tudo culpa dela, tudo de ruim que aconteceu com Lisa. Talvez ela não devesse tê-la conhecido, para que Lisa pudesse ser salva dessa onda de dor.

O som dos lençóis sendo bagunçados a fez olhar de volta para a cama onde Yuna e Lisa dormiam. Embora seu coração estivesse agitado, ele não resistiu a bater rápido ao ver Lisa acordando das profundezas do sono.

Lisa, como sempre, deixou a manhã linda. Mas seu coração apertou desconfortavelmente quando ela abriu os olhos. A derrota ainda cobria seus olhos e Jennie teve que olhar para baixo por causa disso. Ela pensou que Lisa iria querer dizer alguma coisa, qualquer coisa seria aceitável neste momento, mas assim como nos últimos dias, Lisa não falou, nem mesmo olhou para ela.

Jennie falou imediatamente. — Sinto muito por estar aqui. S-sua mãe iria descobrir se eu não tivesse vindo aqui.

Desde o seu pecado, Jennie decidiu dormir longe de Lisa e Yuna, pensando que não deveria contaminá-las. Mas assim, a visão de Lisa passou por ela como se ela não existisse. Ela se levantou da cama e caminhou em direção ao banheiro para se refrescar.

O que ela não esperava era que Lisa parasse no batente da porta do banheiro.

— Eu nunca disse que eu não queria você aqui.

Lisa virou a cabeça para o lado, mas ainda privando Jennie de seus olhos. — Não sei se quero que você fique, tudo que sei é que não suporto a ideia de que você vá embora. Estou confusa, Jennie.

Faziam apenas alguns dias, mas ela ansiava que Lisa dissesse seu nome.

Dentro da mente e do coração de Lisa havia uma tempestade de calor e frio, tentando encontrar algo bom em sua dor, pensando nos momentos que ela teve com Jennie, pensando nos intermináveis momentos que elas teriam juntas. Os momentos eram agora fantasmas de seu passado que agora a assombravam, e ela não conseguia decidir se os ternos momentos de amor poderiam superar uma dor. Mas ela precisava que eles compensassem isso, porque não ter Jennie ao seu lado apenas multiplicaria isso por um infinito.