CAPITULO 24

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ANDRÉ

A mais de dezesseis  anos atrás, tive que fazer uma escolha que acabou com a minha vida.

Eu amava muito o Renato, ele era tudo para mim .Mas o medo que eu tinha  do meu pai, me impedia de demonstrar  o quanto eu o amava.
Tomei a minha escolha com base no meu medo, o olhar dele me persegue todos os dias sempre.

A tristeza  e desilusão  estavam lá,em seus belos olhos azuis. Isso me marcou para sempre,me partiu o coração.

Quando a Carina falou que o Renato me beijou a força , eu deveria ter dito que era mentira .Que agente se amava e queríamos ficar juntos independentemente  do que minha família pensa.

Mas tive medo do meu pai, já que ele sempre me espancava  por qualquer coisa , não  só  a mim como a minha mãe .

Eu sempre tentei fazer de tudo para defender a minha mãe , mas sempre acabava com umas costelas quebradas braços, olho roxo boca cortada.

Nunca consegui me livrar dele assim como minha mãe  , sempre que tentávamos fugir, ele nos alcançava  e nos batia.

Mesmo tentando reagir contra ele,nunca consegui  já  que desde que me entendo por gente,ele sempre me falou que  sou imprestável  e não  sirvo para nada a não  ser dar  desgosto.

Mas depois dos meus quinze anos, ele parou da bater em mim e minha mãe mas passou a gritar com agente o tempo todo, só  parava quando estava bêbado.

Deveria ter mandado ele para o inferno, e ficado com o MEU Renato.

Depois que o MEU Renato se foi minha vida se acabou.Fiquei triste e depressivo  ,acabei caindo no mesmo  vício do meu pai.

E em uma das muitas noites  de bebedeira,me envolvi com a Carina o que resultou em uma gravidez  inesperada por minha parte.

Meu pai acabou  me forçando a casar com ela.Ela passou os primeiros  anos tentando de todas as formas me fazer amá-la.

A três anos atrás  meu pai teve um AVC,e fico na cadeira de rodas o que deixou ele pior do que já era.Mas mesmo assim minha mãe  não  quis deixa-lo.
Disse para ela muitas vezes largar ele.Mas mesmo assim ela não  quis.

Mas fora a noite que transei com ela bêbado,  nunca mais toquei nela. Tenho meus  casos em outra cidade , assim como eu sei que ela deve ter os casos dela.

Meu filho Carlos é  a única coisa boa na minha vida,mesmo eu não  conseguindo demonstrar para ele o quanto o amo.Ele tem algumas atitudes  que me lembra muito o Renato.

Ele é  doce e gentil, de um jeito que encata as pessoas que o conhecem,tem otimas notas.Mesmo a mãe dele não  gostando dele e fazendo a vida dele um inferno.

_Vou sair!Disse já na porta  da fazenda , que era do pai do Renato.

Depois do que houve com o Adriano, o mesmo não  aguento  a pressão , e foi morar na cidade deixando a fazendo sobre a administração  da  Carina que mantém tudo com  mãos  de ferro.

_ Já  vai?

_Sim, se disse que vou sair  mesmo não  sendo da sua conta , é  por que eu vou sair.Disse saindo de casa   pegando minha caminhonete  e fui para o bar da cidade .

  Sentei em uma mesa  de canto,e fiquei bebendo ,enquanto olhava uma foto minha com o Renato que guardo na minha carteira.

Não  entendo por que mesmo depois de tantos anos pagando investigadores ,  eles nunca o encontraram.

Acho estranho ele ter sumido derrepente  depois do que houve.Mesmo com a Carina me falando que ele tinha ido para uma tia distante , e acabou morrendo por lá,  eu me nego acreditar nisso.

Só  queria pode  ver ele, e pedir perdão  ter ele novamente me meus braços.

Quando voltei do bar ouvi gritaria dentro de casa , como não estava bêbado ainda fui rápido para dentro de casa.

Como estava no segundo andar a gritaria e a Carina gritava como uma vaca louca.

Subi as escadas e vi a luz do quarto do Carlos acessa.Andei ante pé  até a porta.

_ Mãe  me deixa estudar!Disse meu filho me enchendo de orgulho.

_Cala a boca garoto , você com este teu jeito, já disse para mudar.

_Eu sou assim mãe,me perdoa se não sou o que esperava de mim.

_A cala a boca garoto!Como se não  bastasse  ser gay ,ainda tem que se parecer com o seu maldito tio morto!

_Este teu jeitinho que quer parecer fofinho o tempo todo,ajudando os outros  sendo legal com as pessoas.

_ Mãe!

_Cala a boca garoto.Disse ela levantando  a mão  para meu filho e eu entrei no quarto.

_Tá maluca bater no garoto?

_Fica na sua que estou educando.

_Assim não!Disse a ela ,que me olhou torto.

_Cuida da sua vida!Disse ela para mim, e rapidamente deu um tapa na cara do Carlos que estava sentado na mesa de estudos da suíte dele.

_Já chega!Disse a ela dando um tapa na cara da mesma , fazendo  ela  cair no chão  segurando o rosto com sangue saindo da boca.

_Se eu ver  você  levantar um dedo sequer para  nosso  filho, eu vou te bater tanto que não  vou deixar um osso inteiro .Disse para ela com uma furia que não  sei de onde saiu.

_Sai daqui agora.Disse a ela que levantou cambaleando e saiu.

_ Me desculpa filho por isso.Disse a ele, que se apressou em me abraçar apertado.

_Obrigado por me defender!Disse ele com a voz emocionada.

_Estou aqui para isso , sou teu pai é  meu dever.Disse e notei a ele abrir a boca algumas vezes  e fechar depois parecia que ele ia me falar  alguma coisa mas se calou.

_Trabalho da escola?Perguntei  a ele apontando para o monte de folhas sobre a mesa dele ,mas estranhei  tinha outro nome nas folhas.

_Nada pai já terminei!Disse ele com um sorriso doce.

_Quando o apertei no abraço  ele gemeu e saiu do abraço  o que me fez estranhar.

_Filho  se estiver com algum problema  ,você  sabe que pode me contar né?

_Sim pai, acho que vou dormir agora .Disse ele, fingindo um bocejo, mas resolvi deixar para  lá  e confiar que ele vai me contar o que está acontecendo.

Vi ele apagar a lâmpada da mesa, e deitar na cama.E eu fui até  ele.

_Filho eu te amo!Só  as vezes não  sei demonstrar  isso!

_Também  te amo pai. Disse ele para mim com os olhos marejados.
Apaguei a luz do quarto e sai deixando ele lá.

Fui para minha suíte ,onde peguei uma roupa  e me encaminhei para  a porta , sobre o olhar atento da Carina, que tentava esconder a cara inchada com uma bolsa de elo na cara.

_ Não  vai dormir aqui?Perguntou ela para mim.

_ Nada que eu faça  é  da sua conta, espero que tenha entendido o que eu falei na suite do Carlos sobre ele.

_Sim foi bem claro.Disse ela  me mostrando a cara inchada.

No banho ,me pegue  lembrando que nunca bati na Carina antes e nunca pensei em fazer isso antes .

Mas  ver ela bater no Carlos, e um pouco de álcool  na cabeça  me fez  imitar as ações  do meu pai.

Quando me deitei na cama, fui dormir com  o Renato em meus pensamentos.

NathanOnde histórias criam vida. Descubra agora