Capítulo 2

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RENATO

Depois de terminar de colocar o feno para os animais, que apesar de pessado eu gostei por pode ficar um tempo a mais com os animais que eu gosto, as vezes prefiro eles as pessoas da minha família.

Tive que terminar de arrumar o feno no celeiro e me lembrei que a minha primeira vez com o André foi aqui em uma noite quente de verão.

Entrei em casa eles já tinham jantado e estavam indo dormir.Nada me falaram eles,só minha irmã sorriu debochada para mim.

Me apressei no banho,e desci para a cozinha comer alguma coisa.

_ Menino vem! Deixei sua comida quentinha no forno!

_Amará já devia ter se recolhido, eu mesmo podia ter feito meu prato.Disse para ela me sentando na mesa da cozinha.

_Nunca que eu ia me recolher e te deixar com fome!Porque eu sei que se não tivesse aqui você ia fazer só um lanche.Disse ela para mim colocando um prato de comida delicioso.

Nem me importei com a quentura do prato e passeia a comer rápido .

_Calma menino a comida não vai sair daí!Disse ela para mim sorrindo.

Terminei de comer e coloquei meu prato na pia afim de lava-lo ,mas fui parado por ela.

_Vou lavar!Disse para ela.

_Nada disso vai dormir já trabalhou demais por hoje menino!Disse ela e eu dei um beijo no rosto dela e corri para o banheiro, onde peguei o teste de gravidez e fui ler como eu tinha que fazer.

Fiz tudo como eles diziam para fazer, enquanto esperava o resultado fiquei rezando para mim estar errado.

Esperei o tempo que diz para esperar ,mas estava com medo de virar e ver o que deu.Quando o fiz , vi que era dois tracinhos quando li na caixinha o que dizia quase cai para trás.

_Não  posso estar gravido!Disse para mim mesmo só  em meus pensamentos.

_O que eu vou fazer agora?O Andre sempre me  disse que queria ser pai ,mas nunca imaginamos que eu poderia gerar nossos bebês.

Como terminamos os estudo e eu vou fazer dezoito anos logo , acho que podemos finalmente sair juntos desta cidade.

Tenho minhas econômicas  e posso ligar para minha avó  na capital, e pedir ajuda de alguma maneira.

Fui dormir com minha mão  sobre minha barriga.

No dia seguinte acordei cedo , e  coloquei o teste e a caixinha  bem rasgados no lixo .

_Não  vou esperar o dia inteiro!Gritou meu pai da mesa .

_Desculpa!Disse me sentando de cabeça  baixa. Não queria ter problemas ainda mais agora que estou grávido, preciso evitar de qualquer jeito levar uma surra .

Estava ansioso para ir a escola mesmo sem ter aulas hoje só  para ver meu namorado e contar sobre o bebê  fruto do nosso amor que está  dentro da minha barriga.

_Por que está  sorrindo?!Perguntou minha irmã com deboche,eu apenas olhei ela. E logo voltei a comer.

_Quero você  no campo hoje!Disse meu pai sem nem me olhar.

_ Mas ainda tenho aula!Disse e ele me encarou sério.

_Mente para mim que eu arranco seus dentes!Disse ele batendo  com a mão  na mesa  fazendo um barulho de talheres.

_Sua irmã  já  me contou que acabaram  as aulas. Mente para mim novamente  e te mostro do que sou capaz.Disse  ele para se levantando  e vi o sorriso no rosto da minha irmã.

_Anda agora!Disse ele para mim  e eu fui com ele.

Meu pai me botou com os peões  a trabalhar  catando bosta de vaca no campo e fazendo outros trabalhos , mesmo com o dia ensolarado  e um calor de mais de quarenta graus bem atípico  para esta epoca do ano

Trabalhamos  a manhã  toda e como estávamos longe da sede da fazenda vi todos pegarem seus potes com comida  que a Amara deve ter feito .

Fiquei olhando e ouvi minha barriga roncar de fome.

Aqui para você!Disse Camilo para mim estendendo a tampa do pote dele com um pouco de feijão ,arroz, massa, batata doce e um pedaço  do bife dele,aínda estava morna a comida ,pois estava em um  lugar próprio para isso.

_ Não  posso aceitar  você  vai ficar com fome.Disse empurrando devolta para ele.

_Para de bobagem, você  trabalhou tanto  quanto agente, e merece.Sabemos que o patrão  não  gosta muito  de você, mesmo sendo um garoto legal.Disse ele empurrando para mim metade da comida dele .

Comi como se fosse minha última refeição  da vida .Mesmo vomitando algumas horas depois  e me restando só  água  até o fim da tarde ,eu já  estava com muita  fome me sentindo tonto, prestes a desmaiar.

_Vamos embora!Disse  o Camilo para mim  e entrei na caçamba da caminhote  com os outro peões e fomos embora.

O caminho até em casa passando por desníveis na estrada foram uma  tortura  para mim ,pois aumentava meu enjoo e tontura.

Quando chegamos em casa ,desci sem nem conseguir abrir meus olhos direito.

Olhei e vi  meu pai me olhando com uma cara de quem queria me matar,mas passei por ele direto.

Entrei no meu quarto e fui para  um banho, onde me sentei no chão  sentindo a água  gelada cair sobre meu corpo febril por algum motivo.

Me encolhi sentado no chão  agarrado nas minhas pernas e fiquei olhando a água  molhar meus pés.

Quando ouvi batidas fortes na porta do meu banheiro.

_Aí bixinha vamos sair anda logo com isso!Disse minha irmã  e ouvi os passos dela de salto saindo do meu quarto.

Me apressei em sair do banho, foi quando vi meu rosto  todo vermelho de pegar sol assim como braços  e meu peito costas ,por que mesmo com camiseta  ainda sim me queimei do sol.

Como não  podia passar um hidratante que tenho , por que segundo meu pai é  coisa de boiola.

Me arrumei mesmo sem saber onde ia ,e desci pela escada  do fim do corredor  que dá na cozinha.

_ Vem menino e come um pouco!Disse  Amara para mim e eu peguei o sanduíche  o devorando.

Terminei e fui para a sala onde meus pais ainda não  tinham descido,fiquei sentado no sofá  sentindo minha pele queimar.

Olhei para frente e vi minha irmã  sorrindo  com deboche para  mim.

_Vamos logo resolver isso ,o compadre está  nos esperando.Disse meu pai descendo as escada e me olhando com raiva.

Segui eles controlando minha ansiedade  por saber que vou ver o meu namorado.

No caminho  fui relembrando  tudo o que  vivi com o Andre e simplesmente  me peguei sorrindo ao lembrar o quanto eu amo ele, e mais feliz ainda por saber que ele me ama tanto  quanto eu o amo.

_Feliz irmão?Perguntou  minha irmã  com deboche.

_Sim!Disse controlando mais meu sorriso.

_Não  imagina o quanto eu também  vou ficar feliz hoje!Disse a Carina para mim acendendo um alerta na minha cabeça.
Passei a pensar em vários  cenários  do que podia acontecer  comigo se ela tivesse contado para meu pai sobre mim e o André.

Mas sei que mesmo ele tendo medo do pai dele ,ele diria que me ama e infrentariamos juntos tudo o que acontece-se.

Fui o resto do caminho em silêncio  para tentar ser o menos notado possível.
Quando chegamos e eu vi ele com os pais nos esperando,meu coração  errou uma batida.

Olhei para ele sorrindo ,mas meu sorriso morreu quando ele me encarou sério, ele tinha um olhar nervoso e preocupado.

O que será  que a cobra da Carina  está   aprontando?

NathanOnde histórias criam vida. Descubra agora