CAPÍTULO 27

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CARLOS

Fui dormir feliz ,por saber que meu pai me ama.Fazia muito tempo que ele não falava isso para mim, e me defender da minha mãe foi melhor ainda , mesmo sabendo que vou sofrer retaliação por parte dela depois.

Acordei no dia seguinte e me sentei rápido de mais na cama, sentindo dor na barriga.

Sai da cama e fui me arrumar para a escola, tirei minha roupa para tomar um banho, e olhei minha barriga toda machucada de vermelho e roxo, algumas marcas amarelados .

Minha vida nunca foi fácil, desde meus quatro anos que tenho noção que minha mãe não me ama. Sempre que meu pai sai para trabalhar e eu não estou na escola ela arruma uma desculpa para me chingar e me bater.

Mesmo tendo tamanho e força nunca reagi , por que não gosto de violência.

Acho que não é pedir demais para ter uma familia de verdade?

As palavras dela ecoam na minha mente até agora, por ela sempre me comparar ao meu tio que segundo ela faleceu.

Não entendo a raiva dela contra ele ,por que os empregados da fazenda vivem dizê do que ele era um ótimo garoto,nunca nenhum deles falou nada contra ele,mas como meu tio é um assunto proibido nesta casa, procuro não ficar perguntando muito.

Coloquei o uniforme da escola e fui pegar minhas coisas para meu dia.

Desci e vi os dois na mesa ,minha mãe ainda com o rosto inchado.O clima estava tão tenso que dava para cortar com faca .

Sentei e comi pouco, me levantando logo em seguida.

_Já vai filho?

_Sim pai, se não me atraso !

_Mas está muito cedo filho, sua aula começa às oito.

_Você não vai de ônibus da escola?

_Não ,ele vai a pé, é bom para a idade dele!Disse a minha mãe o que fez meu pai olhar torto para ela.

_Eu gosto pai ,é bom andar um pouco.Disse mentindo para evitar um conflito pela manhã cedo.

_Filho hoje eu não posso te levar, mas sempre que der eu te levo.Disse meu pai atraindo um olhar mortal, da minha mãe para ele.

_Ok obrigado pai.Disse e dei um beijo nele e minha mãe revirou os olhos com ciumes.

Me apressei em escovar os dentes e pegar a mochila ,por que o caminho até a escola é longo e vou chegar lá bem cansado.

Depois que peguei tudo estava saindo pela cozinha.

_Aqui meu príncipe,para você não ficar com fome.Disse a Amará para mim me entregando um saco com um lanche para mim comer no intervalo, já que minha mãe não me dá dinheiro para comprar nada.

Amará é como uma segunda avó para mim.A mãe do meu pai é um presente na minha vida como pode, já que fica muito tempo cuidando do meu avô.

Como ele não gosta de mim,por eu ser gay, procuro não ir na casa deles, e ela não vai na casa dos meus pais porque minha mãe não gosta dela .

Já a mãe da minha mãe nem se preocupa em me ver , só vem aqui pedir dinheiro para minha mãe.

_Para que isso?Disse minha mãe entrando na cozinha, e pegando pela primeira vez a Amará me dando lanche escondido.

_Um lanche para o menino senhora Carina!Disse a doce senhorinha que eu amo chamada Amará.

_Não autorizei isso!Disse minha mãe exaltada coma situação.

NathanOnde histórias criam vida. Descubra agora