Cena II

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Senti a dor perfurar-se no meu peito, precisei de um ombro onde chorar. Senti a raiva crescer, enquanto procurava um ombro onde chorar. Senti as lágrimas afogarem os meus olhos e naquele instante fui capaz de ver a tua imagem. Magoada corri para os teus braços algures. Segura no teu abraço desabafei e com beijos singelos afastas-te a minha raiva e apagaste a dor que me doía no peito. Senti que o desejo nos alcançava, mas não me permiti fugir dele, deixei-me levar. Conduziste-me por um caminho desconhecido, naquele dia não me apercebera, mas era o caminho do teu amor fingido. Passos que marcaram o tempo naquele caminho, conduziram-me à meta que eu esperava há já uma agoniante eternidade. Eram roupas espalhadas no chão e sentidos no céu, eram sensações que me queimavam a pele descoberta e era apenas uma tentativa. Eram cores que me coloriam a mente e eram cheiros que me perfumavam. Com prescrição ordenavas nos meus atos e naquele momento desejei-te mais que nunca. Na minha pele descoberta, refletia-se a luz dos teus olhos que transbordavam puro desejo, que aos poucos me consumia as forças que eu parecia ja não ter. E mais uma vez subimos aos céus. Era apenas uma tentativa e a tentativa falhou...

A minha vida em folhas de papelOnde histórias criam vida. Descubra agora