Um leve cansaço apodera-se do meu corpo e da minha mente, cansaço este que me impede de pensar com clareza e que com clareza me faz chorar.
As lágrimas que caem são poucas mas sabem-me ao sal que se apoderou da nossa doce relação.
O poço de água que em mim existe está quase seco, e a pouca água salgada que dele sai e que pelos meus olhos húmidos e semiabertos escorre.
Da mesma forma que me fazia bem, hoje me dói amar-te. Enganei-me apenas a mim mesma quando vi os sinais pela primeira vez e ignorei por tanto que te amava.
Em ti cegamente acreditei e de cegueira sofri quando os meus olhos esbugalhados viram o que sempre esteve diante deles.
Sinto que devia pelo menos sentir mais, chorar mais, sofrer mais, amar mais... mas a única coisa que me dói no peito é a preocupação que tenho por Ela. Ela que é minha, Ela que é tua, Ela que também é nossa...
De tão doce que eu um dia fui e de tão amarga que hoje sou, evapora-se de mim o sentimento ardente que antes habitava o meu peito e que já há algum tempo o abandonou e deixou vazio.
Dúvidas, desconfianças e palavras dolorosas, uma vez mais, vieram para me assombrar e me impedir de ser feliz.
Nos meus lábios secos e desidratados posso sentir o sabor da dor e no meu peito sinto o vazio oco da escuridão que o coloriu de negro.
"Se ao menos eu pudesse mudar o trajeto do meu passado..."
Sinto cada vez mais o cansaço crescer e roubar-me toda a pouca força que me resta e, com relutância e cansaço, percebo que estou cansada de amar.
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A minha vida em folhas de papel
AléatoireCada texto, foi escrito baseado em momentos importantes da minha vida. Momentos esses que hoje fazem de mim a pessoa que sou e que fui obrigada a ser. Que eu possa transmitir através de cada texto, toda e cada emoção e sentimento que eu senti ao lon...