Desespero

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Devastada pela agonia sangro.
Choro o que tenho a chorar e deixo-me consumir pela angústia.
Permito que o desespero me alcance e deixo-o quebrar-me por completo.
Sinto a densidade do ar alastrar-se pelo céu e um raio cai longe sobre a terra.
No escuro sinto o medo a espalhar-se à minha volta.
A dor começa a espalhar-se por cada canto da minha mente e deixa-me atordoada.
Com o corpo a tremer caio sobre os joelhos já ralados e a latejarem.
O chão à minha volta envolve-me numa poça de sangue onde não hexiste espaço para pousar a mão.
O meu corpo cai exausto e mancha-se de um vermelho escuro e os meus olhos cansados fecham de frente para a loucura.
Num ato de emergência o meu peito começa a rasgar-se, e em cada pedacinho rasgado uma lágrima cai a mais no chão.
A minha mente não para de latejar e o desespero começa a tomar conta de mim.
Os demónios que vivem dentro de mim assombram o meu ser, e eu sinto a voz a rasgar-se na minha garganta.
O silêncio dolorosamente se cala e no escuro as sombras do medo transformam-se à minha volta e tentam matar-me.
Sinto mãos ásperas puxarem-me os cabelos e aos poucos arrancarem.me fios de cabelo. Sinto unhas aguçadas arranharem-me as costas e cortarem-me a carne. Em carne viva e gritos altos de desespero enlouqueço pela loucura e sem forças desmaio.

A minha vida em folhas de papelOnde histórias criam vida. Descubra agora