O amor abandonou-me

4 0 0
                                    

No meio da tempestade, enquanto o meu corpo arrefecia e a minha mente escurecia mais rápido que a noite, o meu peito subia e descia desconsoladamente.

A chuva tornou a minha pele enrugada e o meu cabelo escuro cobria o meu rosto marcado pelo cansaço.

A dor psicológica tornou-se física e, no frio da noite, o meu corpo colapsou.

Tanto dano, tanta dor, tanta tristeza, tanta pancada, tanta recaída e tanto choro.

Sem forças para me manter de pé, deixei que as minhas pernas cedessem ao peso doloroso que me inundava o coração.

Num momento eu era a mulher mais feliz do mundo, no outro eu era uma péssima esposa e mãe.

O teu segundo rosto surgiu de um momento para o outro quando a tristeza ameaçou afogar-me com as minhas próprias lagrimas.

O meu dedo outrora revestido de amor e compromisso, ficou despido e nele eu senti o sabor do abandono.

Tanto tempo que a ti dediquei e tanto tempo que de mim foi roubado. Tanto amor que eu dei e todo o amor de mim foi arrancado. Tento agora, pouco a pouco, silenciosamente no silêncio, levantar-me e caminhar em outra direção, mas o peso de todo o tempo a ti dedicado prende-me os pés e não me deixa seguir livremente.

Tanto que eu dei e tanto que de mim exigiste, deixas-me agora sem nada quando a única coisa que eu quero é ser feliz.

A minha vida em folhas de papelOnde histórias criam vida. Descubra agora