Perante ti

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Perante a mais submersa realidade, transformo-me na calabre que te prende ao teu subconsciente. Transformo-me na mais distinta raça do sobrenatural que quebra a barreira incómoda que teima em nos distanciar. Considerando-te o sentido das minhas palavras e dos meus pensamentos mais submersos, nomeio-te o meu espirito involuntário e necessário. Transformo-me no lenimento que me salva do desespero. Outrora se dizia que eu estaria a cantar-te cantigas lamechas cheias de um sentimento tão belo quanto ensurdecedor aos ouvidos de outrém. Porém, direi eu que as tágides me inspiram em momentos indefinidos, talvez em momentos inadequados, mas marcantes. Uma palavra tua rumorejante e suave, meiga e calmante, traz a mim sensações rutilantes. És a sumidade que me motiva a seguir, porém arrastando-me para a mais bela canção que nem um passarinho que tão bem soubesse cantar, poderia tão bem esta canção embalar. Mesmo assim, tão longe e tão perto de ti, um desepero supérfluo reside em meu peito que dói, quente e congelado. Como se este sofrimento não tivesse fim, marcando em mim um tefe-tefe que reside numa jaula, cumprindo assim pena de prisão perpétua no fogo que congela a minha existência à iris que um dia me viu a partir dos mais belos olhos que nem a mais bela arte teve o engenho de pintar...

A minha vida em folhas de papelOnde histórias criam vida. Descubra agora